Apostando em atrações da cidade, Vila Galé Rio de Janeiro quer ganhar presença de público de lazer
21 de janeiro de 2018Numa das principais ruas da região da Lapa, no Rio de Janeiro, uma construção com traços de épocas passadas e fachada cor de rosa chama a atenção de quem passa. O edifício, um antigo palacete do século XIX, é contundente evidência da atmosfera histórica que paira em algumas esquinas da cidade e indício de uma mistura que se dá para além da esfera arquitetônica. Na área interna da construção, desde 2014, funciona a unidade carioca da rede de hotéis Vila Galé, e, parte da proposta do empreendimento, é promover essa mescla que o próprio destino já incentiva a ter, no intenso convívio entre locais e turistas e na pluralidade de atrações que a região elenca.
Como parte desse projeto de integração entre viajantes e a própria cidade e também para aumentar a participação do público de lazer em seus índices, o meio de hospedagem criou um produto específico para apresentar fragmentos do Rio a seus clientes. A ação é chamada de All Inclusive Cultural e consiste em oferecer, por preço único, passeios por atrativos do município, hospedagem e transporte.
A rigor, a oferta compreende duas diárias de hospedagem para duas pessoas e uma criança em apartamento duplo; ingresso para visita aos principais pontos culturais do Rio de Janeiro incluindo Museu do Amanhã, Museu de Arte do Rio e Aquário do Rio; acesso a todas as áreas do hotel; um lanche desenvolvido, especialmente para consumo durante o passeio; e um jantar no restaurante Versátil – uma das opções de Alimentos e Bebidas da unidade.
Já integrando o portfólio de ofertas do hotel, a ideia tem seu apelo, principalmente, junto a clientes que costumam frequentar a cidade por motivos de trabalho e encontram no produto uma chance de voltar em viagens de lazer com a família. Jovens atraídos pela oportunidade de hospedagem na região mais boêmia da capital fluminense completam o perfil do público que adere ao pacote.
Vasco Pinheiro, gerente geral da propriedade, argumenta que a ideia de fazer com que o hóspede conheça o Rio além do cartão postal tem surtido efeito. Segundo ele, a intenção é ainda acrescentar alternativas ao produto, torná-lo importante nos índices de ocupação e rentabilidade da unidade e equilibrar a balança de perfil de clientes, que hoje mostra o público corporativo ainda com predomínio.
"Acreditamos que temos aqui um oásis instalado no bairro da Lapa. Estamos numa região que hoje é mais segura do que já foi, que oferece muitas opções para todo tipo de cliente e num hotel de qualidade internacional", pondera o gerente.
Pinheiro reforça uma questão fundamental para qualquer turista que passa pelo Rio: a segurança. Segundo ele, a região do centro histórico, onde fica a Lapa, já teve momentos em que a violência era um risco real, mas não é mais assim. Conforme conta o português, os esforços para tornar a cidade um lugar seguro no período olímpico ainda tem efeitos e já não existem tantos incidentes policiais como acontecia antes.
A mudança de reputação e costumes faz sensível diferença para um bairro que recebe gente o dia todo. Durante o dia, quem procura experiências turísticas pode ver os Arcos da Lapa, o Museu da Imagem e do Som, a Escadaria Selarón e a Igreja Nossa Senhora do Carmo da Lapa do Destino. Para quem prefere conhecer o clima noturno, lá estão o Circo Voador e a Fundição Progresso – palcos de shows memoráveis na cidade -, os muitos bares da rua Mem de Sá, bailes de gafieira e restaurantes.
A localização privilegiada do Vila Galé tem também como vantagem a facilidade de acessos ao aeroporto, ao Estádio do Maracanã e ao Sambódromo.
Intenção
O motivo que sustenta a iniciativa do hotel carioca também pode se explicar pela necessidade de atrair mais hóspedes depois de temporadas em que a economia afetou a rotina hoteleira do país como um todo. Segundo afirma o gerente, ao longo de 2017, a ocupação do estabelecimento ficou entre 40% e 45%, na média.
Nesse contexto, ações que atraiam mais clientes, sejam eles de característica corporativa ou lazer, são a saída para fazer o negócio girar e continuar sendo próspero. Para Pinheiro, há motivos para acreditar que este ano os resultados melhorem, tendo em vista que mesmo no ano passado, com média abaixo dos 50% confirmou-se uma performance de crescimento de 10% a cada ano depois da abertura.
A propriedade
O número 124 da rua Riachuelo é onde está localizado o hotel. Mas se na fachada tudo foi cuidado para permanecer como quando da construção, por dentro há ambientes que só a modernidade do século XXI pode oferecer. A decoração está mais para o moderno que para o clássico e os quartos estão conservados como era de se esperar para um meio de hospedagem relativamente novo.
À antiga estrutura de palacete foi anexado um centro de convenções e um prédio de 13 andares onde fica a maior parte da oferta de habitações que, no total, é de 292 (sete suítes júnior, uma suíte master, 32 apartamentos superior e 252 apartamentos standard).
Como complemento, o Vila Galé Rio de Janeiro dispõe ainda de um bar interior, o Vinícius de Moraes, que possui vista para um pátio interior, um bar na piscina que oferece serviço de lanches, bebidas refrescantes e coquetéis, dois restauadrantes – o Inevitável, com serviço à la carte ao jantar, e que aposta numa cozinha gourmet de inspiração mediterrânica, e o Versátil, com serviço de buffet. Próximo a ala de entrada fica o spa Satsanga, com sala de massagem e jacuzzi e ainda uma academia.
* Fotos: Filip Calixto