O setor de viagens de negócios deve registrar um crescimento significativo em 2024, ultrapassando os níveis pré-pandêmicos e alcançando US$ 1,5 trilhão, segundo relatório do WTTC (Conselho Mundial de Viagens e Turismo). A Hospitality Net aponta que a recuperação acelerada foi mais rápida que o esperado, especialmente nos Estados Unidos e na China, principais mercados globais. O estudo também aponta que o MICE desempenha papel crucial na retomada dos eventos corporativos.

O relatório destaca que o crescimento das viagens corporativas foi impulsionado pelo aumento das interações presenciais, após um longo período em que plataformas virtuais substituíram reuniões face to face durante a pandemia. As viagens de lazer, que em 2022 ficaram apenas 2,9% abaixo do pico de 2019, já estavam se recuperando. Agora, as viagens de negócios devem superar os números de 2019 em 6,2%, atingindo o novo recorde em 2024.

Os Estados Unidos, o maior mercado para viagens corporativas, devem contribuir com US$ 472 bilhões em 2024, um aumento de 13,4% em relação ao recorde anterior. A China, segunda maior economia no setor, verá um crescimento de 13,1%, alcançando quase US$ 211 bilhões. Na Alemanha, terceiro maior mercado, os gastos devem atingir US$ 87,5 bilhões, um aumento modesto em relação a 2019. Outros países, como Reino Unido e França, também devem registrar aumentos nas despesas corporativas, com números que alcançam recordes de US$ 84,1 bilhões e US$ 42,1 bilhões, respectivamente.

Impacto econômico e futuro do setor

Julia Simpson, presidente do WTTC, afirmou que as viagens corporativas estão se recuperando de forma mais rápida do que o previsto, enfatizando a importância das viagens internacionais para as empresas. O retorno reforça o papel crucial dessas interações no crescimento econômico global. A executiva destacou o impacto da pandemia nas viagens de negócios e como a retomada dessas atividades tem sido um impulso para diversas economias.

Paul Abbott, CEO da American Express Global Business, também ressaltou a relevância das viagens para o desenvolvimento econômico e social. Abbott observou que, durante a pandemia, as viagens pararam e isso afetou diretamente o PIB global, gerando desemprego e agravando problemas de saúde mental. Segundo ele, as viagens corporativas desempenham um papel vital na expansão dos negócios e na criação de culturas empresariais mais sólidas.

Além disso, o relatório aponta que as viagens combinadas — quando uma viagem de negócios é prolongada para incluir lazer — estão em ascensão, tornando as viagens corporativas mais atraentes. O MICE, que engloba conferências e exposições, também teve um forte retorno, impulsionando ainda mais o setor de viagens corporativas.

Desafios e oportunidades

Apesar do forte crescimento, o relatório do WTTC ressalta alguns desafios para o setor de viagens corporativas. O elevado custo de capital, as disparidades educacionais e a infraestrutura limitada são fatores que ainda dificultam um crescimento mais acelerado. Além disso, a pandemia gerou mudanças permanentes no comportamento corporativo, com algumas empresas ainda optando por reuniões virtuais.

No entanto, as empresas que apostam em viagens têm visto resultados positivos, com a expectativa de que essa tendência continue nos próximos anos. O relatório conclui que as viagens corporativas não apenas estão de volta, mas são um elemento-chave para o sucesso de muitas corporações em todo o mundo, à medida que o setor continua a evoluir e se adaptar às novas realidades econômicas e tecnológicas.

(*) Crédito da foto: Freepik