A partir desta quinta-feira (25) os turistas dos Estados Unidos poderão solicitar o visto de entrada no Brasil por meio de um processo totalmente eletrônico. A solicitação, apresentação dos documentos necessários e liberação passa a demorar, no máximo, 72 horas. De acordo com dados da Organização Mundial do Turismo (OMT), medidas de facilitação de entrada dos turistas incrementam em até 25% o fluxo entre os destinos beneficiados. Pelas projeções do Ministério do Turismo, os visitantes americanos gastarão US$ 177,6 milhões a mais na economia brasileira.

Os americanos são o segundo maior mercado emissor de turistas para o Brasil, atrás apenas da vizinha Argentina. De acordo com as últimas estatísticas, mais de 570 mil turistas dos EUA escolhem o Brasil como destino turístico e injetam US$ 710,5 milhões na economia nacional por ano. “Os números parecem satisfatórios, mas ficam muito aquém do nosso potencial. Temos um amplo espaço para aumentar o fluxo turístico entre os nossos países com ganho para todos os envolvidos”, comentou Marx Beltrão, ministro do Turismo.

O ministro ressaltou que entre o Brasil e os EUA estão todas as praias do Caribe. “Se queremos competir pelo turista internacional, temos de acabar com a burocracia e estender um tapete vermelho para ele optar pelos nossos destinos, movimentar a economia e gerar emprego no nosso país”, afirmou o ministro. O Brasil é o destino de apenas 0,7% dos mais de 75 milhões de turistas americanos que viajam pelo mundo.

Além dos EUA, outros três países foram beneficiados com a implantação do visto eletrônico: Austrália, Canadá e Japão. Com esta medida, de acordo com estudos da OMT, o Brasil deve receber R$ 1,4 bilhão a mais nos próximos dois anos. Ainda este mês passou a vigorar a isenção de vistos para os países dos Emirados Árabes, aprovado no Congresso Nacional.

“Demos um sinal claro e inconteste para a comunidade mundial que estamos abertos e totalmente interessados em intensificar o nosso intercâmbio no mais amplo sentido”, comentou Beltrão. No último estudo de competitividade do turismo do Fórum Econômico Mundial, no quesito abertura internacional o Brasil ficou na 96ª posição entre 136 países.

Perfil

Pesquisa feita pelo Ministério do Turismo aponta que 40,7% dos americanos que desembarcaram no Brasil se hospedaram em hotéis, flats ou pousadas, 60% deles vieram ao Brasil sozinhos, o gasto médio per capta foi de US$ 73 e eles ficaram, em média, 17 dias no País. A principal fonte de informação foi a internet (41%), seguida dos amigos e parentes (28,6%).

“Os Estados Unidos são os maiores emissores de turistas para o Brasil fora da América Latina. Com a desburocratização e simplificação proporcionadas pelo visto eletrônico podemos ser mais competitivos e receber 200 mil turistas norte-americanos a mais por ano, de acordo com projeção da OMT. O aumento do fluxo de turistas também pode gerar mais negócios e mais investimentos dos Estados Unidos no Brasil, em especial para a área de eventos que tem sido penalizada pelos vistos tradicionais. O desafio da Embratur será ampliar a promoção do Brasil para que esses turistas tenham mais informações sobre todo nosso potencial turístico”, avaliou Vinícius Lummertz, presidente da Embratur.

Em relação aos destinos, os mais procurados para negócios foram São Paulo (40,4%), Rio de Janeiro (34,6%) e Salvador (3,7%). Já no quesito lazer as procuras foram por Rio de Janeiro (72,1%), São Paulo (19,3%) e Foz do Iguaçu (15,8%). A pesquisa mostra que os americanos gostaram do que experimentaram. Para 81,7% deles a viagem atendeu ou superou as expectativas.

* Crédito da foto: Pixabay/cytis