Michel Albahari, diretor de Vendas & Marketing do
SuperClubs para a América Latina
(fotos: Gabriel Guirão)

Graduado em Hotelaria e Turismo pela Universidad Nuevas Profesiones e com especialização em Hotelaria pela Corner University, nos Estados Unidos, Michel Albahari atua há 20 anos no trade. O início de sua carreira foi no cargo de recepcionista de uma unidade do InterContinental Hotels Group na Venezuela. A partir de então passou por diversas funções no departamento de vendas até chegar, após 13 anos na companhia, a diretor regional para Venezuela e Caribe.

Após a longa experiência, atuou durante um ano e meio no grupo Sol Meliá, passando para operações ao integrar a equipe da marca Radisson. Há três anos, o executivo, que nunca sequer havia visitado o país, mudou-se para o Brasil e voltou a trabalhar em vendas. Desta vez como diretor de Vendas & Marketing da rede SuperClubs para a América Latina. Confira abaixo suas opiniões sobre a hotelaria local e os planos do grupo para os próximos anos no Brasil.

Por Thais Medina

Hôtelier News: Quais as metas de novas unidades do SuperClubs para os próximos anos no Brasil?
Michel Albahari: Ainda para este ano, mais precisamente até outubro, será inaugurado o Starfish Aracaju, em Sergipe. Já no Rio de Janeiro vamos abrir, em novembro de 2008, o Breezes Búzios, com atividades externas e internas, incluindo quadra coberta de tênis, futebol de salão, pistas de skate e boliche, minigolfe, sala de jogos e discoteca.

No início de 2009 teremos também a abertura de uma unidade Breezes em Canavieiras, na Bahia. Esse empreendimento vai contar com 280 apartamentos e será direcionado principalmente para famílias, adultos e maioridade, já que terá como foco principal o turismo de pesca em alto mar. Para tanto vai contar também com uma marina.

Além desses hotéis, também estão em estudo inaugurações nas capitais baiana e curitibana.

  

HN: Como é o projeto para Sergipe?
Albahari: Em Aracaju notamos a falta de hotéis de qualidade. Decidimos, então, investir com uma unidade que vai
atingir tanto o turismo de lazer quanto o de negócios, já que no destino há um pólo petroquímico bastante importante. Na primeira etapa, que começa a ser construída entre fevereiro e março do ano que vem, serão com 225 apartamentos. Na segunda fase dobraremos o número de UHs.

HN: Sobre o Breezes Costa do Sauípe, o resort sofreu muito com a guerra tarifária do destino?
Albahari: Acredito que a guerra tarifária é uma conseqüência do trabalho. Ela começa quando a empresa não tem uma fatia de mercado e isso não inclui o Breezes. Nosso empreendimento baiano apresentou lucro em todos os anos de operação e, para tanto, nunca foi necessário que baixássemos o valor da tarifa nem mesmo quando houve uma forte “guerra”, há dois anos. Para se ter uma idéia do que estou dizendo, atualmente nossa diária gira em torno de R$ 500 por apartamento duplo.

    

HN: Com a saída das unidades Sofitel, da bandeira Accor, o que muda para o Breezes?
Albahari: A saída dos resorts Sofitel é ruim no atual momento, pois trata-se de uma marca conceituada, mas o fato da possibilidade de uma outra bandeira internacional ingressar em seu lugar é fantástico, já que vai resultar na visita ao destino de clientes próprios da rede que vai passar a administrar os hotéis, novo mercado e mais volume de negócios. O que vale deixar claro é que o complexo continua operando normalmente e cumprindo com seus compromissos, inclusive de eventos.

HN: A SuperClubs tem interesse em passar a operar os hotéis ainda administrados pela Accor no destino baiano?
Albahari: O grupo possui capacidade de operação das duas unidades sim. Enviamos uma proposta para Sauípe que está sendo analisada. Nossa idéia é incluir outro empreendimento Breezes, para casais e
grupos, e um Starfish, como uma alternativa de hospedagem com valor mais acessível. Se conquistarmos os empreendimentos, ótimo. Caso contrário, continuaremos trabalhando bem da mesma maneira.

   

HN: Qual a principal diferença entre as bandeiras Breezes e Starfish?
Albahari: A marca Breezes, assim como a Starfish, é voltada principalmente para o público de lazer, porém a segunda é um pouco mais econômica e não oferece pacote super inclusive – seu standard inclui café da manhã e jantar.

HN: Como o grupo SuperClubs vem se portando diante da crise aérea que afeta o Brasil desde o acidente da Gol?
Albahari: Ao contrário do que se pode imaginar, nunca trabalhei com hotéis que tivessem uma ocupação tão alta até mesmo com a crise. Mas claro que também fomos afetados. Sentimos tanto o impacto na quantidade de turistas domésticos quanto estrangeiros. Essa situação continua atrapalhando a hotelaria em geral assim como a queda do dólar, que torna a visita ao país com custo muito alto à parcela de mercado internacional.

HN: Como está a ocupação dos empreendimentos brasileiros da SuperClubs?
Albahari: Considerando o Breezes Costa do Sauípe (BA), registramos em maio a melhor taxa de ocupação desde a abertura do resort, com 83%, superando, mais uma vez, nossas expectativas. Já o Sonesta Brasília (DF), recém-inaugurado, também está com índice acima do imaginado para o ano – 55% -, ultrapassando 60%. E o Sonesta São Paulo (SP) vem batendo os recordes dos anos
anteriores. Em 2006 fechou com 51% de ocupação e diária média de R$ 109, números que serão batidos em 2007 com 60% e R$ 125 respectivamente. O boom de flats parou e a demanda e a procura estão melhor equiparadas. Acredito que daqui a um ano e meio vamos conseguir alcançar em São Paulo as tarifas trabalhadas no Rio de Janeiro.

  

HN: Quais são os planos de novas unidades para o restante da América Latina?
Albahari: Uma abertura no continente, prevista para o início de 2009 é o Breezes Panamá. Este será o primeiro desenvolvimento fora do Brasil e das regiões no Caribe onde o grupo atua – Cuba, Jamaica e República Dominicana. O hotel terá 300 apartamentos e ficará entre o Canal do Panamá e a Cidade do Panamá.

HN: Que dica você dá aos estudantes que também querem conquistar uma carreira brilhante?
Albahari: A formação universitária é muito importante, mas a experiência é fundamental. No entanto, é preciso ser bastante paciente, já que a ascensão à carreira não é meteórica. É interessante para estudantes e recém-formados que trabalhem em várias áreas, pois conhecimentos básicos sobre todo o hotel ajudam bastante para entender o desenvolvimento deste. Pode-se dizer que a vida de hoteleiro é um pouco sacrificada, mas sem dúvidas as recompensas são grandiosas.

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