A volta das viagens corporativas ao cotidiano das empresas será norteada pela segurança dos protocolos sanitários para 58,8% delas. Este e outros dados foram divulgados em pesquisa da Abracorp (Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas) sobre a percepção do cliente corporativo em relação ao retorno deste modalidade.

A constatação acima é acompanhada da ideia que a valorização do serviço bom e seguro supera, por exemplo, o menor preço como mais relevante no momento de optar pela volta às viagens. Ao todo, somente 11,8% das companhias entrevistadas acreditam que este fator é decisivo.

Em entrevista ao Hotelier News, Gervásio Tanabe, presidente Executivo da Abracorp, afirmou que o dado exemplifica o trabalho sério feito pelas empresas do segmento turístico para evitar a contaminação. Além disso, ele ressalta que isso tem um custo, mas que o ponto principal agora não é esse.

“Todos instalaram os principais protocolos a fim de dar mais segurança ao viajante. Sendo assim, o preço dos produtos também será mais alto, compensando os gastos em sanitização. Não existe milagre. É um trabalho contínuo e que deve custar algo justo aos dois lados”, explica.

Ao todo, 64% das empresas entrevistadas aplicaram alguma mudança em suas políticas de viagens. A adaptação, de acordo com Tanabe, ocorre dos dois lados.

Números

Retorno

O levantamento aponta que 29% das empresas já flexibilizaram suas restrições para viagens corporativas dos colaboradores. Em seguida, o plano das empresas começa a variar e 7% dizem que vão voltar à prática assim que o colaborador estiver vacinado.

A lista segue com 3% voltando no terceiro trimestre de 2021; 7% no quarto trimestre de 2021 e 5% no primeiro trimestre de 2022. Por fim, 49% das companhias ainda não definiram quando voltarão. As informações reforçam que, apesar de lento, o retorno gradativo das viagens corporativas é planejado por pouco mais da metade do empresariado.

No caso das viagens internacionais, em razão das fronteiras fechadas para brasileiros na maioria dos países, a indefinição é maior. Por isso, 73% das empresas consultadas não sabem quando voltarão à viajar.

Eventos

Em específico ao setor de eventos, a Abracorp procurou saber as perspectivas para o orçamentos de eventos. Com base nos índices de 2019, a pesquisa perguntou sobre a estima das empresas até o final do ano e 2022.

Para 2021:

  • 23% acredita que o orçamento estará menor em mais de 70% ante 2019
  • 22% acredita que o orçamento estará menor entre 50% e 70% ante 2019
  • 20% acredita que o orçamento estará menor em menos de 30% ante 2019
  • 20% acredita que o orçamento estará igual ou maior que 2019
  • 15% acredita que o orçamento estará menor entre 30% e 50% ante 2019

Para 2022:

  • 28% acredita que o orçamento estará igual ou maior que 2019
  • 26% acredita que o orçamento estará menor entre 30% e 50% ante 2019
  • 19% acredita que o orçamento estará menor em mais de 70% ante 2019
  • 14% acredita que o orçamento estará menor entre 50% e 70% ante 2019
  • 13% acredita que o orçamento estará menor em menos de 30% ante 2019

“Estes números relacionados aos eventos mostram como as empresas valorizam a realização de eventos, bem como a importância deles para a cadeia de viagens corporativas. A esperança é que voltem a ajudar no quadro de faturamento do segmento”, diz Tanabe.

Perspectivas

O executivo não fala em ano perdido, mas cita que o setor terá 50% do faturamento registrado há dois anos. Já em 2022, o período ainda será de retomada, mas com aumento para 70% do faturamento das viagens corporativas em 2019.

“O setor turístico, principalmente corporativo, está com a infraestrutura dizimada. Esse ano servirá para manter a situação fora de níveis alarmantes e, a partir do próximo ano, com a volta da economia, retomar os níveis pré-pandemia”, conclui o presidente.

(*) Crédito da foto: Gerrie Van der Walt/Unsplash