Maria Rosa Leroy está no Brasil desde 1976
(foto: divulgação / arquivo pessoal)

A entrevista desta semana da editoria Lobby é com Maria Rosa Leroy, diretora de Hospitalidade do Blue Tree Premium Faria Lima, em São Paulo. Argentina de nascimento e brasileira de coração, ela completa, no ano que vem, 40 anos em terras paulistanas. 

A executiva mudou para o Brasil em 1976 em razão da transferência, a trabalho, de seu ex-marido. Como ela já dominava o inglês e o espanhol, foi dar aulas na escola Berlitz, em São Paulo. Passados alguns anos, ela e outras duas professoras criaram uma escola de idiomas cujo escopo era oferecer consultoria e treinamentos. “Acabamos criando um produto específico para os hotéis cinco estrelas, que naquela época estavam começando a perceber a importância em oferecer cursos de idiomas para seus colaboradores, principalmente os recepcionistas, telefonistas e aqueles que tinham contato direto com os hóspedes estrangeiros”, comenta Maria Rosa.

Assim, elas foram bater na porta do Maksoud Plaza e do Crowne Plaza (hotel que já não existe mais), onde conseguiram fechar contratos. Em 1985, Dagoberto Silva, então gerente de RH do Sheraton Mofarrej (atual Tivoli) contratou a empresa para realizar um levantamento das necessidades básicas para a contratação dos colaboradores do hotel, que abriria suas portas no ano seguinte. “Em 1986, pouco tempo depois do Sheraton Mofarrej abrir, fui convidada para ser gerente de Treinamento ali, e então comecei a ver a operação mais de perto, ou seja, estar presente o tempo todo, e foi aí que me apaixonei pela hotelaria”, revela a executiva.

Dois anos e meio depois, em 1988, ela passou a atuar como guest relations, cargo que ocupou por pouco tempo. “Eu queria queria estar mais perto da operação do front desk (recepção) e surgiu a oportunidade de assumir a gerência”, relembra. Bom, depois disso ela passou para a área comercial, sendo gerente e, posteriormente, diretora de Vendas, até chegar ao posto de assistente executiva da gerência geral, sendo este o seu último cargo no Mofarrej, em 1999. 

Até 2001, quando ela entrou na Blue Tree, ela trabalhou por alguns meses como diretora de Vendas dos hotéis Park Lane e West Side, empreendimentos que não existem mais. Durante esses quase 15 anos que está na rede hoteleira comandada por Chieko Aoki, ela passou por quatro unidades – Paulista, Verbo Divino, Berrini (atual Prodigy) e Faria Lima -, tendo atuado na gestão de processos e gerência geral, cargo que na Blue Tree é denominado de diretor de Hospitalidade. 

“Desde a unidade da Verbo Divino, iniciei um aprendizado no reposicionamento de produto, algo que minha experiência em vendas ajudou muito, pois aprendi a ter uma visão estratégica em como operacionalizar e garantir ao cliente a entrega do que foi vendido para ele”, diz Maria Rosa.

E a equipe, como é a liderança dela? “A equipe do Blue Tree Faria Lima é bem unida e tenho sempre passado para eles como é que funciona essa operação da venda e da entrega, nossos recepcionistas sabem de todos os processos que são atribuídos desde a prospecção, visita, recepção e estada. Se isso não acontece, gaps podem surgir e comprometer a hospedagem."

E como conseguir esse comprometimento da equipe? “Tudo começa na contratação, é preciso sentir neles onde está o brilho de cada um, e direcionar para a área certa. Se existe empolgação, isso é perceptível no momento da primeira entrevista.".

Nesses quase 40 anos de mercado, qual mudança foi mais perceptível? “A primeira grande mudança foi a entrada dos empreendimentos quatro estrelas no mercado. Foi necessária uma adaptação dos hotéis para poder atender as exigências que antes eram apenas absorvidas pelos cinco estrelas. E posso dizer com veemência que a Blue Tree se especializou nesse aspecto, em razão da Sra. Aoki ter esse background, de ter administrado hotéis high end, em vários destinos do mundo”, diz Maria Rosa. “A segunda mudança foi a na área comercial. O mercado mudou completamente com a chegada dos canais eletrônicos, com o conceito de gerenciamento de receitas que trouxe a necessidade em medir a produtividade, fazer a leitura de dados e estatísticas. Tudo isso acabou criando a demanda em repensar na própria gestão das pessoas, que são os que oferecem o serviço”, completa. 

E como é trabalhar com a Sra. Aoki? “Aprendo todos os dias com ela. Seus ensinamentos, seu olhar diferenciado com o embasamento oriental, sempre exigindo uma releitura, o novo, e sempre indagando o que mais podemos fazer? Essas qualidades nos contagiam e passamos a atuar dessa maneira todos os dias, e em relação a tudo que está em nosso entorno”, descreve.

Qual foi o melhor momento da sua carreira e qual é o maior desafio? “Com certeza, este está sendo o meu melhor momento, pois estou conseguindo aplicar tudo que aprendi nesses anos de trabalho. Meu maior desafio é equilibrar o lado profissional com o pessoal”, revela.

E para os jovens profissionais que estão começando, qual o recado? “Procurem o foco em suas carreiras, é preciso se dedicar muito e entender que essa dedicação, que às vezes nos toma muito tempo, faz parte daquilo que será o resultado nos anos futuros. É preciso entender o foco, e a fórmula, mesmo com tantas mudanças, continua sendo a mesma: trabalho e dedicação”, finaliza a executiva.

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