O ano atual ainda não será a temporada de virada para o mercado da hotelaria, que acumula números de retração desde 2015. Pelo menos é o que aponta o mais recente Estudo de Desempenho do Fohb (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil). Segundo o balanço mais recente da organização, os dados acumulados de 2017, em ocupação, diária média e RevPar (receita por apartamento disponíve), estão abaixo do visto o ano passado. Mas nada está perdido. As perspectivas para os próximos anos são de melhora.
 
Para o ano de 2018, a perspectiva é de retomada no cenário em relação a 2017, com projeções de crescimento na taxa de ocupação, diária média e RevPar em todos os municípios analisados no estudo. As projeções são reforçadas pela estimativa do Banco Central de crescimento de 2,43% no PIB para o ano que vem.
 
No período seguinte, 2019, as projeções também são otimistas e em sua maioria apontam aumento nos três indicadores analisados. "De modo geral, a expectativa é de recuperação na atividade hoteleira, começando de modo mais tênue em 2017 e avançando nos próximos anos", relata Patrick Mendes, vice-presidente de Estudos e Tendências do Fórum e CEO da Accor para a América Latina.
 
Indo à frieza dos números, o Fohb revela que ao longo do primeiro semestre de 2017, o desempenho das 26 redes associadas à instituição evidencia taxa de ocupação acumulada de 54,8%, diária média de R$ 232,59 e RevPar de R$ 127,57. Quando comparamos os dados com o mesmo período de 2016, é possível observar sintomas de estabilidade na ocupação, com -0,3% de variação, já na diária média houve queda de -4,6% e no RevPAR -4,9%.
 
Dentre os municípios analisados no primeiro semestre, as maiores taxas de ocupação foram registradas em Recife (65,3%), Natal (64,6%) e Fortaleza (64,4%). Na diária Média, destaque para Rio de Janeiro (R$ 292,79) e Grande São Paulo (R$ 278,84). Para o RevPAR, os maiores valores foram registrados em São Paulo (R$ 164,23) e na Grande São Paulo (R$ 160,57).
 
Quando comparados os dados ao primeiro semestre de 2016, notam-se cenários positivos para os três indicadores nos seguintes municípios: Natal, Porto Alegre e Recife, sendo os mais expressivos registrados na taxa de ocupação e RevPar de Natal, ambos com aumento de 17,4%. Por outro lado, Rio de Janeiro, Jundiaí e Brasília demonstram quedas para os três indicadores analisados no período. Com as oscilações mais significativas no Rio de Janeiro, o RevPar, por exemplo, apresentou declínio de -26,3%.
 
Mas as projeções otimistas ainda aparecem no relatório. Baseado no Boletim Focus (Banco Central), de 06/10/2017, a previsão é de que o PIB tenha um crescimento de +0,70% em 2017. Para 2018, a estimativa de variação é de 2,43%, número 3,86% superior ao estimado em janeiro deste ano. O aumento nas projeções do PIB é decorrente do aumento do consumo das famílias no segundo trimestre de 2017. Diante deste cenário, o Banco Central elevou a estimativa de avanço da economia de 0,5% para 0,7% e, em 2018, a aposta de crescimento é maior ainda, de 2,2%.
 
Segundo acreditam os realizadores do estudo, a evolução da oferta de unidades habitacionais, impactam diretamente no desempenho projetado nas praças analisadas. Os municípios com as maiores taxas de crescimento no comparativo 2016-2018 são: Goiânia (+104%), Natal (+58%) e Campinas (+55%).
* Imagem de capa: pixabay/geralt