Todo mundo diz que o trabalho na hotelaria é tão gostoso que, quem entra, costuma se apaixonar e não sair mais. A palavra paixão, aí, implica no envolvimento com a causa, no contentamento em se dedicar à profissão. Mas ela também pode resultar em outro sentido, aquele que já conhecemos bem e que desencadeia emoções imbuídas de corações acelerados e sorrisos sem fim.
Veja, agora, três exemplos de casais que entendem muito bem destes dois tipos de paixões…

Por Karina Miotto


(fotos: arquivo pessoal)

Elisabete Japiassu trabalha há 23 anos como relações públicas do Le Meridien, no Rio. Foi lá que conheceu Orlando Giglio, diretor comercial da Iberostar

“Será que isto vai dar confusão?!” foi o primeiro pensamento que passou pela cabeça dele quando se viu encantado por Bete. Trabalharam juntos por algum tempo até “despertar o sininho”, como conta ele.”Tínhamos o cuidado de não deixar ninguém perceber, mas o Rio, você sabe, é uma aldeia…”.
Tanto é que, se disfarçavam muito bem o namoro durante a semana, aos sábados e domingos sempre encontravam alguém do hotel quando estavam juntinhos no cinema ou passeando por aí. “Dois adultos tendo que se esconder era chato, mas ao mesmo tempo, engraçado. Apimentou a relação. Abafamos o relacionamento só por seis meses e graças a Deus a diretoria não criou impedimento quando ficou sabendo da gente”, lembra Bete.
E seis meses foi justamente o tempo que precisou para que ela se mudasse para a casa dele. Estão juntos há 14 anos.

Com a palavra…
Bete
“Como marido, o Orlando é um grande companheiro para todas as horas. Por incrível que pareça, ele me acompanha, sem reclamar, nas compras de supermercado ou quando vou ao shopping. Aliás, prefiro comprar roupas com ele, pois tem muito bom gosto. Outra coisa que admiro nele é seu bom humor, pois está sempre rindo ou contando piadas. Como profissional, nunca vi tanta responsabilidade e empolgação com o que faz. Veste a camisa mesmo, é um apaixonado pelo turismo”.

Orlando
“As qualidades profissionais que mais admiro na Bete são sua competência, discrição, organização e seriedade. Além disso, ela é uma esposa que compreende horários, viagens, essas ausências obrigatórias causadas pela minha profissão. Às vezes tais compromissos até contam a favor de nossa relação, mas vez por outra ela sente falta e eu também. O importante é que queremos ficar juntos e nos admiramos mutuamente”.

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Marcelo Bicudo, diretor de marketing da Atlantica Hotels International, e Andreza Dreher, gerente de vendas da Pestana Hotels & Resorts

Ele trabalhava na Utell, em São Paulo. Ela, na Blue Tree, em Porto Alegre. Como a rede era cliente do Marcelo, os primeiros encontros foram acontecendo, até que viraram amigos sem perder o contato mesmo com a enorme distância entre as duas cidades…

O tempo passou, a amizade virou amor e depois de seis meses de namoro, já estavam casados. Eles gostam muito de viajar – inesquecível mesmo foi a primeira viagem internacional para Buenos Aires, na Argentina. “Foi muito especial! E no fim deste ano, vamos para a Austrália e para a Nova Zelândia realizar mais um de nossos sonhos!”, contam, felizes.

O destino deu a dica apesar da distância e eles foram em frente. Como me disseram, “namorar alguém da mesma área não estava nos planos, mas estas coisas a gente não escolhe. Simplesmente segue o coração”.

Com a palavra…
Marcelo
“A Andreza tem auto-confiança em lidar com todo tipo de cliente, é disciplinada e tem responsabilidade em entregar o melhor de si em tudo o que se propõe. Além disso, é minha mulher… seus valores são muito fortes (admiro muito isso). Super cativante por sua energia e carisma, é alguém que me incentiva a ser uma pessoa cada vez melhor”.

Andreza
“Minha mãe sempre diz que não devo fazer propaganda de marido! (risos). Sou fã número um do Marcelo. Ele é extremamente criativo, inteligente, responsável e correto. Quando o elogiam para mim, fico super orgulhosa e percebo o quanto é querido por todos os que trabalham com ele. Uma pessoa ótima de conviver, de bem com a vida. É divertido, cativante e está sempre disposto a evoluir”.

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Lina Giosa, gerente de serviços do Tryp Itaim, e Alexandre Dantas, gerente de contas da rede Pestana

Lina trabalhava há uma semana como recepcionista na Normandie Design Hotel, em São Paulo, quando Alexandre Dantas a viu logo em seu primeiro dia de trabalho e imediatamente pediu a taxa de ocupação.
Como ela não sabia operar o sistema, começou a contar quarto por quarto e demorou um tempo até fazer as contas e dar o número correto a Dantas. Ele percebeu, achou engraçadinha a situação e esperou, paciente, a resposta da nova recepcionista que se enrolava em sua frente. “Demorei o maior tempão para dar a resposta!”, conta Lina, aos risos. Ele também se lembra desta cena com carinho. “Estava no meu primeiro dia e, como de costume, queria conhecer a recepção e fazer algumas perguntas, entre elas como a andava a taxa de ocupação. Aquele momento foi mágico e mudou completamente a minha vida”. Mudou mesmo…

Depois de um mês, veio o primeiro beijo. Era janeiro de 2000. Em dezembro, ficaram noivos. Conseguiram disfarçar tão bem que as pessoas só ficaram sabendo do noivado quando estavam juntos há quase um ano. O casamento aconteceu em fevereiro de 2004 e a festa, claro, foi em um hotel. Pelo que Dantas conta, a comemoração foi mesmo pra lá de especial e deixou os convidados bem à vontade. “Ficamos tranquilos em relação ao local, planejamos bem e acho que todos gostaram! Além do custo benefício do lugar, estávamos com nossos amigos – a maioria trabalha na hotelaria, ou seja, tudo mundo em casa!”.

Com a palavra…
Lina
“Para mim foi tudo uma surpresa. Não me vejo fazendo outra coisa, não poderia ter conhecido o meu amor em outro lugar que não em um hotel! O Alê faz parte da minha vida desde o meu primeiro trabalho na hotelaria. O que mais posso querer? Tenho a profissão e o marido que amo! Todos os dias aprendo com ambos sobre respeito, perseverança, gentileza e a importância de cada momento”.

Alexandre
“Ser casado com álguém da hotelaria torna mais fácil a compreensão do estresse do dia a dia, sem nenhum ponto negativo. Acho bom falar de trabalho em casa quando é uma informação pontual relacionada ao mercado hoteleiro – mas no geral, prefiro evitar. Como profissional, admiro sua organização, diciplina e equilíbrio. Como minha mulher, Lina é amável, companheira e justa. Quando me lembro que nos conhecemos dentro da hotelaria, o sentimento que me vem é de satisfação por trabalhar naquilo que amo e que me deu de presente um outro amor”.