ABIH-BA - resultados junho2020_capaRegião do Pelourinho tem poucos turistas; cidade sofre com falta de voos

O impacto do coronavírus em algumas praças tem sido mais violento e, na Bahia, os sinais de recuperação são bastante tímidos até o momento. Dependente do lazer e da malha aérea, Salvador manteve indicadores ruins em junho, apontam dados da ABIH-BA (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia). Com esse cenário, poucos hotéis têm se arriscado a retomar as atividades. 

Apuração do Hotelier News aponta que 28 hotéis na capital baiana estão em operação. A grande maioria é independente, como o Grande Hotel da Barra, Hotel Bahia Sol e o América Tower. Da hotelaria de rede, apenas o Intercity Salvador Aeroporto, ibis Salvador Hangar Park, Mercure Salvador Boulervard, Mercure Salvador Pituba e o Quality Hotel São Salvador estão funcionando no momento.

De volta aos números, a análise anual mostra perdas significativas para a hotelaria de Salvador. Há, contudo, um atenuante: junho de 2019 foi turbinado pela Copa América, que encheu as propriedades da cidade. Frente a igual período do ano passado, por exemplo, a ocupação cedeu 64,1%, fechando o mês a 19,06%. Na mesma base de comparação, a diária média caiu 34,7% (para R$ 202,42). Com isso, o RevPar despencou 76,5% (para R$ 38,58).

Na comparação com maio, os dados da ABIH-BA mostram uma leve recuperação. A ocupação, por exemplo, passou de 15,46% para 19,06% (+ 23,2%), enquanto a diária média recuou 4% (ante R$ 210,88 em maio). Já o RevPar subiu 18,3% (frente R$ 32,59 do mês anterior). Apesar de demanda baixa, a associação destaca que o patamar atual de ocupação é similar a de muitos destinos na América do Sul – lembrando que a conta leva em consideração apenas os empreendimentos em funcionamento.

ABIH-BA: contexto difícil 

O receio da contaminação, o fechamento de pontos turísticos e a diminuição do número de vôos geram reflexos diretos nos indicadores da hotelaria de Salvador. Na aviação, por exemplo, o número de passageiros no aeroporto da cidade caiu 36% de janeiro a maio, na comparação anual, apontam dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Somente em maio de 2020, o número de viajantes (32.650) foi simbólico em relação ao ao movimento do mesmo mês de 2019 (444.247).

Presidente da ABIH-BA, Luciano Lopes, destaca que os números revelam o tamanho das dificuldades e poderiam ser ainda piores se fossem computados os hotéis abertos e fechados. Nessa análise, a ocupação cairia para impressionantes 3,4%. O aumento do número de vôos para Salvador em julho abre a perspectiva melhora na demanda. No entanto,  Lopes observa que, mas se a reabertura de propriedades ocorrer em número maior do que a chegada de visitantes, a situação pode piorar.
 
“Os poucos hotéis abertos têm arcado com prejuízos consideráveis e lutam para equilibrar as contas. A maioria espera reaquecimento dos mercados para voltar a abrir suas portas. Enquanto isso, tanto meios de hospedagem abertos, quanto fechados, vem incorporando medidas e protocolos sanitários. A ABIH-BA, tem validado esses protocolos e oferecido capacitações nas 13 zonas turísticas do estado”, afirma Lopes.

(*) Crédito da foto: digasalinas/Pixabay