Durante a pandemia, o Airbnb experimentou um crescimento expressivo nas estadas de longa duração, com períodos de 28 dias ou mais, além de uma alta demanda por acomodações em áreas não urbanas. Mesmo com a normalização de várias tendências de viagem desde então, a reportagem da Skift mostra que esses dois segmentos continuam sólidos, mantendo-se como partes importantes do modelo de negócios da plataforma.

A diretora Financeira do Airbnb, Ellie Mertz, destacou durante uma conferência de investidores do Goldman Sachs que, apesar das previsões pessimistas, as estadas de longa duração seguem fortes. “Muitos achavam que esse segmento se dissolveria com o retorno ao trabalho presencial”, disse Ellie. “Mas, o que vemos hoje é que, embora esse segmento não esteja crescendo tão rapidamente quanto os aluguéis de curto prazo, ele é nominalmente o dobro do tamanho que era antes da pandemia, e continua sendo uma parte muito significativa do nosso negócio.”

Crescimento em estadas prolongadas

Nos primeiros meses de 2021, as estadas prolongadas já haviam sido identificadas como o segmento de maior crescimento na plataforma, refletindo o interesse por essa modalidade de hospedagem. Entretanto, Ellie observou que, atualmente, o ritmo de crescimento dessas reservas na América do Norte está desacelerando em comparação com outras regiões, o que não se aplica aos aluguéis de curta duração, que seguem com alta demanda. A diretora explicou que o Airbnb possui uma grande concentração de estadas longas nessa região, o que justifica a desaceleração.

Além disso, o Airbnb vem promovendo o custo-benefício de estadas mais longas em suas acomodações. Ellie não abordou diretamente o argumento de que um Airbnb de um quarto é mais econômico do que um hotel, mas destacou que a plataforma oferece uma alternativa mais prática para quem busca uma hospedagem de longa duração. “Se você planeja ficar cinco, seis semanas ou até seis meses, um hotel não é uma opção viável. O Airbnb oferece uma vasta gama de opções que atende a essa necessidade”, afirmou.

Por outro lado, empresas hoteleiras dos Estados Unidos estão investindo pesadamente em acomodações para estadas prolongadas, o que poderia gerar uma resposta ao posicionamento do Airbnb como a melhor opção para esse perfil de cliente.

Demanda por áreas não urbanas permanece alta

Outro fenômeno que ganhou força durante a pandemia foi a busca por destinos fora dos grandes centros urbanos, impulsionado pela necessidade de isolamento e fuga de áreas mais densamente povoadas. Embora o retorno ao trabalho presencial tenha sido exigido por algumas empresas, a demanda por essas áreas continua forte, em parte devido à flexibilidade que muitos trabalhadores ainda possuem para realizar suas atividades remotamente.

Ellie associou a resiliência das viagens para áreas não urbanas à diversidade de mercados onde o Airbnb está presente e à exclusividade da sua oferta nesses locais. Ela comentou que esses destinos, muitas vezes menos explorados, se tornaram opções atraentes para quem deseja aproveitar o trabalho remoto longe das áreas urbanas.

Essa tendência reflete o potencial de crescimento contínuo do Airbnb, especialmente em regiões que não fazem parte do circuito tradicional de viagens. Ao longo dos últimos anos, a plataforma se adaptou a novas exigências do mercado, atraindo tanto viajantes a lazer quanto aqueles que precisam de uma acomodação mais flexível para estadas prolongadas.

Mesmo com as transformações no comportamento do consumidor e o retorno gradual à rotina pré-pandêmica, o Airbnb mantém sua posição em segmentos que se provaram essenciais para o seu sucesso durante os períodos de maior incerteza. A plataforma segue apostando na flexibilidade e diversidade de sua oferta como diferenciais competitivos em um mercado que continua a evoluir.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Airbnb