Accor - Promo

A Accor, líder no mercado brasileiro, quer mais. E o contexto atual traz otimismo. Com mais de 330 hotéis no país, entre propriedades administradas e franquias, a gigante francesa tem um plano estratégico para acelerar o número de assinaturas por aqui. Entre outros aspectos, o time comandado por Abel Castro, Chief Development Officer (CDO) Accor Américas na divisão Premium, Midscale & Economy, aposta na combinação entre a melhoria do ambiente macroeconômico e a força das suas marcas, das plataformas de distribuição e de compras para atrair proprietários de empreendimentos já existentes (para conversões) e de empresários à frente de novos projetos.

Na primeira parte dessa equação, o contexto macroeconômico caminha para um ambiente mais favorável para a hotelaria. Para 2025 e os anos seguintes, as perspectivas são de inflação sob controle (e bem próxima da meta) e juros em um dígito, por exemplo. O último Boletim Focus, do Banco Central, estima que a Selic voltará a um dígito em 2025, cenário que se mantém para 2026 e 2027, com a taxa variando de 9,25% a 9% no período.

“Hotelaria é um investimento de longo prazo e a decisão de novos investimentos mira o futuro. Um fator importante é que a taxa de juros futura está em viés de queda, o que é positivo. Além disso, ficamos bons anos sem desenvolvimento hoteleiro no Brasil, sem projetos greenfield em um volume considerável. No período, o mercado hoteleiro trabalhou sustentado em conversões. Foram poucas novas construções, à exceção da multipropriedade, mas acreditamos que 2024 pode ser um momento de mudança dessa tendência”, avalia Romulo Silva, diretor de Desenvolvimento de Franquias da Accor, em entrevista ao Hotelier News. “Há três anos, falar em novos empreendimentos em praças como Belo Horizonte, Curitiba e Goiânia seria um palavrão. Hoje, é uma realidade, já que a demanda cresceu”, acrescenta.

A citação de Silva sobre a demanda hoteleira não foi à toa. De fato, os dois últimos anos foram excelentes para a hotelaria, que conseguiu corrigir seus preços acima da inflação, o que puxou para cima também o RevPar do setor. Embora as taxas de crescimento da hotelaria nacional este ano tendam a ser menores frente a 2023, há espaço para melhora de performance, pois a demanda por viagens está aquecida no Brasil.

“Entendemos que ainda existe um caminho de recomposição de diária que precisa ser feito para seguir melhorando o retorno aos proprietários, alguns mercados mais do que outros. Mais ainda, vemos o setor nessa direção. Ainda assim, esse processo não deve ocorrer na velocidade de 2023, mas, com certeza, existe espaço, porque a demanda segue bastante aquecida”, destaca Silva.

Estratégia

A linha estratégica de crescimento da Accor no Brasil não difere dos anos anteriores, até porque acompanha o desenvolvimento econômico e a urbanização do país. De um lado, o foco da rede francesa está em crescer em cidades secundárias e terciárias com marcas econômicas, privilegiando contratos de franquia. “É aqui que enxergamos o maior potencial em termos de volume de assinaturas. Acho, por exemplo, que praças secundárias no interior de São Paulo, Mato Grosso, Rio Grande do Sul ou Goiás têm espaço para uma hotelaria econômica, e em alguns casos até midscale”, explica Silva.

Em outra frente, a empresa mira contratos de administração em mercados mais centrais, como grandes capitais, com bandeiras premium. “É outra possibilidade que avaliamos com muito carinho. Queremos desenvolver produtos premium em capitais como Rio de Janeiro e São Paulo, que são cidades com massa de negócios interessante. Em geral, esses hotéis são de grande porte, tendo grande potencial de geração de receita para os investidores”, destaca Silva.

Para atrair os investidores, a Accor confia muito no seu principal “ativo imaterial”, que é a força das suas marcas. E, de fato, é difícil de negar o elevado brand awareness da família ibis no imaginário coletivo do brasileiro, por exemplo. Por outro lado, a rede francesa também aposta muito no pacote de benefícios que entrega aos proprietários que assinam contratos com a empresa. Entre eles, destaque para as plataformas de distribuição e de compras da companhia.


“Nos hotéis com bandeira Accor, nossa plataforma de distribuição é responsável em geral por quase 70% das vendas. Vale destacar que, deste volume, quase a metade vêm dos nossos canais diretos, com o resto oriundo de intermediários como OTAs e GDS. Ainda assim, essas reservas têm um custo bem mais baixo se o empreendimento negociasse diretamente com esses players, pois nossa escala global garante boas negociações para nós”Rômulo Silva, diretor de Desenvolvimento de Franquias da Accor.


“A nossa escala também propicia negociações vantajosas para os hotéis que integram nossa plataforma de compras, a Astore. Por meio dela, o proprietário consegue comprar produtos e serviços com preços mais competitivos”, acrescenta. “Nossas plataformas de distribuição e de compras entregam resultados tanto na ponta de geração de receita, quanto na gestão do custo. Em resumo, a propriedade vai faturar mais e verá seus custos diminuir, principalmente de distribuição, garantindo melhores margens de lucro”, continua.

Conversões

Ao mesmo tempo em que vê potencial para o início de um novo ciclo de novas construções de hotéis, a Accor também observa com atenção o movimento natural de conversões de bandeira no mercado. E, para essa frente de expansão, a rede francesa coloca bastante energia na Handwritten Collection. Lançada no ano passado, a marca é uma coleção global de hotéis independentes de médio porte, com padrões de marca bastante flexíveis.

“Nossa ideia é o hotel independente passe a integrar nosso ecossistema a um custo baixo e com um ROI (Retorno do Investimento) mais rápido. Por isso, os padrões de marca são bastante flexíveis, o que significa um programa de renovação mais barato”, diz Silva. “Queremos que estes hotéis mantenham sua singularidade, e sem grandes investimentos. Na área de A&B (Alimentos & Bebidas), por exemplo, vamos exigir apenas bar, room service e serviço de café da manhã”, completa.

Em relação a esse período de adaptação, Silva acredita que, em seis meses, o hotel já consegue estar totalmente integrado ao ecossistema da Handwritten Collection. “Isso em um cenário conservador. Acelerando, acredito que esse tempo caia para 120 dias”, acrescenta. Atualmente, segundo o executivo, a Accor tem 12 contratos em avaliação em diferentes regiões do país.

“Procuramos hotéis acima de 50 UHs, mas isso não é uma regra, pois não dispensaríamos uma propriedade com 25 apartamentos em Fernando de Noronha (PE), por exemplo. O que importa para nós, na verdade, é que o empreendimento tenha personalidade, um toque pessoal do dono. Que seja também emblemático em seu entorno”, finaliza Silva.

(*) Crédito da capa: Hotelier News

(**) Crédito da foto: Divulgação/Accor