A rede internacional de hotéis Selina, conhecida por ser voltada às gerações millennial e Z e que possui um empreendimento em Florianópolis, se vê envolta em um momento delicado com os investidores brasileiros. Isso porque a companhia não pagou ao menos quatro títulos de dívida no mês de julho, o que aumentou a insatisfação no país.

A inadimplência da rede despertou uma crise que resultou na queda de 99% das ações na Nasdaq, segunda maior bolsa de valores dos EUA. Visando contornar o problema, a empresa nomeou administradores externos que devem “explorar todas as opções disponíveis”, aponta o NSC Total.

Analisando o cenário mais a fundo, a situação do Selina com o Brasil ocorreu devido a um “calote” por meio de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), títulos de dívida que garantem direito de crédito ao investidor, que recebe uma remuneração (juros, geralmente) do emissor e, normalmente, recebe de volta o valor investido.

A securitizadora Opea, responsável pelo trâmite, informou que os juros de quatro emissões não poderiam ser pagos aos investidores “por insuficiência de recursos no patrimônio separado, devido ao inadimplemento total, pelo(a) devedor(a) no pagamento dos créditos imobiliários”, que tiveram vencimento no fim de julho.

Mais detalhes

Os juros de um CRI emitido pela The Pearl Hotel Ltda também não foram pagos. A companhia aluga para o Selina o imóvel que a rede ocupa em Búzios, na Região dos Lagos fluminense.

Em junho, a rede já havia deixado de pagar os juros de grande parte das emissões de dívida, o que afetou o fundo imobiliário MGHT11 (Mogno Hotéis), investidor via CRIs de nove imóveis ocupados por empreendimentos da companhia no Brasil.

Em nota, o Selina informou que as operações no Brasil continuam normalmente, mantendo todas as suas atividades. “Para o processo de reorganização financeira do Selina Hospitality PLC, a companhia, com sede no Reino Unido, nomeou administradores independentes, que estão trabalhando para explorar todas as opções possíveis sob a legislação e jurisdição inglesas, com o objetivo de restaurar a lucratividade da empresa por meio da reorganização total ou parcial dos negócios”, diz a nota.

“O processo de administração diz respeito ao Selina PLC no Reino Unido e não está relacionado nem afeta as propriedades e operações do Brasil. O Selina Brasil manterá estrutura societária própria, bem como a independência jurídica e econômica das empresas de acordo com a legislação brasileira. O Selina continua operando normalmente com suas nove unidades no país, oferecendo uma experiência de hospedagem única e reafirmando seu compromisso com todos os hóspedes, parceiros e colaboradores. O Selina Brasil continua focado na missão de promover conexões autênticas em seus espaços“, finaliza o documento divulgado pela rede.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Selina