Iberostar Grand Amazon
(fotos: Karina Miotto)
 
A equipe do Hôtelier News entrevistou Orlando Giglio, diretor comercial da Iberostar, e Winfred August, diretor de Cruzeiro do Iberostar Grand Amazon, navio de luxo que desde 2005 navega na Amazônia pelas águas dos rios Negro e Solimões. O empreendimento possui 75 cabines, comporta até 200 pessoas e conta com diária média de U$ 500.

Por Karina Miotto

Winfred August
 
Hôtelier News: Qual o perfil da clientela do Iberostar Grand Amazon?

Winfred August: Nossos clientes têm, em sua maioria, mais que 35 anos. Recebemos muitas pessoas da terceira idade, com mais disponibilidade para viajar quando quiser. Por causa disso, não dependemos de temporadas.

 

HN: Os hóspedes do navio vêm de quais regiões do mundo?

August: Depois dos americanos, o público que mais recebemos é composto por brasileiros, seguidos por espanhóis, alemães e pessoas das Américas Latina e Central.

 

HN: É comum o navio chegar a 100% de ocupação?

August: Isso normalmente acontece quando recebemos viagens de incentivo. Exemplos disso são um simpósio de meio ambiente organizado pela igreja ortodoxa durante o ano passado e, mais recentemente, o contrato que fechamos com a Coca-cola no final de junho a fim de levar seus convidados exclusivos até o famoso Festival do boi, em Parintins.

 

HN: O que você acha que chama mais a atenção das pessoas: um barco-hotel que navega pela Amazônia ou um hotel de selva?

August: São produtos diferentes. Em um navio você tem a possibilidade de navegar e de estar em lugares diversos. Tem a sensação de estar em um hotel e também pode conhecer a selva, pois mesmo no meio do rio é possível sair para passeios e conhecer a floresta de perto.

 

HN: Houve uma época em que se comentava que o navio estava com dificuldades para se consolidar como destino turístico na Amazônia. Essa informação é verdadeira?

August: Até pouco tempo operávamos com relativa baixa ocupação. De um ano para cá isso tem melhorado. É um processo bem demorado de divulgação, tanto aqui quanto no exterior.

O que também dificulta o acesso a Manaus é a malha aérea. Nem todo mundo está disposto a passar por outras cidades, como São Paulo, para poder chegar no destino. A pouca quantidade de vôos é uma questão de oferta e de procura. Há pouca concorrência.

 

Orlando Giglio
(foto: arquivo HN)

 

HN: O que a Iberostar alteraria no barco?

Orlando Giglio: Colocaríamos mais um ou dois salões de eventos. Além disso, faríamos dois navios de 50 cabines ao invés de um com 74. 

HN: Qual o feedback de vendas das operadoras?

August: Uma grande parte de agências nacionais e internacionais ainda acredita no desconforto e no contato com o perigo. Quando o cliente entra no barco, fica surpreso. E as pessoas dizem que, se soubessem que era assim, teriam viajado antes.

 

HN: Como está a ocupação do barco? A expectativa foi alcançada durante esses anos de funcionamento?

Giglio: A procura vem sendo aquém da esperada devido a fatores externos e inesperados como: a crise dos controladores aéreos, a falência da Varig e a falta de vôos internacionais, principalmente da Europa, para Manaus, motivos que tornam o crescimento da ocupação lento.

Mas mesmo com todas estas dificuldades, o negócio tem se mostrado razoável. Sendo um navio que oferece seu serviço durante o ano inteiro – há saídas todas as quintas-feiras e domingos – não sofremos sazonalidade de alta e baixa estação. Esperamos que neste período de férias que se aproxima, tenhamos uma melhora na ocupação.

 

HN: O que as atividades do barco fazem pelas comunidades?

Giglio: É muito positivo o relacionamento com as comunidades que visitamos. As apoiamos em festas comemorativas, como Dia da criança e Natal, com distribuição de brinquedos e roupas. Além disso, entregamos material escolar e incluímos visitas a lugares onde são vendidos artesanatos confeccionado pelos moradores locais na programação do navio. É uma forma de criar uma relação justa e respeitosa com eles. A maior parte da mão-de-obra do navio é da região.

 

HN: Quais são os planos para 2008?

Giglio: A estratégia é tornar o barco mais conhecido no Brasil, inclusive na região Norte, nos Estados Unidos e na Europa, se for viabilizado um vôo direto para Manaus.

 

HN: Como a Iberostar vê o produto Grand Amazon?

August: Chamamos isso aqui de jóia. É um navio luxuoso em uma região inóspita. O aspecto de prestígio é estratégico. O Grand Amazon faz parte de uma política de expansão para colocar o pé no mercado brasileiro. O navio não vai fazer a Iberostar ficar mais rica, mas a empresa mantém o projeto por gosto. Se outro proprietário dependesse apenas dos recursos do navio, ele já teria fechado.

 

Serviço

www.iberostar.com.br