Definitivamente, março foi um divisor de águas para o setor de serviços no país. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o segmento cresceu 0,9% no período frente a fevereiro, consolidando a alta de 5,8% no primeiro trimestre de 2023 no comparativo com os três primeiros meses de 2022. Levando esse recorte para o turismo, o incremento foi de 0,1% entre março e fevereiro — quando houve queda de 1,3%.

Ainda falando de turismo, o setor está 1,4% acima dos patamares pré-pandêmicos e 5,9% inferior ao ponto mais alto da série histórica, registrado em fevereiro de 2014. Na análise regional, apenas quatro dos 12 locais pesquisados apresentaram variação positiva, sendo a influência mais importante verificada em Minas Gerais (2,2%), seguido por São Paulo (0,4%), Paraná (2,6%) e Bahia (1,8%). No lado das quedas, destaque para Rio de Janeiro (-3,3%), Rio Grande do Sul (-5,5%) e Distrito Federal (-3,6%). Na comparação anual, a expansão foi de 6,6%, 24ª taxa positiva seguida. No acumulado do primeiro trimestre de 2023, a alta ficou em 11,1%.

No acumulado dos últimos 12 meses, o setor de serviços perdeu força, passando de alta de 7,8% até fevereiro para 7,4% até março, o menor resultado desde setembro de 2021 (6,8%). Já frente a março de 2022, o setor avançou 6,3%, marcando a 25ª taxa positiva consecutiva. Os dados são da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços).

Atividades em destaque

Assim como em fevereiro, o setor de transporte se destacou como a principal influência positiva em março. O grupamento cresceu 3,6%, acumulando um ganho de 7% nos últimos 12 meses.

“A alta foi puxada principalmente pelo transporte de cargas, que avançou 4,7% no período, enquanto o transporte de passageiros recuou 3,3% na comparação com o mês anterior”, explica Luiz Almeida, analista da pesquisa, em nota à imprensa.

Outras duas atividades também avançaram em volume no mês de março. São elas: serviços profissionais, administrativos e complementares, que cresceu 2,6% e recuperou parte da perda de 3,4% acumulada nos dois primeiros meses do ano; e ainda o setor de serviços de informação e comunicação, com variação de 0,2%. Pelo lado das quedas, destacam-se os serviços prestados às famílias (-1,7%) e os outros serviços (-0,6%).

Quando o recorte é para o acumulado do primeiro trimestre de 2023, a análise setorial é a mesma. O ramo de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio avançou 6,5% no total, impulsionado pelo aumento das receitas das empresas que atuam nos segmentos de transporte rodoviário de cargas; rodoviário coletivo de passageiros; armazenamento e depósito de mercadorias; transporte dutoviário; e estacionamento de veículos. “Também é possível destacar o setor de serviço de informação e comunicação, que cresceu 6,9% no período”, afirma Almeida.

No confronto contra março de 2022, o volume de serviços, que avançou 6,3% no total, também apresentou expansão em quatro das cinco atividades, com crescimento em 57,8% dos 166 tipos de serviços investigados. “O resultado tem uma influência do chamado efeito-calendário, com uma maior quantidade de dias úteis em 2023, bem como a manutenção da demanda do transporte de insumos e escoamento da produção agrícola,” relembra o pesquisador.

O transporte de passageiros registrou queda de 3,3% na passagem de fevereiro para março, após avanço de 2,4%. O segmento se encontra 1% acima do nível pré-pandemia e 22% abaixo do ponto mais alto da série histórica (fevereiro de 2014).

Unidades da Federação

Na análise regional, a PMS mostra que a maior parte (24 das 27) das Unidades da Federação teve expansão no volume de serviços em março na comparação com fevereiro. Os impactos mais importantes vieram de São Paulo (1,8%) e Rio de Janeiro (2,8%), seguidos por Minas Gerais (3,2%), Santa Catarina (5,9%) e Rio Grande do Sul (2,8%). Do outro lado, as principais influências negativas foram de Pernambuco (-2,3%), Mato Grosso (-1,9%) e Amapá (-1,7%).

Na comparação com março de 2022, a alta de serviços foi verificada em 26 das 27 UFs. As principais contribuições positivas foram de São Paulo (3,4%), Rio de Janeiro (9,5%), Paraná (11,4%), Minas Gerais (7,3%), e Santa Catarina (14%). Apenas o Distrito Federal (-0,6%) apresentou resultado negativo.

O acumulado do primeiro trimestre de 2023 foi disseminado nas 27 UFs, com o principal impacto positivo sendo verificado em São Paulo (3,3%), seguido por Rio de Janeiro (8,0%), Minas Gerais (8,9%), Paraná (11,1%) e Rio Grande do Sul (8,1%).

(*) Crédito da foto: Licia Rubeinstein/Agência IBGE Notícias