(foto: arquivo HN)
 

Os imbróglios políticos e econômicos do Brasil estão minando o funcionamento orgânico do mercado de viagens corporativas no País. É o que aponta o mais recente levantamento divulgado pela Fundação GBTA – braço de educação e pesquisa da Global GBTA (Business Travel Association) – em parceria com a Visa. De acordo com o relatório, o mercado conhecido como turismo corporativo deve continuar enfrentando dificuldades durante o restante do ano.

Conforme divulgado pela fundação, o fechamento de 2016 deve representar queda de 8,5% no fluxo de viagens de negócios feitas em todo o País durante a temporada. Se confirmado, o indicativo demonstra a quarta retração seguida em performances divulgadas pela pesquisa. A GBTA IPV prevê ainda que o ano de 2017 descortina uma realidade mais favorável e de recuperação mas que precisa ser encarada com cautela pelo setor.

"O mercado de viagens de negócios no Brasil reflete o sentimento visto na maioria dos setores econômicos brasileiros", comenta Wellington Costa, diretor regional da GBTA Brasil. "Num momento de recessão interna, fatores como o crescimento global lento, os preços mais baixos das commodities e uma série de outras preocupações que afetam a economia brasileira, afetaram o clima para o turismo corporativo". 

Mas apesar de pontuar os evidentes problemas nessa conjuntura, o representante enxerga alento na situação. "Apesar das dificuldades de curto prazo do País, temos otimismo – embora modesto – que começaremos a ver ganhos em breve. Num futuro próximo".

Para os organizadores do relatório, as perspectivas econômicas da maior nação sul-americana continuam a piorar com o estímulo de situações como o fraco crescimento global, a alta da inflação interna, as dúvidas a respeito de algumas situações fiscais e, sobretudo, influenciado pelo clima político incerto.

Todo esse cenário de geração de pessimismo ainda não excluiu o Brasil de uma lista onde está desde 1991 e que aponta os dez lugares com fluxo de viagens corporativas no mundo. Só não se sabe por quanto tempo o País permanece nesse ranking.

Como maneira de sintetizar seu relatório, a GBTA elencou alguns pontos que sustentam sua avaliação. Eles são: a previsão pessimista de PIB (Produto Interno Bruto) neste ano e no próximo; a recessão fazendo das viagens corporativas uma vitíma; os níveis elevados da dívida pública e a estrutura fiscal onerosa que resultam em problemas para competitividade em vários segmentos; e a desconfiança do empresariado.

Apesar dos argumentos, o relatório afirma que o Brasil permanecerá entre os 15 principais mercados de viagens corporativas.

Ainda que em queda, o volume de capital movimentado por esse segmento segue sendo impressionante. Em 2015, as viagens de negócios representaram movimentação superior a US$ 30,5 bilhões numa queda de 4% na comparação com a temporada anterior.

Serviço
www.gbta.org