A taxa de desemprego no Brasil registrou uma queda significativa, alcançando 6,9% no trimestre encerrado em junho, conforme divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) hoje (31). Essa taxa representa uma redução de 1 ponto percentual em comparação ao trimestre encerrado em março, que foi de 7,9%, e uma queda de 1,1 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2023, quando a taxa era de 8,0%. A redução já mostrava-se em recuo no trimestre fechado em maio, que foi de 0,7%.

Segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua do IBGE, essa é a menor taxa de desocupação registrada para um trimestre móvel encerrado em junho desde 2014, ano em que também foi de 6,9%. Esse resultado veio em linha com a expectativa dos analistas da LSEG, que previam a mesma taxa de 6,9%.

A população desocupada, composta por pessoas que não tinham trabalho e estavam em busca de emprego durante o período de referência da pesquisa, foi de 7,5 milhões. Esse número representa uma redução de 12,5% (menos 1,1 milhão de pessoas) em relação ao trimestre anterior e de 12,8% (menos 1,1 milhão de pessoas) em comparação ao mesmo período do ano passado. O IBGE destacou que esse é o menor número de desocupados desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015.

Por outro lado, a população ocupada atingiu um novo recorde histórico de 101,8 milhões de pessoas, crescendo 1,6% (mais 1,6 milhão de pessoas) em comparação ao trimestre anterior e 3,0% (mais 2,9 milhões de pessoas) em relação ao mesmo período do ano passado. O nível de ocupação, que é o percentual de pessoas ocupadas em relação à população em idade de trabalhar, chegou a 57,8%, também registrando aumento nas duas comparações: 0,8 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (57,0%) e 1,2 ponto percentual em relação ao ano anterior (56,6%). Esse é o maior nível de ocupação desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015.

Rendimento e massa de rendimento real

O rendimento real habitual dos trabalhadores foi de R$ 3.214 em junho, o que representa um aumento de 1,8% em comparação ao trimestre anterior e de 5,8% em relação ao mesmo período do ano passado. A massa de rendimento real habitual, que totalizou R$ 322,6 bilhões, também atingiu um novo recorde, com crescimento de 3,5% (mais R$ 10,8 bilhões) em comparação ao trimestre anterior e 9,2% (mais R$ 27,3 bilhões) em relação ao mesmo período do ano passado.

O economista do IBGE, Stefano Pacini, comentou sobre os resultados, destacando a importância da redução na taxa de desemprego e o aumento na renda real dos trabalhadores. “Apesar da queda na taxa de desemprego e o aumento no rendimento real, é importante observar as variações nas diferentes regiões e setores da economia. A recuperação do mercado de trabalho é um sinal positivo, mas ainda existem desafios a serem enfrentados, principalmente em relação à sustentabilidade desse crescimento no longo prazo”, afirmou Pacini.

Esses dados refletem uma recuperação contínua do mercado de trabalho brasileiro, impulsionada por uma combinação de fatores econômicos e políticas públicas voltadas para a geração de emprego e renda. A redução na taxa de desemprego e o aumento no rendimento real são indicativos de uma melhoria nas condições econômicas e sociais do país, embora ainda existam desafios a serem superados para garantir a manutenção desse crescimento.

(*) Crédito da foto: Agência Brasília