Fachada quase comum do Park Royal On Pickering, em Cingapura
(fotos: Juliana Bellegard)

Sabe-se pouco sobre os Jardins Suspensos da Babilônia, construídos pelo rei Nabucodonosor na Mesopotâmia, apesar de serem considerados uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Se o tal palácio com diferentes andares de jardins existiu, talvez se parecesse com o projeto arquitetônico do Park Royal On Pickering, em Cingapura.

Como descrever um prédio cuja fachada sequer cabe inteira em uma foto só? A primeira imagem, do letreiro que identifica o hotel não faz jus à estrutura cuidadosamente planejada. Aberto oficialmente no último mês de janeiro, o empreendimento consiste em um edifício com dois cortes côncavos que acomodam jardins suspensos, colunas redondas e vidros escuros, compondo um conjunto que pareceria demasiado futurista se não estivesse instalado na já bastante futurista Cingapura.

É um eufemismo – ou uma redundância – dizer seu conceito é ser um hotel "verde". Esta ideia cresce literalmente nas paredes do edifício e em seu interior. Sua proposta é redefinir a skyline do destino, acrescentando natureza na "selva de concreto". São 15 mil m² de jardins, incluindo todo o verde da área de lazer, ao redor e em volta do hotel, e algumas das paredes dos corredores, revestidas de plantas.

Além disso, o hotel adota desde ações mais simples, como a reutilização da roupa de cama e toalhas e a instalação de lixeiras que dividem o descarte orgânico do reciclável, até o recolhimento da água da chuva para irrigar os jardins e a redução do uso de ar condicionado. Cingapura tem o tempo quente e úmido, e o Park Royal dribla esta dificuldade alternando um terço dos corredores climatizados artificialmente com dois terços que recebem ar externo.

Em recente viagem à Cingapura, pudemos nos hospedar no hotel e conferir de perto este ambicioso projeto.

Por Juliana Bellegard*


Sol nasce por trás do Park Royal On Pickering, em Cingapura

Lobby
É comum que os hotéis atualmente venham investindo para transformar seu lobby em um espaço de convivência, em maior ou menor intensidade. Aqui no Park Royal não é diferente. Após uma cordial recepção e o cuidado para que estivéssemos bem acomodados e devidamente hidratados enquanto esperávamos, fomos acolhidos por Lee Kin Seng, diretor de Marketing e Comunicação do hotel, exatamente no lobby.

O executivo apontou o que é bastante visível – ali é, sim, um espaço de convivência, onde muitos trabalham, leem ou esperam por sua carona, reunião, check-in ou check-out. Mesmo de manhã cedinho, pode-se encontrar executivos com seus tablets confortavelmente acomodados em um das simpáticas poltronas do espaço. Os hóspedes de negócios são, inclusive, o grosso do público do empreendimento – aliás, de parte considerável dos hotéis da área mais urbana de Cingapura.

Lazer
Sendo um hotel de cidade e voltado para o público business, o Park Royal, apesar de sua estrutura de grandes proporções, não possui uma área de lazer megalomaníaca. Ela em apenas um andar, onde estão instalados o fitness center, spa St. Gregory, uma pista de caminhada por entre os jardins, áreas de descanso e o centro de toda a estrutura de lazer: a magnífica piscina de borda infinita.

Você já viu várias: a água desce pelos cantos da estrutura, desaparecendo. Mas não como esta. A piscina do hotel conta com cabanas que lembram casulos, decorados cuidadosamente com almofadas e toalhas, algumas suspensas por cima da água; e está instalada na beira do quinto andar dando não só a impressão de infinito, mas que a piscina margeia a vista urbana dos diversos prédios da cidade.

Acomodações
As 367 acomodações do Park Royal dividem-se em dez categorias, desde o Superior Room, onde fomos acomodados, até a suíte Presidencial, com 160 m², passando pelo andar executivo, aqui chamado de Club Floor. Os quartos são desenhados de forma a aproveitar ao máximo a luz natural, com janelas do chão ao teto e mobília em madeira reciclada clara.

Entre os detalhes simples mas inteligentes dos apartamentos Superior estão as divisórias que separam o banheiro do quarto, tornando-os um ambiente quase único ou fazendo as vezes de porta; além da pedra utilizada na pia, que é reciclada. Outra curiosidade deste hotel – e de outros em Cingapura – é o formato de suas tomadas: elas são verdadeiros adaptadores, podendo ser usadas por aparelhos de diversos padrões internacionais, inclusive o nosso brasileiro de três pinos.

A&B
O Lime é o único restaurante do hotel, aberto desde as 6h, para o café da manhã de quem entra cedo no trabalho, até o fim da noite, para um último drinque no bar. Além disso, o Park Royal conta com um Lobby Bar, que serve drinques, água e alguns petiscos para os hóspedes.

O restaurante, que têm acesso independente pela rua lateral do hotel, funciona em sistema de bufê ou à la carte e é aberto ao público externo. Mais uma vez, o destaque aqui fica por conta das paredes de vidro que aproveitam a luz (ou a meia-luz do nascer e por do sol) natural e ainda permitem que o cliente tenha vista não para a rua, mas para mais um jardim do hotel, na lateral do edifício. Experimentamos o bufê de café da manhã do Park Royal.

Serviço
www.parkroyalhotels.com

*A reportagem do Hôtelier News viajou à Cingapura a convite do Singapore Tourism Board