Jaqueline Queiroz
(foto: divulgação/arquivo pessoal)

De acordo com estudos psicológicos temos por volta de sessenta mil pensamentos por dia e cerca de 60% a 70% deles são negativos. Pensamentos do tipo: “Eu sou o único a passar por isso.” “Tudo está contra mim” “A sorte não é minha aliada”. Isto não deve ser encarado como algo anormal, mas sim como uma condição normal do funcionamento humano. Assim sendo, como seria possível trabalhar como uma quantidade tão absurda de pensamentos negativos? Discernir seria a chave. O significado de discernimento nos remete a seguintes afirmações: substantivo masculino : 1.capacidade de compreender situações, de separar o certo do errado; 2.capacidade de avaliar as coisas com bom senso e clareza; juízo, tino. 

Você me pergunta: como ser capaz de compreender ou avaliar as coisas em meio a uma crise? Te questiono: em meio a um cenário aonde todas as condições são ideais, que tipo de discernimento você é capaz de aprender? Ou seja, a crise infelizmente ou felizmente é necessária e a sua capacidade de compreensão e avaliação só pode ser exercida na pratica. O primeiro entendimento que devemos ter antes de discutir sobre a importância do discernimento, é de que na vida não existem coisas boas ou ruins, mas sim as nossas percepções acerca das situações e como tiramos proveito delas. Ate mesmo o enceramento da vida de uma pessoa enferma pode ser vista como algo positivo – um descanso para um sofrimento. 

Existe uma frase que diz: “Nossas interpretações determinam nossas experiências”. Assim, se temos que ser capazes de lidar de forma construtiva com os nossos pensamentos negativos diários – que são uma condição humana normal – porque seria diferente acerca das nossas dificuldades ou crise? Não existe aprendizado sem desafios, tendo isto em vista, afirmo que o discernimento é uma chave de extrema importância para condução de nossas escolhas e decisões em nossas vidas, que nos torna cada vez mais independente e liberto das amarras da ignorância das nossas próprias vontades. 

Irão existir momentos que teremos que abrir mão ( temporariamente) de nossos sonhos em favor das necessidades financeiras ou familiar, porem se faz importante discernir, ou seja, separar o que é momentâneo e o que realmente temos como proposito em nossas vidas e utilizar de nosso plano B ou alternativas emergenciais como fatores que estão indiretamente nos preparando para aquilo que almejamos, ou seja, nos tornando mais pacientes, valorizando o que é essencial, sendo mais humildes, nos tornando mais independentes, enfim…

Meu objetivo central com este artigo é focar na utilização do discernimento acerca da opinião alheia sobre nossas vidas ( e isso inclui pais, parentes e amigos). Tendo em vista a importância do auto –conhecimento , que nos leva a condução do discernimento acerca daquilo que buscamos com maior clareza, acredito que se faz importante antes de acatarmos qualquer opinião – seja na crise ou não – nos fazermos três perguntas em relação a pessoa que opina: 1.Quanto esta pessoa sabe da minha situação atual? 2. Esta pessoa já passou por algo igual ou semelhante? 3. Quais os benefícios que essa pessoa já teve ou o que superou depois de algum desafio?. Opinião por opinião, não ajuda, e se não tivermos a clareza e discernimento sobre nossas vidas , as opiniões supérfluas acabam nos confundindo, atrapalhando e pior ,nos fazendo desistir. Por base nas respostas destas perguntas você pode exercer o discernimento de qual opinião é realmente útil para sua vida, pois no final das contas – sempre possuímos nossa intuição( também requer discernimento entre os nossos desejos, mas isso é um papo para outro artigo).

Assim o discernimento é como uma chave, que nos é moldado de acordo com os nossos aprendizados e que nos da acesso a informações cruciais: primeiramente sobre nos mesmos, e depois fazendo uma leitura sobre o outro e como as informações que ele possui pode ou não nos ser útil. Discernimento exige raciocinar. Raciocinar exige filtro, e este filtro depende das nossas escolhas e decisões. Pensamentos negativos ou positivos são gerados a partir de nossas crenças. E para nos libertarmos de crenças limitadoras, temos que entender como e o que pensamos e escolher nossos pensamentos, pois você não é o que pensa, mas sim aquilo que acredita. Ou melhor, você é os pensamentos cujo quais você alimenta. Esqueça pensamentos que tem como base o medo! 

Desta forma é você que decide se será comandado pela negatividade e como utilizara do seu discernimento acerca das situações, pessoas e opiniões, para absorver o que é realmente útil e necessário para você. A crise nos traz uma oportunidade inesgotável de ‘exercícios’ para nosso discernimento e põe a prova as nossas decisões e consequentemente o caminho que seguiremos. O ponto principal é: o discernimento não necessariamente ira trazer aquilo que você almeja momentaneamente, mas te auxiliara a saber aonde esta indo e como ate mesmo a situação adversa pode contribuir para aquilo que deseja, pois quando não se tem essa clareza a tendência é ir para desistência. Discernimento é a base do verdadeiro e real otimismo!

Jaqueline Queiroz é Bacharel em Administração Hoteleira e curso técnico em Administração de Empresas. Especialista em relacionamento com clientes e qualidade, atuou no setor de Guest Service e recepcionista, além de ter passado pelo departamento de Conciergerie e, por últimos, nas funções de Comissária e Supervisora de Atendimento na empresa aérea Emirates, em Dubai. No Brasil trabalhou em marcas  renomadas como Sofitel e American Express.

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