A cidade de Ilhéus, na Bahia, se prepara para a volta do cultivo em massa do cacau, que perdeu espaço devido a pragas agrícolas, falta de manutenção e secas. O objetivo é recuperar o chamado "turismo do chocolate" na terra do famoso romancista Jorge Amado.

A população está engajada no cultivo do "fruto dos deuses" em toda a região, trabalhando na recuperação de regiões históricas como o Rio do Braço, primeiro distrito de Ilhéus, e a antiga estação ferroviária, onde o cacau era negociado entre as décadas de 1920 e 1930. 

"Rio do Braço é o primeiro distrito de Ilhéus, e tremendamente importante. Foi cenário para novelas, filmes e onde o escritor Jorge Amado inspirou-se para as suas obras. Recuperar a região é mais do que um ponto de vista histórico e cultural, portanto", diz Lucas Kuschewsky, empresário e líder do projeto de revitalização da região.

A primeira ação foi transformar as ruínas do galpão principal, onde era armazenado o cacau, em um restaurante de comida típica, atraindo turistas e habitantes dos arredores. A cidade porém, ainda explora o comércio dos produtos derivados do cacau. Entre eles, peças de artesanato, produtos de beleza e de higiene, além da gastronomia popular.

Com o mais extenso litoral da Bahia, região conhecida como Costa do Cacau, o município foi estabelecido em 1536, e as marcas da era colonial portuguesa ainda podem ser vistas na arquitetura do centro da cidade, como a estátua do poeta grego Sappho, usada como adorno em um navio português entre 1924 e 1927.

A recuperação da região tem o apoio dos resorts da região, em especial o Cana Brava, que tem na figura do seu gerente, Rafael do Espírito Santo, um dos maiores entusiastas do "turismo do chocolate".

* Crédito da foto: Pixabay/eliasfalla