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Phelipe Farah
(foto: arquivo HN)

Relembrando, BI pode ser definido de várias maneiras, mas em sua essência, é um conjunto de processos, técnicas, metodologias e tecnologias que transformam dados em informação e informação em ação visando aumentar o valor agregado de qualquer negócio.

É importante ressaltar que BI como metodologia de trabalho e de geração de valor não é uma tendência, é uma realidade há muito tempo e em muitos mercados. BI foi primeiramente discutido nos anos 60 e desenvolvido até os anos 80, porém foi somente no final dos anos 90 que o assunto começou a expandir sua atuação de maneira mais ampla, até tomar à proporção que tem hoje.

Isso se deve ao avanço tecnológico que permitiu a expansão da atuação de BI e da geração de valor que a área pode ter para as empresas à medida que grandes quantidades de dados possam ser compiladas, estratificadas e sumarizadas para analises cada vez mais profundas e impactantes ao negócio.

No tocante às metodologias, existem diversas possibilidades. Abaixo apresento uma metodologia que é amplamente utilizada.

1. Entenda o problema que necessita ser solucionado.
Mantenha o objetivo a frente de tudo. É natural que ao buscar soluções inovadoras, agendas políticas se sobreponham ao que precisa ser solucionado. Se a questão política se tornar o foco, não será possível solucionar seu problema atual. Assim, é necessário que o projeto tenha um líder que consiga manejar os interesses das partes para que o projeto mantenha-se em curso.

Além da cultura de receitas, no entanto, para chegar ao ponto central que necessita ser solucionado podem ser aplicadas técnicas de árvores lógicas e causas raízes para decisão, fluxogramas, mapeamento de processos, ferramentas de causa e consequência; e muita análise.

2. Entenda da fonte de dados e das aplicações utilizadas.
Em outras palavras entenda quais são os canais que serão utilizados, que informação deseja deles e o que pretende obter com eles por meio deles. Tratamos desse ponto nos artigos Business Intelligence em partes: O Processo e Business Intelligence em partes: Canais, quando falamos sobre o desenho do processo e canais de informação.

Esse ponto fala ainda de questões técnicas ligadas a linguagem de tecnologia utilizada nas fontes de dados caso o seu processo de BI seja automatizado.

3. Entenda a necessidade e as limitações/dificuldades do usuário que utilizará as ferramentas e tecnologias de BI.
Nesta etapa é ideal juntar um grupo de pessoas que atuam na área e com a área que precisa da solução para que o resultado atenda ao usuário final, seja ele um atendente ou um gestor. Hoje discute-se sobre “Design Thinking” que é o processo de construir uma ferramenta, produto ou solução sempre do ponto de vista do usuário e dos benefícios para o mesmo.

Esses três primeiros aspectos da metodologia são aplicáveis a qualquer desenvolvimento de processo de BI e de utilização de ferramentas em sua forma mais manual. Os pontos apresentados em seguida consideram a utilização de tecnologia e investimento em sistema de gestão de dados e analise de grandes quantidades de dados.

4. Conhecimento de Arquitetura de BI

5. Compreensão de transformação e armazenamento de dados
Estes últimos dois pontos necessitam de conhecimentos específicos de TI recomenda-se a contratação de uma empresa especializada que possa entregar o sistema, tecnologia ou ferramenta desejada. O poder de combinar a metodologia e TI é promover a possibilidade de fazer analises de dados complexos por meio de relatórios extraídos de maneira muito rápida.

Além da extração rápida de dados, um dos maiores valores da utilização da tecnologia combinada a TI é o ciclo virtuoso criado. Uma vez que novas informações são combinadas, poderosas análises podem ser realizadas levando a novas ações a partir dessas análises que se coerentes com seu mercado de atuação levarão a resultados superiores. Ainda mais importante esse ciclo o levará a uma nova visão do negócio com um nível de compreensão diferenciado. Este por sua vez o fará buscar novas análises… Já dá pra ver onde isso vai, certo?

Competing on Analytics e Analytics at Work são dois livros focados em como grandes empresas estão utilizando Analises de Dados Complexos (Big Data) em suas estratégias de negócios.

Ainda que a hotelaria seja um mercado, tradicionalmente, resistente a inovações e receoso devido ao investimento que normalmente vem com as inovações, às empresas que não se atualizarem – e não utilizarem informações poderosas a seu favor – ficarão no passado. E isso quer dizer literalmente fazer cada vez menos dinheiro que seus competidores e, essencialmente, perder relevância no mercado e competitividade.

Muitos de nós pensamos nossa opção de profissão como uma área de humanas, não de exatas. Porém, gerenciamos negócios – negócios altamente lucrativos – em mercados dinâmicos e para isso precisamos de soluções que nos atendam de forma a permitir que nos tornemos ainda mais competitivos.

Confiar, somente, na experiência e, assim, no passado está se tornando cada vez mais perigoso. É necessário termos a coragem de descobrir que talvez, o jeito que “sempre fizemos assim” e que “nunca mudamos” representa somente medo de descobrir que nosso pensamento atual está obsoleto e que precisamos revê-lo, chacoalhar a poeira e olhar nosso negócio com novos olhos. Olhos analíticos. Olhos de pessoas de negócios.

Essa proposição não sugere que devamos perder o foco de nosso negócio – que é o hóspede -, mas com certeza a combinação de uma nova ótica sobre o negócio, a um grupo de pessoas disposto a assumir riscos, em base de uma cultura de tomada de decisões em fatos e informações; poderemos, como propriedades, redes e mercado encontrar novas – e talvez mais efetivas – formas de atender esse mesmo cliente de uma maneira que agregue ainda mais valor a ele próprio.

Dessa forma vemos que a metodologia de BI não se resume a somente técnicas isoladas, mas é resultado da necessidade de vermos nosso negócio de um prisma objetivo e racional, e a partir dele, com as técnicas e os profissionais corretos, gerar resultados superiores às suas organizações.

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*Atuando no mercado de hotelaria há mais de dez anos, Phelipe Farah, graduado pelo Senac e pós-graduado em Administração pelo Insper, já atuou em todos os setores comerciais. Algumas de suas passagens foram na área de marketing na Meliá, Vendas e Revenue Management na Hilton e na Direção Comercial do Hotel Unique São Paulo. Atualmente Phelipe lidera os esforços da F&F F&F Desenvolvimento Empresarial, em projetos ligados a área de vendas para o setor de serviços