AccorHotels BrasilPatrick Mendes, CEO da companhia para o mercado da América Latina

A AccorHotels divulgou ontem (21) os resultados financeiros relativos a 2017. Globalmente, capitalizado pela adição recorde de novos quartos (51.413 em 2017) oriundos da expansão das suas marcas e da aquisição de outras redes, a empresa teve lucro de € 492 milhões, alta de 66,4% frente a 2016. À exceção da América do Sul, todas as demais regiões apresentaram crescimento de receita. No continente, onde o Brasil detém 283 dos 329 hotéis em operação, os principais indicadores foram negativos, caso da receita média por apartamento (RevPar), que recuou 3,4%.

“O ano de 2017 foi de transição, mas bem diferente do ano anterior, que foi muito difícil. Para 2018, nossa expectativa é positiva, mas cautelosa”, disse Patrick Mendes, CEO da AccorHotels para a América do Sul, em coletiva realizada hoje (22) para detalhar os números da região. “No caso do Brasil, a retomada do PIB (Produto Interno Bruto) e a queda da taxa básica de juros são fatores positivos, mas as eleições e, principalmente, a situação da segurança no Rio nos deixam receosos, pois pode afetar o consumo e a confiança do investidor”, completou o executivo, destacando que a cidade detém 14% da oferta hoteleira da rede no País (45 de 283 empreendimentos).

Brasil com boa projeção

Diante da evolução do quadro econômico, Mendes acredita numa melhora da ocupação, o que deve puxar para cima os demais indicadores (diária média e RevPar). “Em termos de RevPar, já tivemos um último trimestre de 2017 encorajador, com alta de 13,9%. Com a retomada da economia, pode virar uma tendência e os dois primeiros meses do ano mostram isso”, destacou. “A diária média no Brasil e na América do Sul, de forma geral, está abaixo do que deveria. Para 2018, projetamos aumento de 6% a 8%”, acrescentou.

Além da melhora nos indicadores econômicos, Mendes destacou a resiliência da empresa, que, mesmo com as dificuldades na região, continuou investindo. Em 2017, por exemplo, a AccorHotels abriu 52 hotéis na América do Sul. O Brasil teve papel de destaque, sendo o segundo mercado com o maior número de inaugurações no ano passado. “Nosso objetivo é chegar a aproximadamente 400 hotéis na região ao final de 2018”, comentou.

Mais resultados financeiros

Em 2017, a AccorHotels registrou alta de 17,7% na receita consolidada frente a 2016, para € 1,937 bilhão. Já o Ebtida (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) avançou 23,9% na mesma base de comparação, para € 492 milhões – contra € 397 milhões em 2016.

Em termos de receitas, como já citado, quase todas as regiões apresentaram crescimento: Ásia-Pacífico (+ 7,7%), Europa (+ 7,2%), França e Suíça (+ 2,5%), América do Norte, Central e Caribe (+ 5,2%) e Oriente Médio e África (+ 2,7%). Na América do Sul, houve queda de 3,3%, embora o desempenho tenha ficado acima do esperado em função da recuperação forte no quarto trimestre (+ 13,4%).

Nos últimos 12 meses até 31 de dezembro de 2017, os recursos para operações aumentaram 43%, para € 559 milhões, contra € 391 milhões em 2016. Já os investimentos recorrentes diminuíram para € 161 milhões, contra € 188 milhões em 2016. Como resultado, e incluindo o aumento de € 37 milhões no capital de giro, o fluxo de caixa recorrente da AccorHotels subiu para € 435 milhões em 2017, ante € 199 milhões em 2016.

(*) Crédito da foto: Hotelier News