O Airbnb divulgou seus resultados financeiros do terceiro trimestre deste ano. De acordo com o relatório, a companhia registrou uma receita de US$ 3,7 bilhões, um aumento de 10% em comparação ao mesmo período do ano passado, impulsionado principalmente pelo crescimento no número de noites reservadas, conforme aponta o Phocuswire.

O volume de noites e experiências da empresa aumentou 8% na mesma base de comparação. O Ebitda Ajustado, por sua vez, teve um crescimento de 7% em relação ao ano anterior, alcançando US$ 2 bilhões. No entanto, apesar dos resultados positivos, o Airbnb registrou uma queda significativa no lucro líquido, passando de US$ 4 bilhões no terceiro trimestre do ano passado para US$ 1,4 bilhão no mesmo período de 2024.

Essa variação foi atribuída ao benefício fiscal de US$ 2,8 bilhões registrado no ano passado. O balanço também indica que o Airbnb aumentou seus gastos com marketing no terceiro trimestre, alcançando US$ 43 milhões, acima dos US$ 33 milhões investidos no ano anterior.

A empresa mostrou-se satisfeita com os investimentos em marketing, destacando um crescimento mais acelerado nas reservas em áreas de baixa penetração.

Crescimento

Em maio, o Airbnb lançou a plataforma Icons com o objetivo de proporcionar novas experiências. O balanço indica que esse esforço está atraindo novos clientes para o ecossistema da empresa. O relatório destaca que as novas funcionalidades contribuíram para a criação de 1,7 milhão de novos perfis desde o lançamento.

Isso está diretamente ligado a um dos principais objetivos da companhia, que busca oferecer mais do que apenas estadas para aluguel. “É estratégico para nós conquistar mais contas… especialmente porque queremos oferecer mais produtos além de casas”, disse Brian Chesky, cofundador e CEO do Airbnb, durante o lançamento das funcionalidades.

Em uma reunião sobre os resultados do terceiro trimestre, o executivo ressaltou que o Icons e outros recursos apoiarão a expansão contínua do Airbnb. “Acredito que estamos apenas arranhando a superfície do potencial desta empresa”, comentou Chesky.

Além dos novos perfis, o Icons gerou 60 milhões de visitas ao site e 1 bilhão de impressões nas redes sociais. “Acredito que o próximo capítulo do Airbnb terá início em maio de 2025, expandindo nossa proposta além do negócio principal”, afirmou o CEO, acrescentando que a empresa está se aproximando de 500 milhões de diárias reservadas em um ano.

Estratégias

Em relação ao negócio principal, o Airbnb lançou, no mês passado, seu programa de co-anfitriões. “Lançamos a rede com 10 mil co-anfitriões em 10 países e, nas três semanas desde o lançamento, já recebemos o interesse de mais de 20 mil novos co-anfitriões em potencial”, destacou Chesky.

Além disso, a empresa está focada no crescimento global. A maior parte dos negócios está concentrada nos EUA, Austrália, França, Reino Unido e Canadá, que representam cerca de três quartos do valor bruto de reservas. O CEO destacou que vê novas oportunidades em mercados emergentes, como México, Brasil, Itália, Alemanha, Espanha, Coreia, Japão, Índia e China.

“Prevemos uma reimaginação das experiências do Airbnb, que acontecerá em maio próximo”, apontou o CEO. “Normalmente, o Airbnb é algo que se reserva uma ou duas vezes por ano. Muito poucas pessoas fazem reservas mensais”, acrescentou.

Embora Chesky tenha moderado suas expectativas de que a IA generativa transformará o Airbnb, ele também abordou a integração do recurso na forma de um chatbot para aprimorar o atendimento ao cliente. A empresa está passando pelo que o executivo chamou de “transformação realmente empolgante”. “Estamos vendo um progresso significativo no atendimento ao cliente baseado em IA”, comentou.

O executivo explicou que vê essa evolução em três fases: primeiro, o agente de IA lidará com questões básicas, que estão sendo implementadas em um programa piloto. Em seguida, a IA ajudará na personalização e, eventualmente, poderá “tomar ações” como cancelar reservas e resolver questões para os hóspedes.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Airbnb