Walter Teixeira: “Cartões virtuais são tendência na hotelaria”
27 de agosto de 2009Walter Teixeira: A grande promessa para este triênio 2009/2012 é um produto virtual para pagamento na rede hoteleira. Tanto os hotéis quanto as empresas, clientes e agências de viagens estão nos incentivando a entrar em produção o mais rápido possível. Temos uma expectativa muito positiva em relação a este produto, pois ele resolve problemas atuais para as três partes – agências, empresas, hotéis.
O exemplo de sucesso que temos nos últimos cinco anos com o produto virtual de passagens aéreas, bem como a expectativa do congênere para pagamento de hotéis, nos leva a crer que a plataforma de produtos virtuais veio para ficar.
Teixeira: Estamos concluindo um projeto-piloto e até meados de outubro criaremos a Conta hotel, que alcançará até quatro mil hotéis independentes e de bandeira. No momento, estamos fazendo um teste com 30 hotéis da capital paulista, com a prestação de contas de uma forma eficaz pelo uso do cartão corporativo, o que centraliza em uma única fatura todos os gastos dos viajantes corporativos das empresas.
Teixeira: Estivemos em uma reunião com o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), que tem nos dado total apoio para divulgação do produto no setor. Juntamente com a entidade, anunciaremos o novo produto para as empresas ligadas ao trade turístico.
Teixeira: O cartão, seja ele plástico ou virtual, torna-se um meio de pagamento facilitador ao viajante de negócios. Por outro lado, o cartão corporativo encontra resistências quanto a sua adoção pelas empresas brasileiras. Os empresários tem receio – infundado – de perder o controle quando coloca um plástico nas mãos de seu funcionário. O que ocorre é exatamente o contrário, visto que os empresários terão maior controle com a utilização do plástico para todas as despesas de viagens, sejam elas de transporte, hospedagem, alimentação, táxis ou outros serviços.
Nosso entendimento é que o cartão virtual funcione como um primeiro degrau para as empresas se habituarem com o controle que ele proporciona, e depois adotarem o cartão plástico como instrumento básico de pagamento.
Teixeira: Sem medo dizer, aproximadamente dez anos. A cultura precisa ser mudada, pois as multinacionais instaladas no país já vem com a mentalidade de seus países. É preciso que o processo macro seja melhorado. O Brasil é um caso atípico, pois existe uma legislação em que as empresas precisam emitir notas fiscais, e em alguns outros países o boleto da fatura do cartão já é um documento fiscal.
Teixeira: Cresci muito em 2009, mesmo com a suposta crise econômica mundial. Tenho dobrado de tamanho nos últimos três anos por agregar novos serviços. Em 2008, obtivemos um faturamento de R$ 5 milhões e aumentamos o número de colaboradores, visto que hoje já contamos com 100 pessoas. Queremos fechar o ano com aumento de 40% em nossos serviços e continuar atuando com foco no turismo.
Teixeira: No segundo semestre deste ano, queremos estabilizar o nosso Cornerstone Information Systems, que atua na automatização nos processos das agências de viagens corporativas. Focaremos no envio de relatório em gestão interna, que conseguirá definir os investimentos de viagens traçando um “raio x” para as empresas.
Teixeira: Todo o processo macro precisa ser melhorado no Brasil. Precisamos coletar as experiências positivas de outros países e utilizar processos para facilitar o contrato fiscal, o qual exige nota fiscal da empresa responsável pela despesas.
HN: O uso dos cartões foi tema do Lactte deste ano. Como um dos palestrantes, você pode apontar novas diretrizes sobre o tema?
Teixeira: Como mencionei, ainda estamos atrasados em relação aos outros países. No Lactte debatemos muito sobre o assunto, mas ainda precisamos adotar a postura das empresas norte-americanas. Um exemplo é a cidade de São Paulo, que já está emitindo notas fiscais eletronicamente.
Teixeira: Iniciei minha carreira na hotelaria, no Caesar Park, onde fiquei por 10 anos. Logo depois ingressei no ramo aéreo e atuei na Vasp, Varig, passando também pela Carlson Wagonlit.
Em 1994 ingressei no ramo de cartões de crédito, passando pela Amex e MasterCard. Desde então, resolvi acoplar juntamente ao turismo a integração com a tecnologia dos cartões de crédito, usada na pestação de serviços.
HN: A família é a base fundamental para o sucesso. Como você enxerga esse alicerce?
Temos um casal de filhos: Juliana, 27 anos, que se formou em Medicina e está fazendo residência medica em radiologia, e o Fernando, de 25 anos, que faz faculdade de Economia. Não moramos mais todos na mesma casa. Cada um já está seguindo sua vida, mas somos unidos e sempre que possível estamos juntos. Acho que a base de uma família estruturada é fundamental para dar o equilíbrio também na vida profissional.