João Bueno, diretor executivo, Alberto Cestrone, presidente, e Luigi Rotunno, ex-presidente

Fração significante da oferta de hospedagem de lazer no País, os 48 empreendimentos associados a ABR (Associação Brasileira de Resorts) devem fechar a temporada com ocupação média de 61%, conforme revelou a diretoria da organização. O número é menor que o recorde do ano passado (63,5%) mas mostra a consolidação desse tipo de oferta junto ao turista que circula pelo Brasil e gera boas expectativas para o próximo ano.

"O índice caiu na comparação com o ano passado porque tivemos um mês de julho com menos movimentação do que o esperado", elucida Luigi Rotunno, que presidiu a associação nos dois últimos anos e administra o La Torre Resort, na Bahia. De acordo com ele, o comportamento do turista ao longo do ano pareceu muito confuso mas ainda assim mostrou que os resorts do País são opções cada vez mais procuradas.

Segundo conta Rotunno, o desempenho abaixo do esperado em junho já havia sido previsto meses antes, com a baixa intenção de viagens que o consumidor demonstrou em pesquisas feitas em maio e junho. A confusão se dá meses depois, quando, numa nova pesquisa, já no segundo semestre, a intenção de viagens revelada foi a mais alta dos últimos três anos. "Houve o período em que, pelo menos dentro do Brasil, o turista deixou de viajar em virtude das inseguranças econômicas. Mas parece que isso passou e a intenção de viagem cresceu na parte final do ano, o que nos deixa otimistas para 2018", revela.

Outra fator de performance citado pelo gestor foi o da diária média que, em linhas gerais, manteve-se estável ao longo do ano. "Os resorts decidiram ainda não aumentar as tarifas que cobram mas isso deve acontecer no próximo Verão", comenta. Sobre a receita, ele cita que alguns empreendimentos da associação tiveram subida, outros mantiveram cifras parecidas ao alcançado em 2016.

Alheio ao comportamento do turista brasileiro em relação aos resorts, o viajante internacional, sobretudo os que vem de países vizinhos, continuaram a frequentar bastante as unidades brasileiras e isso auxiliou no número final, conforme salienta João Bueno, diretor executivo da organização. "Está claro que os resorts são uma realidade para o turista que vem ao Brasil e que é uma opção de lazer mais que corporativa", diz.

Mudança de público
Conforme comenta Bueno, este ano os resorts provaram-se produtos versáteis e capazes de atender a muitos tipos de viajantes. Isso fica evidente com a "explosão" de hóspedes que procuram esses estabelecimentos para lua de mel, casamentos e até renovação de votos. "É claro que o público principal ainda são famílias. Mas já estamos recebendo muitos casais e até grupos de amigos", conta.

* Foto de capa: Filip Calixto