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(Pixabay/quinntheislander)

Da Associated Press e Fortune

A realização de um evento da Heritage Foundation, grupo conservador que apoiou o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, na unidade da Trump Hotels em Washington DC, deu espaço para uma discussão sobre um possível conflito de interesses na utilização dos hotéis da rede pelos órgãos internacionais, dada a nova posição do empresário a nível mundial. Especialistas temem que governos estrangeiros, grupos de interesse e outros, reservem quartos e promovam seus eventos nos hotéis da rede como uma espécie de "agrado" ao presidente.

Mike Pence, vice-presidente eleito da Heritage Foundation, fez um discurso baseado em análises da futura gestão de Donald Trump e suas prioridades. O mesmo informou em comunicado que a escolha do local do evento foi "impulsionada por necessidades de espaço".

O Washington Post noticiou recentemente que cerca de 100 diplomatas estrangeiros de todo o mundo, utilizaram o Trump International Hotel, em Washington DC, para a realização de uma recepção apenas uma semana após a eleição. Uma organização que une os grupos judaicos norte-americanos sob um único "guarda-chuva" também tem programada para o dia 15 deste mês, a celebração do Hanukkah em conjunto com a Embaixada da República do Azerbaijão no mesmo empreendimento.

Malcolm Hoenlein, CEO da Conferência dos Presidentes das Principais Organizações Judaicas Americanas, afirmou que a escolha pelo hotel não é uma tentativa de aproximação com o presidente e que supostos conflitos de interesse "não são verdadeiros, até porque Trump não é o presidente ainda". 

"Até o dia 20 de janeiro ele permanece como um cidadão como qualquer outro, então não existem conflitos de interesses. Você acha que o presidente eleito sabe exatamente para quem ele aluga um espaço por duas horas?", argumentou Hoenlein.

Outro evento programado para esta semana no hotel também está sendo duramente criticado por líderanças políticas norte-americanas. A embaixada do reino do Bahrein pretende realizar a comemoração do seu "National Day" em um dos espaços do hotel na quarta-feira (15). James McGovern, do Partido Democrático de Massachusetts enviou a Trump uma carta pedindo que o empresário não aceite soma nenhuma do Bahrein para a realização do evento em seu hotel.

Trump manifestou por meio do Twitter no mês passado, sua intenção de "retirar-se completamente dos negócios", sem no entanto, dar detalhes do que isso significa. Desde a eleição, alguns especialistas em ética de governo teriam sugerido ao empresário que vendesse a sua participação no negócio hoteleiro.

As Organizações Trump não emitiram nenhum comunicado sobre o assunto.

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