Ao contrário de um restaurante de Lisboa, em Portugal, que se chama "Aquele Lugar Que Não Existe" (mas existe), o The Shed at Dulwich, em Londres, é exatamente o oposto. Embora tenha alcançado o primeiro lugar na lista do TripAdvisor dos melhores restaurantes da cidade, o espaço não passa de uma ideia de um jovem jornalista, um número de telefone e um sem número de pessoas que afirmam terem tido ali, uma experiência magnífica.
 
Oobah Butler é um jornalista freelancer que vive em um barracão na cidade de Dulwich. Butler, que admitiu recentemente ser o autor de diversas falsas críticas sobre restaurantes, teve a ideia de criar um que só existia na sua imaginação. O nome – The Shed at Dulwich foi inspirado na sua própria condição de morador de um barracão na cidade.
 
Feito isso, inscreveu o espaço na plataforma de avaliações do TripAdvisor que, não se sabe como, aceitou o local sem a confirmação da existência. O jornalista divulgou um número de telefone para atendimento a clientes e uma página na internet, onde explicava que o restaurante só aceitava marcações por reserva, que não seguia um menu tradicional, servindo no lugar, "estados de espírito" . Os clientes informavam ao chef como se sentiam naquele momento e, inspirado nisso, o chef criava o prato na hora.
 
Já na plataforma, o passo seguinte foi convencer os amigos e a família a escrever falsas críticas, elogiando o espaço, contando a experiência e recomendando o serviço. Logo, o telefone divulgado pelo jornalista começou a tocar incessantemente. Eram clientes em busca de uma reserva e profissionais da gastronomia em busca de uma colocação no renomado restaurante.
 
O TripAdvisor logo contatou o jornalista para comunicar que mais de 89 mil pessoas haviam pesquisado informações sobre o The Shed at Dulwich. Isso em apenas 24 horas. No início do mês de novembro, o restaurante alcançou o primeiro lugar da lista de restaurantes recomendados em Londres.
 
Além de cômica, a história serve para alertar os usuários sobre como algumas plataformas podem ser manipuladas. Procurada pelo jornal Washington Post, a plataforma não quis comentar o caso.
 
* Crédito da foto: Pixabay/neshom