Da Argentina
 
 
The Chic Experience, evento que ocorreu ontem (7) no Yacht Club Puerto Madero, em Buenos Aires, na Argentina, contou com cinco palestras. A quarta delas teve como tema Luxury Design: Muito mais do que apenas materiais de alto custo e foi proferida pelo arquiteto Guillermo Petrocchi, sócio do Estúdio Caparra Entelman e Associados, que leva no portfólio obras destacadas, como o Palácio Duhau Park Hyatt de Buenos Aires, o Tambo del Inka, Luxury Collection no Peru e mais de uma dezena de projetos para a rede hoteleira NH. O debate contou também com Guillermo D’Aiello, ambientador, inovador e especialista em imagens e comunicação – além de ser curador, realizador de mostras de arte e ter trabalhado, por 18 anos, no comando da Cátedra de Imagen Corporativa en la Universidad Austral.
 
Petrocchi iniciou sua fala perguntando o que é chique. Antes de responder, comentou que o hoteleiro deve, antes de iniciar um projeto de design, saber quem será o seu público. “Não se pode começar um projeto, ainda mais hoteleiro, que custa muito, sem ter um público-alvo. Por isso, sugiro a contratação de consultorias para orientar o empresário. Depois disso, parte-se para o projeto”, sugeriu.
 
Mas, e a pergunta? “Ser chique é ser natural, porém sofisticado. Ter bom gosto, não exagerar e nem ostentar demais. E tem que ser original. Às vezes, os decoradores (muitas vezes, são as próprias esposas dos hoteleiros) resolvem utilizar um grande volume de materiais de luxo, e isso acaba por descaracterizar o hotel”, explicou Petrocchi.
 
Como um exemplo clássico, ele citou o Bar do Hotel Plaza, em Buenos Aires. “Há 40 anos ele é o que é e nem por isso deixou de ser um case de local sofisticado e chique”, disse.
 
Ele finalizou dizendo que um hotel chique é de porte médio. “Não pode ser um empreendimento grande, perde o sentido”. E resumiu que a originalidade é o quesito mais importante para ser chique – tendo sempre muito claro quem é seu cliente.
 

Guillermo Petrocchi e Guillermo D’Aiello
(foto: Peter Kutuchian)
 
D’Aiello fez uma apresentação inusitada. Foi totalmente emotivo e proferiu frases como poemas. Acabou tocando o interior de alguns participantes, que ficaram sensibilizados.
 
“A ambientação e o design estão ligados plenamente aos nossos sentidos. Fazem parte das nossas ilusões, sensações. Cores, música, aromas e texturas criam uma ambientação, um cenário.
A luz natural é um dos elementos mais importantes para a criação de um ambiente, e o grande desafio é fazer com que o hóspede se sinta consigo mesmo dentro dele, buscando nos elementos que estão em seu redor o integração e prazer. Se o hóspede busca em si mesmo quando está viajando, percebe o todo”, filosofou o simpático profissional.
(Peter Kutuchian)