Começa o hedonismo: sorvete de creme com pedaços
de manga saúda os hóspedes na Beijupirá
(fotos: Chris Kokubo e Gabriela Abbud)
“Se você quer muita coisa em pouco tempo, vá para Porto de Galinhas. Se quer coisa muita em muito tempo, venha para cá”. Com essa frase, Adriana Didier recebe a equipe do Hôtelier Newsem sua Pousada Aldeia Beijupirá Taárruda, ao norte de Alagoas. A princípio, pode soar tendencioso, afinal ela é a dona da pousada. Seria, se não fosse interesse de Adriana atrair também turistas para Porto de Galinhas, já que ela é proprietária de um conceituado restaurante no badalado destino pernambucano.
A Pousada Beijupirá foi inaugurada em 2004 com objetivo de oferecer aos hóspedes um lugar elegante e simples, cuja construção valorizasse arquitetura rústica e causasse o menor impacto possível à natureza. Localizada na Praia do Laje, em Porto das Pedras, a Pousada aceita somente hóspedes com mais de 16 anos, por isso se faz perfeita para casais em busca de tranquilidade e descanso.
Por Chris Kokubo*
O verde das plantas contrasta com o sapé na entrada da Aldeia
A máscara indígena espanta os maus agouros
para uma hospedagem memorável
 
Piso de cimento queimado e muita madeira
os móveis aconchegam os hóspedes

A Sala do Mulungu é a área de leitura e encontro do meio de hospedagem. Decorada com objetos de diversas partes do mundo, presentes que Adriana e seu marido receberam de amigos ou que eles mesmos compraram em suas andanças, evocam um clima intimista e romântico, o que torna a Pousada bastante propícia para luas-de-mel.
 
Mulungu é nome de uma árvore da região
e batiza a área comum do hotel

 
É uma área ampla com bastante ventilação natural
 
Em cada canto há um espaço tranquilo
reservado para descanso e leitura
E no centro da sala, o tronco que serve como
decoração e suporte de objetos indígenas
Cadeiras e sofás dos variados tipos e formatos
satisfazem a exigência do cliente
Os estrangeiros representam 10% dos hóspedes do hotel e, dentre eles, portugueses, italianos e espanhóis são os mais numerosos. “Se o tempo está ensolarado, não temos baixa temporada”, afirma Kelly Costa, há nove meses gerente geral do meio de hospedagem. Há três tarifas diferentes: de abril a novembro, quando variam de R$270 aR$ 420 por casal, de dezembro a fevereiro, de R$340 aR$ 540, e em março, de R$300 aR$ 400, sempre com café da manhã incluso e servido a qualquer hora do dia.
Muitas frutas, produtos naturais e regionais no café da manhã
(foto: divulgação)
Guaraguá é o nome do restaurante da Aldeia.
Em tupi, significa ‘peixe-boi’
 
 
Ambientes elegantes e confortáveis para as refeições
Em todos os cantos, objetos de decoração
O Bar Caium também faz homenagem ao tupi, com
palavra que batiza uma aguardente indígena
 
O telefone antigo enfeita o balcão do bar,
que serve vinhos, destilados e aperitivos
A Pousada Beijupirá conta com 17 colaboradores fixos, número que aumenta no verão. Batizada com o nome de um peixe da região, é também no mar que encontra grande parte dos pratos que oferece em seu requintado restaurante, que segue a mesma linha do Restaurante Beijupirá, em Porto de Galinhas, com mistura de frutas e frutos do mar. Em qualquer hora do dia o cliente pode deliciar-se com porções de petiscos e bebidas à beira da piscina ou da praia – em um terreno situado no hotel com 150 metros frente ao mar.

Praia do Laje: deserta de um lado…
…e deserta do outro
Não tem como não relaxar por aqui
Cada um dos nove bangalôs, chamados aqui de malocas, tem sala, quarto com cama king size, lençóis 200 fios bordados, ar condicionado split, frigobar, telefone com comunicação externa e interna, TV29″, aparelho de CD e DVD, banheiro com ducha aquecida à energia solar e duas pias.
Todas as UHs têm nomes relacionados a tribos indígenas do litoral, Brasil Central e da Amazônia e, para incrementar o clima de relaxamento, apresentam detalhes em azul lavanda, teto de madeira e sapé e reboco tosco pintado com cal. São duas malocas de frente para o mar, uma à beira da praia – estas três com hidromassagem -, três com vista para o mar e três de frente para o jardim.
Maloca Fulni-ô: até no chaveiro,
detalhes que fazem a diferença
Todos os apartamentos contam com sala…
…quarto amplo e arejado…
…e aparatos eletrônicos, como frigobar, TV, aparelho para DVD
 
Três malocas oferecem banheiras de hidromassagem
A vista por fora, é simples e prática…
…com varanda…
…e, de novo, convite ao descanso
Há duas piscinas à disposição dos hóspedes, uma retangular de 7 por11 metrose uma raia de20 metrospara quem conseguir despertar a vontade de se exercitar em um lugar tão relaxante como este. Na área da piscina, alguns quiosques acolhem os hóspedes com sofás confortavelmente decorados.
Música ambiente dá o toque final para um bom cochilo ou leitura tranquila. Caminhadas na praia e passeios de jangada completam a lista das possíveis atividades, além da sessão de filmes em DVD graças ao grande acervo que os proprietários deixam à disposição dos clientes.
A Aldeia Beijupirá está a130 kmde Maceió e a170 kmde Recife. Quem vem de longe tem duas opções: alugar um carro ou contratar uma empresa de transfer. O Hôtelier teve apoio da Costa Azul Turismo, baseada em Maragogi (AL), que nos levou de Maceió até a pousada em uma viagem que durou cerca de duas horas em meia com muito coqueiro na paisagem. O trajeto de ida e volta sai por aproximadamente R$300 apartir de Maceió e R$ 450 saindo de Recife por casal.
A bola vermelha com a letra ‘A’ indica
Porto das Pedras, onde está o hotel
(imagem: google.com)
Piscina com duas profundidades
Espreguiçadeiras em madeira e puffs preguiçosos
 
Para tirar a areia ou o sal do corpo,
a ducha está bem próxima 

E nos cantos ao redor da piscina, bangalôs com sombra e sofás

 
O tronco seco oferece toalhas
E da piscina é possível apreciar o azul do mar
Além de DVDs, o hóspede encontra muitos livros
O que não falta são lugares de leitura
Kelly, gerente de geral do meio de hospedagem, afirma que a maior publicidade da pousada se dá com o boca a boca. “A Aldeia Beipujipá já é conhecida pelo mercado, está na mídia nacional e internacional. O Restaurante de Porto de Galinhas está em operação há 17 anos, o que reforça o nome do grupo, que conta também com o restaurante Beijupirá Carneiros, em Tamandaré (PE), e tem projeto de um novo estabelecimento em Olinda, além da Pousada Borapirá, também aqui em Porto das Pedras. Há algum tempo estabelecemos uma central de reservas em Recife, o que deve aumentar as vendas. E os planos são de, em dois anos, aumentar de nove para 15 malocas”.
“Estamos distantes dos fornecedores e tudo tem que vir de fora, até a água de coco. Temos muitos coqueiros na praia, mas a água da fruta que cresce à beira do mar é salobra. Por isso a logística de transporte é muito bem pensada”, explica Kelly. A gerente diz também que há planos de construir, ainda este ano, um instituto de capacitação profissional da mão de obra local, formada prioritariamente por famílias de pescadores.
Adriana Didier está também diretamente envolvida no Projeto Peixe-Boi, que em alguns anos deve ter sua sede construída em Porto das Pedras, com cursos, lojas de souvenir e pesquisa, assim como o Projeto Tamar faz com as tartarugas marinhas na Bahia. Próximo à pousada está o Rio Tatuamunha, onde se localiza um viveiro de peixe-bois monitorados que nasceram em cativeiro e serão recolocados em seu ambiente natural.
Com motor ligado, a jangadinha percorre a praia tranquilamente
A partir do hotel, contata-se um barqueiro que busca os hóspedes na beira da praia e, quando entra no rio, desliga o motor. Logo avista-se as boias que identificam os simpáticos animais, que se aproximam e se exibem sem vergonha para os visitantes. É proibido tocá-los ou nadar em sua companhia, e a área é sempre monitorada pelo pessoal do projeto. O show dos vagarosos mamíferos é mais uma atividade tranquila que reforça o clima de férias que predomina no destino.
 Ao entrar no rio o barqueiro desliga os motores para
não machucar nenhum animal
As boias indicam dois peixes-boi
É só esperar que eles aparecem para respirar
Com mais paciência, eles se aproximam da
jangada para um showzinho particular
Roberto Pato é um dos barqueiros
cadastrados para fazer o passeio
Adriana reforça: “Aqui é um lugar para descansar. Esqueça o trabalho e vá vivenciar as delícias do mar. Nossa filosofia é aproveitar o ambiente natural e de paz sem nenhuma pressa”. A receita de como saborear as delícias do lugar pouco a pouco, sem ânsia alguma, está dada. Que tal experimentar?
Mar azul, coqueiros e areia branca: cenário de paraíso
Serviço
Pousada Aldeia Beijupirá Taárrudá
Praia do Laje
Porto das Pedras, AL
81 3465-0055
82 9327-9768
www.aldeiabeijupira.com.br* A equipe do Hôtelier News viajou de Maceió a Porto das Pedras a convite da Costa Azul Turismo e hospedou-se na Pousada Aldeia Beijupirá Taárrudá a convite do hotel.