Dengue: interferindo ou não na hotelaria carioca?
10 de abril de 2008
De acordo com Alfredo Lopes, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro, a entidade está fazendo a sua parte por meio do envio de comunicados, localização de focos e transmissão de informações sobre medidas necessárias. O executivo acredita que a dengue não está comprometendo a hotelaria da cidade e traduz em números o que considera resultados positivos para o mês de março.
“A Barra da Tijuca, bairro que foi atingido pela dengue, registrou 67,13% de ocupação no último mês, índice quase 30% maior que o registrado no mesmo período do ano passado. Já Ipanema e Leblon atingiram 84,58% contra 67,15% em 2007”, informa o executivo, acrescentando que Leme e Copacabana também tiveram um desempenho melhor ao fechar o mês com 81,07% e ter registrado no ano passado 67,63%. Além disso, a média geral ficou décimos acima, totalizando 61,62%.
Já para Alexandre Sampaio, presidente do SindRio e vice da Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (FNHRBS), o mosquito tem sido um problema também para os que não foram infectados. “Já ocorreram cancelamentos de grupos aéreos e rodoviários que tinham realizado reservas. É um fator preocupante que pode piorar com a desistência de congressos nacionais, inclusive para outros anos”, acredita.
Sheraton e Novo Mundo: campanhas de conscientização
(fotos: shreaton-rio.com.br e portugal.hotels.com)
Sofitel e Marina: sem alterações nas reservas
(fotos: johnnyjet.com e brasilviagem.com)
No Sofitel Rio e nas unidades da rede Marina, situados respectivamente em Copacabana e Leblon, também não ocorreram desistências de hospedagem tanto para de hóspedes a lazer quanto a visitantes para eventos. Segundo as assessorias de imprensa dos hotéis, tudo continua dentro da normalidade.
Já no Novo Mundo, localizado na praia do Flamengo, a gerente de Vendas Patrícia Aragão constatou redução na procura pelo público corporativo. Para o mês de abril, a expectativa de atingir 60% de ocupação não deve ser concluída. “Acredito que fecharemos o mês com menos 10% do esperado. Não tive cancelamentos em função da dengue, mas as reservas não estão acontecendo, principalmente para os negócios”, aponta.
A executiva ainda destaca que o empreendimento realiza trabalhos de conscientização com os colaboradores por meio de campanhas educativas sobre os males da contaminação e como evitá-la, além da dedetização nas áreas abertas do local, que já era feita com freqüência antes da epidemia. “Disponibilizamos repelentes na recepção para os hóspedes e se acharmos necessário iremos preparar um informativo. Por enquanto acreditamos que a mídia está oferecendo informações suficientes”, conta a gerente do hotel, que teve apenas um colaborador atingido pelo vírus, dos 170 existentes.
(Rhaiane Sodré)
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