Localização da cidade de Guarulhos, com os bairros da Zona Norte de São Paulo que estão em volta, além do Aeroporto Internacional
(imagem: deloitte.com)

 
Considerada o portal de entrada da América Latina por conta do aeroporto internacional, a cidade de Guarulhos, localizada na região metropolitana de São Paulo, conta com uma população de mais de 1 milhão de habitantes e é detentora do oitavo maior PIB industrial do Brasil. O município tem se destacado na região por se posicionar nos mercados turísticos nacional e internacional como uma nova opção em hospedagem e eventos de médio e grande portes.
 
Estrategicamente localizada entre as importantes rodovias – a Presidente Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro; a Fernão Dias, ligando São Paulo a Minas Gerais; e a Ayrton Senna, que dá acesso ao Vale do Paraíba -, a cidade é um dos principais polos industriais da América Latina, gerando 254 mil empregos, contabilizando 2,3 mil indústrias de transformação, com destaque para os setores metalúrgico, de produtos elétricos, borracha, plástica, química, famacêutica e alimentícia.
 
O Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos Governador André Franco Montoro é considerado o complexo aeroportuário da América do Sul. Recebem por ano, 17 milhões de pasageiros, uma média diária de 100 mil pessoas, entre passageiros, acompanhantes, funcionários e visitantes. Aproximadamente 480 empresas operam no local, gerando mais de 23 mil empregos diretos e 60 mil indiretos, interligando São Paulo a 26 países e 76 cidades do Brasil e 41 do Exterior.
 
Começamos esta semana a primeira parte de uma matéria que investiga um pouco mais sobre o destino Guarulhos, seu pontencial turístico e como funciona a hotelaria da cidade.
 
Por Juliana Albino, com colaboração da Redação  
O fluxo de operações do aeroporto de
Guarulhos é um dos maiores do País
(foto: deloitte.com) 
 
Destino Guarulhos
Para Fernando Ruiz, gerente da Deloitte, Guarulhos possui um turismo essencialmente de negócios. A diversidade de hotéis próximos ao aeroporto faz com que a cidade tenha um movimento de pessoas que desejam descansar antes de embarcar para sua próxima viagem. “Há hotéis de padrão internacional, de redes mundialmente conhecidas. No quesito gastronomia, Guarulhos também não decepciona, são centenas de restaurantes para todos os gostos, desde a culinária chinesa até a tradicional cozinha mineira”, diz.
 
Ruiz acrescenta que é preciso desenvolver o potencial da cidade como destino de lazer. “Guarulhos, além de ser uma cidade industrial, deve também focar no trabalho com turismo. É possível envolver todo o município: falamos de 15 mil empreendimentos dos mais diversos setores. Com a gastronomia sendo desenvolvida na cidade, o turismo gastronômico pode ser um ponto estratégico, por exemplo”, acrescenta, colocando a proximidade com as zonas Norte e Leste de São Paulo como um facilitador.
 
Segundo Sergio Taveira de Assis, consultor executivo do Guarulhos Convention & Visitors Bureau (GRUCVB), a região tem se tornado uma segunda opção hoteleira para São Paulo. “Neste contexto, vemos a cidade crescendo com enorme parque hoteleiro. Além disso, em menos de dez anos foram instaladas diferentes opções gastronômicas, além de faculdades e universidades”, conta. Marcos Ianoni, presidente da entidade, também acredita que Guarulhos tem um grande potencial, sendo necessário explorá-lo de maneira sustentável.
 
“Guarulhos tem vocação de negócios porque tem o maior aeroporto da América Latina, grandes centro de eventos, fica próximo ao Anhembi Parque. Anteriormente, a cidade era vista como um bairro de São Paulo. Atualmente, temos ganhado espaço. Hoje, muitas pessoas que antigamente iriam para a capital preferem vir para cá para fugir do trânsito e até mesmo pela proximidade com o aeroporto”, diz Adam Akihiro Kubo, diretor do Departamento da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Guarulhos.
 
Adam Akihiro Kubo, diretor do Departamento da Secretaria
de Desenvolvimento Econômico de Guarulhos, ao lado
de Marcos Ianoni, presidente e Sergio Taveira de Assis,
consultor executivo, ambos do GRUCVB
(fotos: Juliana Albino)
De acordo com o GRUCVB, os hotéis associados – independentes ou de redes – somam 3 mil acomodações. A ocupação média destes empreendimentos durante o ano é de 66%, mas em janeiro deste ano este número chegou a 72%. “As grandes redes chegaram em Guarulhos em 2003, e desde então temos traduzido um padrão internacional para a nossa hotelaria, fazendo com que os hotéis se especializem. O nosso objetivo é promover no destino uma taxa de ocupação sustentável, que deve acontecer com um aumento gradativo”, destaca o consultor.

Hotelaria
O ibis Guarulhos é um dos representantes da categoria econômica na região central da cidade. Com uma ocupação de 65% e uma diária média de R$ 115, o hotel somou uma receita de R$ 8,9 milhões em 2010. Para este ano, a previsão é obter uma receita de R$ 9,6 milhões, com crescimento de 7,5% em receita bruta.

 
“Por ser um hotel econômico, temos uma rotatividade muito grande, com público que permanece no hotel entre um e dois dias. O aeroporto traz ao Ibis tanto o público de negócios como de lazer, o que nos ajuda a driblar a concorrência com um público direcionado para este produto. O público corporativo representa 30% dos hóspedes que vêm do aeroporto durante a semana. Nos finais de semana, recebemos muitas famílias”, destaca Rogério Giacomelli Sallum, que na ocasião da reportagem era gerente geral do hotel. Atualmente, o executivo está atuando no ibis São Paulo Paulista.
 
Já o Bristol International Airport Hotel, um midscale, tem grande parte dos hóspedes oriundos do Aeroporto, em sua maioria tripulações. Para Eduardo Sabino, gerente nacional de Vendas da Bristol, o hotel atende desde os profissionais da aviação até executivos de navios da zona portuária de Santos, por conta da relativa proximidade com a cidade litorânea. “Nos meses de dezembro a fevereiro, o lazer é muito forte, assim como o day use. No acumulado do ano, o público do aeroporto representa entre 20% e 25% da ocupação, enquanto o corporativo fica em torno de 40%”, diz.
 
Cristina acredita que a ocupação deve
ser menos desleal na cidade
 
Para Cristina Réis Marques, gerente geral do Comfort Hotel Guarulhos, o mercado da região é muito desafiador, uma vez que os próprios meios de hospedagem não valorizam o seu produto. “O Comfort tem a maior diária, um acumulado de R$ 135, mas os concorrentes não passam informações e tem uma guerra tarifária instalada. Em São Paulo é diferente, pois os hoteleiros valorizam o produto”, diz. “O segundo ponto é que o aeroporto gera uma grande demanda, que além de alimentar a oferta de Guarulhos, acaba conquistando o público que anteriormente se hospedava em hotéis de São Paulo e agora vem para cá por conta da menor distância”, explica. 
 
A executiva destaca que, dentre as metas para 2011 estão o trabalho com a diária média. “Percebemos ao longo dos últimos seis meses que a ocupação vem sendo sustentável, chegando a 70%. Tenho uma diária média líquida de R$135 e quero aumentá-la em até 10% ou 15%. O diferencial do nosso hotel está no treinamento nos colaboradores, que reflete no serviço prestado ao hóspede”, enfatiza Cristina.
 
O Slaviero e.xecutive Guarulhos é um dos empreendimentos da região que não depende prioritariamente do aeroporto para manter sua ocupação. “Quando assumi o hotel, tínhamos uma ocupação de 45%. Hoje, já alcançamos 70%. Guarulhos não tem empresas novas chegando no mercado, a realidade é que brigamos pelo público das mesmas empresas. Trazer diferencial no atendimento hoje faz com que o hotel se destaque no market share da rede”, enfatiza Rolemberg Araújo, gerente geral da unidade.
 
Mas o aeroporto não está lista dos primeiros alvos de ações para captação de novos hóspedes. “Acredito ser prudente criar nosso trabalho voltado ao perfil corporativo. Criamos uma nova acomodação denominada de Master floor, com categoria luxo superior com serviços diferenciados no enxoval, entrega de jornal no apartamento, abertura de cama, chocolate no quarto, café da manhã como opção para o cliente. Este serviço faz com que possamos competir no mercado”, menciona.
 
“O que falta em Guarulhos é o investimento do poder público, pois o hóspede fica sem saber o que fazer na cidade. Falta uma feira de arte ou uma pista de cooper em pontos estratégicos, pois no centro temos quatro das mais renomadas redes do País: Accor, Atlantica, Slaviero, Bristol, que recebem turistas nacionais e internacionais. Com atrativos, poderíamos fazer com que esse hóspede permanecesse mais tempo em Guarulhos”, afirma.
 
Rolemberg Araújo acredita que o poder público deve
investir na cidade para cativar um novo nicho de público
Hotéis independentes
“Guarulhos é a bola da vez”, afirma Carlos Sarsano, gerente comercial da Mônaco Hotéis, empreendimentos independentes de grande representatividade de Guarulhos, com duas unidades no centro da cidade. O gerente explica que o mercado hoteleiro local sempre teve muitas oscilações, mas que atualmente tem se projetado com níveis de crescimento satisfatórios. “Desde que as grandes redes vieram para a cidade, e com exceção de 2009, houve um grande crescimento nos últimos anos. A boa ocupação de 2008 cresceu em 2010”, conta.

 
“O Mônaco Convention opera com 193 UHs mais 44 UHs do Mônaco Center, o que totaliza 237 apartamentos. Fomos os primeiros a chegar a Guarulhos, em 1989, e até então ninguém tinha acordado para bom resultado dos próximos anos”, diz Sarsano. “Em 1993, a rede Deville chegou em Guarulhos, vislumbrando que a cidade precisaria de hotéis nos próximos anos. Em 2001, veio a Accor e, em seguida, a Bristol. Nos primeiros anos, reinamos sozinhos, e nesse período aproveitamos a oportunidade para nos firmar no mercado da cidade”, aponta.
 
Jorge Luiz Correa, gerente do hotel, destaca que a concorrência faz parte da atuação na cidade, e tanto os hotéis independentes como de rede devem ter seu diferencial. “Por ser um hotel familiar, temos serviço de mensageiro, room service, modernizamos os corredores e acompanhamos as redes com investimentos altíssimos. O mercado hoteleiro está em alta, e a vinda dos grandes eventos (Copa e Olímpiadas) gera expectativas. Guarulhos é a terceira maior cidade do Estado, e as cidades vizinhas serão muito bem aproveitadas durante as competições”, afirma Correa.
  
“Não temos grandes eventos, mas os hotéis estão enchendo e as pessoas procuram opções próximas a São Paulo. Entidades como o Guarulhos CVB, o SPCVB (São Paulo Convention & Visitors Bureau) e a ABIH-SP (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de São Paulo) têm dado uma força para a hotelaria se desenvolver na região”, diz. Correa conta que a expectativa de ocupação média para o ano de 2011 é de 70%, mantendo o mesmo acumulado de 2010.
 
Carlos Sarsano e Jorge Luiz Correa reforçam ações para
cativar novos hóspedes com serviço e atendimento diferenciado
 
Proximidade com o aeroporto
Marcos Vinícius Alves, gerente do Matiz Guarulhos, enfatiza que a proximidade com o aeroporto traduz-se em um grande percentual de ocupação. “Grande parte no nosso público é proveniente do Aeroporto de Guarulhos, seja por atrasos de voos, cancelamentos, perdas de conexões, manutenções de aeronaves ou até mesmo clientes que preferem chegar um dia antes, ficar hospedado com todo o nosso conforto e cordialidade, e ainda ter a praticidade de estar a 8 minutos do aeroporto”, explica.
 
Segundo ele, o mercado da cidade está aquecido em relação ao ano passado. “Comparado ao ano anterior, com ocupações cerca de 5% superiores que em 2010, ainda que as diárias não tenham apresentado uma elevação significativa. Já no caso específico do Matiz Guarulhos, apresentamos uma queda de aproximadamente 15% na ocupação devido um retrofit que fizemos em 25% dos nossos aptos, mantendo-os interditados por pouco mais de um mês”, diz. “Mesmo com um mercado contrário ao aumento tarifário, nossa unidade apresentou um aumento de 19% quando comparamos os resultados do 1º trimestre de 2010 com o mesmo período em 2011”, completa.
 
O perfil do hóspede inclui clientes em trânsito, tanto particulares como corporativos. “Existe uma fatia de clientes que se hospeda conosco por trabalhar ou prestar serviços nas inúmeras empresas que temos ao nosso redor. O nosso centro de convenções, com capacidade para até 350 pessoas, também acaba sendo considerado um grande atrativo local. A rotatividade de hóspedes de forma não programada é hoje o nosso maior desafio, pois impacta diretamente em uma atividade que chamamos de gerenciamento de picos. É difícil prever essa rotatividade quando muitos dos nossos clientes são passageiros de companhias aéreas e, portanto, dependentes de adversidades climáticas e operacionais de empresas aéreas e aeroportos. Nesse caso, contamos sempre com o comprometimento e a dedicação dos nossos profissionais, que são altamente capacitados”, acrescenta.
 
E se o aeroporto não existisse?
Tavera, do GRUCVB, afirma que a cidade não é somente o aeroporto. “Temos um enorme potencial de constate crescimento com as indústrias que cercam a nossa cidade. Agora, sem ele, os hotéis morreriam, principalmente os mais próximos dali. Os que estão situados perto da região central manteriam a sua ocupação com o corporativo, pelo número de empresas ali. É preciso entender todos os dias, que Guarulhos não deve depender somente do aeroporto. Há projeção de crescimento no aeroporto e de até triplicar o número de passageiros, mas ao mesmo tempo esse crescimento pode ser limitado”, diz.
 
Cristina Reis, do Comfort, menciona que, sem aeroporto a cidade não teria bons resultados com ocupação. “Anteriormente, o aeroporto foi o grande objeto de sustento do hotel. Atualmente, tem-se uma demanda de 50% dos hóspedes do hotel provenientes do aeroporto e outros 50% do corporativo. Precisamos aproveitar as oportunidades, uma vez que São Paulo, pela grande demanda de eventos já começa a utlizar a rede hoteleira das cidades de seu entorno. É preciso estar de olho nessa oportunidade com o público corporativo”, explica.
 
Os hoteleiros acreditam que Guarulhos será a principal
opção de hospedagem para os grandes eventos
 
Araújo aponta que o aeroporto significa 15% da ocupação do Slaviero. “Este resultado é pela escolha em não focar as ações somente neste emissor e ter o foco voltado no corporativo. O aeroporto atraiu grandes empresas e um público corporativo para região, e a cidade tem uma grande representatividade no cenário turístico. Na Copa de 2014, por exemplo, estaremos mais próximos do futuro estádio do Corinthinas, que pode sediar alguns jogos do mundial. Temos que tornar nosso produto atraente, uma vez que as pessoas podem querer se hospedar aqui por conta da distância. Acredito que, desta forma, o poder público será obrigado a investir mais na cidade”, afirma.
 
Diálogo dos hoteleiros
Para unir o segmento da região, o convention de Guarulhos organiza reuniões mensais com os hoteleiros da cidade, e quase todos os dias envia às unidades associadas o panorama de ocupação e diária média da região. “Promovemos o diálogo com bastante frequência, uma vez que precisamos nos unir para projetar Guarulhos no cenário nacional e internacioinal. A nossa meta é ter um crescimento expressivo em 2011 com o aquecimeno das feiras como no Anhembi”, aponta.
 
Entre os hoteleiros, as opiniões sobre a união do trade são controversas. Para Sabino, do Bristol, ainda falta um entrosamento maior. “Um bom exemplo é a região Sul de São Paulo, onde os profissionais se comunicam e trabalham em parceria constantemente, os hotéis bares e restaurantes firmam parcerias, fazendo com que haja um linhamento no setor”, diz. Correa, da Monaco Hotéis, diz que a ligação com os hoteleiros da região promove uma liberdade maior de diálogo. “Estamos em um mesmo barco, e as informações passadas diariamente pelo GRUCVB nos alinha”, destaca.

Araújo, do Slaviero, aponta que o diálogo é muito importante na formação da cadeia produtiva do turismo. “Aqui, sempre damos o nosso melhor. Sou amigo dos hoteleiros, concorremos mas somos amigos, cada um obtém lucro com o seu produto. Ao nos comunicarmos, podemos tornar mais estratégicas nossas ações em prol de Guarulhos”, afirma.

 
Eduardo Sabino, gerente nacional de Vendas da Bristol,
Elisangela Ferreira da Silva, assistente de Reservas e Denis Galbiati, gerente comercial, ambos do Bristol Guarulhos
 
 
Investimento no turismo da região
O gerente do Slaviero acredita que o poder público da cidade precisa ajudar a hotelaria aprimorando as melhorias de infraestrutura na cidade. “O prefeito sabe que recebemos turistas internacionais e as praças da cidade estão abandonadas, não temos nada de atrativo para apresentar a esse visitante. Aos domingos, em Guarulhos, não se tem nada para fazer. Por que não criar algo como a feira que existe no Masp ou mesmo em Embu das Artes, assim como da Praça da República? Hoje a cidade tem ótimos restaurantes, há cultura com diversos artesãos, o que precisa é de incentivo e investimento”, diz.
 
Sabino também aponta o potencial gastronômico da cidade. “Guarulhos melhora a cada dia, por apresentar diversas opções de restaurantes. A Avenida Paulo Facinni tem diversas opções de café, lancheteria, restaurantes, a cidade teve progresso”. Para Sallum, do ibis, Guarulhos tem grande potencial, principalmente levando-se em consideração o mercado hoteleiro na capital. “A cidade de São Paulo está saturada, hotéis não serão mais construídos na cidade, por que então melhorar a infraestrutura e manter um padrão de serviço e atendimento da cadeia hoteleira e aproveitar desse benefício?”, coloca.
 
Capacitação

Dentre os investimentos na melhoria do serviço estão os projetos de capacitação desenvolvidos pelo Convention da cidade. Tavera aponta que em 2007 teve início na cidade, juntamente com cidades do Vale do Paraíba, o Projeto Recebendo Bem o Turista Vem. O objetivo é alcançar as demandas de Guarulhos como das cidades cricunvizinhas, contemplando os 17 munícipios no Vale do Paraíba. A fase dois do projeto, que aconteceu em 2009, fez com que a de estruturação desses cursos abrangesse desde as áreas de recepção, reservas, A&B, além de alcançar os artesões.
“Conseguimos capacitar 1.700 dentre Guarulhos e Vale do Paraíba.
Temos novos projetos de capacitação certificando todos os hotéis da cidade, com verba do Ministério do Turismo para captar novos projetos em um valor de R$ 400 a 600 mil destinados aos cursos. Queremos fomentar diálogo entre os hotéis, visando lutar em prol do desenvolvimento sustentável em Guarulhos. Os hotéis próximos do aeroporto pela proximidade tem a vantagem de atrair o corporativo, mas queremos mostrar que os hotéis do centro podem contar com opções de lazer, compras, gastronomia”, fala. 
 
“Este ano, vamos continuar com projetos e ações de capacitação para que os hotéis possam aperfeiçoar seu serviço, além das equipes de atendimentos dos balcões de informações no shopping Guarulhos e Aeroporto. A média de atendimento registrado é de 45 mil informações ao mês, onde por dia costumam passar 100 mil pessoas sendo uma vitrine para divulgar o turismo da cidade”, enfatiza Tavera. Outro ponto de destaque apontado pelo executivo é a geração de novas estratégias para melhorar o atendimento na região. “A nossa meta é acolher muito mais que receber. Temos trabalhado em quatro vertentes com ações de marketing, acolhimento e potencialidade de Guarulhos”, destaca.
 
Um dos investimentos recém-criados na cidade, a ponte estaida que facilita o acesso para o centro e bairro da cidade
(foto: spogelse.blogspot.com) 

Futuro
Fernando Ruiz, da Deloitte, acredita que a cidade de Guarulhos deve continuar a ser voltada ao turismo de negócios, pois tem o maior centro empresarial da América Latina, além de ter o maior aeroporto e ser um importante centro industrial, mesmo não tendo grandes atrações de lazer. “Em resumo, a indústria do turismo manterá seu crescimento devido à movimentação de passageiros no aeroporto, principal porta de entrada de turistas internacionais,
seguindo o crescimento do setor no Brasil. Com a implantação da estação do TAV, a movimentação em Guarulhos irá aumentar. No entanto, a demanda de passageiros dos voos se deslocará parcialmente para Viracopos (Campinas), devido ao limite da capacidade do aeroporto da capital”, explica.
 
“A expectativa para o turismo doméstico no Brasil é a mais positiva possível, devido aos grandes eventos como a Copa de 2014 (com possível abertura dos jogos no bairro de Itaquera, próximo a Guarulhos), e as Olimpíadas 2016 no Rio de Janeiro. Trem de Alta Velocidade Rio-São Paulo (TAV RJ-SP) ou ainda TAV Brasil é um projeto do governo federal de trem de alta velocidade com a função de interligar as duas principais metrópoles brasileiras e os dois maiores aeroportos internacionais do Brasil: Guarulhos e Galeão. A estimativa de demanda por conta deste projeto é de 32 milhões de passageiros por ano”, finaliza Ruiz.
 
Serviço