(imagem: pixabay/geralt)

Estamos caminhando para o fechamento dos primeiros 15 anos deste século que promete ser de consolidação das maiores mudanças já ocorridas neste planeta, principalmente na área tecnológica. O Gil Giardeli, palestrante da conferência da HSMAI ocorrida nesta segunda-feira (16), em São Paulo, disse que daqui dez anos clones e robôs serão tão comuns quanto os smartphones que utilizamos hoje, e que a impressão 3D fará coisas inimagináveis. O tempo dos ciclos está mais curto e as novidades acontecem num espaço de tempo menor. A geração dos millenials está assumindo com mais rapidez os controles dos negócios, consumo e estilo de vida, incluindo a forma de se hospedar.

As grandes redes certamente já vislumbraram um pedaço do futuro e estão se movimentando para acompanhar a evolução dos novos ciclos.

A notícia da compra da Starwood pela Marriott agitou, no começo desta semana, o mercado mundial da hotelaria, pois trata-se da maior transação na história da hotelaria no planeta. A novidade já tinha deixado um rastro alguns dias atrás quando uma rede televisiva dos Estados Unidos havia soltado a notícia de que três redes (IHG, Marriott e Hyatt), além de um grupo chinês estavam interessados na aquisição da Starwood. Rumores apontavam que a Hyatt levaria a rede, algo que parecia inverossímil pois a compradora é de menor porte do que a aquisição. 

O mercado e alguns experts da hotelaria acreditam que as outras grandes redes como IHG e Hilton também façam algumas aquisições de redes menores nos próximos anos. Muitas novidades virão por aí.

Na verdade, a Starwood já estava a venda havia mais de seis meses, mesmo prazo que o corpo diretivo da Marriott deve levar para traçar quais as estratégias que serão adotadas. Obviamente, irá haver um remanejamento que não agradará os atuais colaboradores da Starwood, pois não fará sentido manter estruturas, principalmente aquelas do âmbito comercial, num ambiente onde a Marriott já tenha equipes trabalhando. Resumindo, os processos de adequação irão afetar a vida de muitos profissionais em todo o planeta. Mesmo sendo uma hipótese, há 50% porcento de chances que ela ocorra.

Continuando a seguir o instinto, na área operacional não haverá muito o que fazer, cada empreendimento já conta com um número certo de trabalhadores, mas não será fácil para nenhum dos lados extinguir os escritórios de vendas que estão espalhados nas principais capitais mundiais. O lado bom é que uma leva de profissionais poderá ser aproveitada no mercado por outras redes ou até hotéis independentes. 

Já em relação às marcas, que após a negociação passaram a ser de 30, alguma mudança deve acontecer. Lembre-se que um dos objetivos ainda continua sendo a de reduzir custos em todas as esferas, por isso qualquer transposição será revista no futuro. 

Esse é o mundo corporativo com suas fusões, aquisições e negociações. Mas qual seria o verdadeiro motivo da Starwood ter deixado de lado o negócio da hotelaria? É bom relembrar que por trás da ex-rede hoteleira, existe uma empresa de investimentos, que visa ganhos. Será essa negociação um sinal de que os dias da hotelaria estejam contados? 

A Marriott sendo uma empresa de DNA 100% hoteleiro pode estar deixando de perceber de que uma grande mudança no segmento está acontecendo, ou numa melhor hipótese ela tenha uma estratégia para os novos tempos. 

E quais são esses novos tempos?

São basicamente as novas tendências que já vêm anotando um crescimento no mercado como, por exemplo, a locação por períodos curtos de residências, apartamentos e outras modalidades como vilas e castelos, ao redor do mundo. Isso já existe há um bom tempo. Já não é de hoje que famílias alugam casas de veraneio em várias destinos brasileiros e mundiais.

Bom, se não é de hoje, o que aconteceu então? Algo que sempre se repete. Um ciclo que muda com a conquista de espaço das novas gerações, que hoje preferem se hospedar de uma forma diferente, e não somente as novas gerações porque uma parcela da sociedade dos baby boomers também utiliza das ferramentas como o Airbnb e HomeAway.

Então será que a hotelaria irá acabar? De forma nenhuma, mas a maneira da hospedagem será mais ampla e as redes hoteleiras já sabem disso e com certeza estão tomando atitudes para se adaptarem às novas demandas. 

Com essa tendência, outras aquisições serão feitas e talvez a hotelaria consiga voltar a ter um glamour que foi perdido recentemente. Já não é deste século que a experiência do sentir está mais latente. 

No Brasil, há um grande futuro para os antigos empreendimentos se adequarem às novas realidades, principalmente os flats que têm na infraestrutura de suas unidades habitacionais uma mini cozinha, um sofá, enfim uma cara de um apartamento. Para estes produtos será muito fácil entrar no mercado das locações de curto período, aliás o que escrevo não é nenhuma novidade, mas lembrar sempre é bom.