O Grand Hotel São Luís, situado na capital maranhense, foi há pouco palco da primeira reunião do 42º Congresso Nacional do Skal, que tem início hoje (30) e segue até o próximo sábado (2). A pauta do encontro, que precede a abertura oficial do evento, foi a mobilização de membros da entidade na elaboração de uma pesquisa que norteie ações sustentáveis para o turismo. O conteúdo será apresentado em encontros paralelos à Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável), evento que ocorre entre os dias 20 e 22 de junho.

 

Sheila Pimentel, presidente do Instituto Humanitare, responsável pela agenda do programa Rio+20 e Você, falou sobre o posicionamento que associações privadas da indústria turística precisam ter sobre a causa. Dezessete pontos, chamados de Goals of the Sustainable Development (Gols do Desenvolvimento Sustentável) pela ONU (Organização das Nações Unidas), que promove a Rio+20, são a base da pesquisa.

 

A executiva explica que a ideia é alinhar os dados coletados à perspectiva da ONU, refletindo sobre os possíveis desdobramentos que a cadeia do turismo tende a ter com essas mudanças e as políticas para a gestão deste sistema.

 

Dois questionamentos básicos são propostos pela ONU para tanto: como produzir uma economia mundial verde e como diminuir a pobreza no mundo. Neste contexto, a participação de entidades do turismo é fundamental, diz Sheila, a fim de compor algo que se adeque à realidade deste setor. A cúpula da Skal vai tratar tais pontos, para que a iniciativa privada seja parte do debate.

 

 

 

Durante a apresentação, Walter Teixeira, presidente da Skal São Paulo, pediu engajamento coletivo para a composição desta pesquisa. Segundo ele, a expectativa é que 300 associados, e até mesmo a imprensa especializada, respondam ao estudo. “Temos de traçar uma fotografia do País quanto ao tema. É preciso comprometimento de todos”, articulou.

 

“É um documento que, depois de levantado, será levado ao secretário geral da ONU, e a Skal pode fazer parte disso”, completa a representante do Humanitare.

 

Também à mesa de debates, Ana Carolina Medeiros, presidente da Skal Brasil, fez uma reflexão sobre como o turismo, tido por muitos como economia limpa, impacta no desenvolvimento e na degradação do planeta. Ela aponta todo o ciclo desta atividade, que envolve carros, papéis, o consumo exacerbado de água e afins, como posturas a serem repensadas para a proliferação sustentável deste segmento de forma profícua à sociedade.

 

“A Skal é um conector neste processo. A pesquisa vai nortear o pensamento, a forma com que tomamos nossas estratégias, seja no âmbito privado ou no âmbito governamental”, pontua Ana.

 

De maneira preliminar, o documento será intitulado “Carta de compromissos da indústria de viagens e turismo com o desenvolvimento sustentável”. Outras entidades farão a redação do material, como Abav Nacional (Associação Brasileira de Agências de Viagens) e a FBHA (Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação).

 

A Rio+20
A conferência da ONU deve reunir 193 países e mais de 50 mil pessoas, tornando-se o mais importante evento mundial sobre sustentabilidade.

(Dênis Matos)