Segundo dados do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), os preços de serviços relacionados às férias escolares, como entretenimento e lazer, ficaram mais caros. Teatros e cinema, por exemplo, tiveram altas de 5,6% e 4,6%, respectivamente, ambos superando a projeção total do setor para 2024, de 2%, aponta a CNN Brasil. Os preços dos principais produtos, por sua vez, cresceram 3,81% nos 12 meses encerrados em julho de 2024.

Para Matheus Dias, economista do FGV Ibre, os números da cesta de férias se devem à resistência dos serviços ao processo de desinflação em curso na economia brasileira.

“Os serviços de alimentação na cesta, como bares, restaurantes e lanches, tiveram a maior contribuição para a inflação de férias. Esses itens estão ligados não apenas à pressão pelo lado da demanda que ocorre desde o pós-pandemia, mas também pelo lado da oferta com aumentos nos preços dos alimentos e pressão do câmbio”, explica.

“Os comércios acabam repassando o aumento de custos dos insumos para o consumidor final como forma de manutenção das margens”, complementa.

Aumento nos produtos

A pesquisa do FGV Ibre considerou 12 itens da cesta que compõe o IPC (Índice de Preços ao Consumidor). Neste recorte, a hotelaria registrou aumento de 3,60% nos preços.

No mesmo período do ano anterior, essa mesma cesta acumulava 5,66% de alta em 12 meses, enquanto a inflação geral era de 2,22%. Segundo a FGV, o resultado foi influenciado principalmente pelo aumento em itens do grupo de alimentação fora do domicílio, clubes de recreação, entre outras atividades ligadas ao lazer e entretenimento. Ao excluir esses itens da cesta básica, a “inflação de férias” seria cerca de 2,7%. Shows musicais, excursões, tours e clubes de recreação também estão entre os itens que sofreram aumento nos preços no período.

(*) Crédito da foto: Pixabay