Alexandre venturaMotos, viagens e a família ocupam o tempo livre do gerente

A vida e a carreira de Alexandre Ventura, 37 anos, tomaram rumos bem diferentes do que ele imaginava. O jundiaiense, atual gerente geral do Intercity Itupeva, começou o curso de Engenharia Mecatrônica e atuou na área por cinco anos, mas decidiu mudar de rumo totalmente. Largou a faculdade e foi cursar Turismo na Unip de Jundiaí. 

“Trabalhei na Itaucom, mas não estava feliz atuando nesse segmento. Fui cursar Turismo e entrei no mercado hoteleiro de fato em 2006”, relembra. O primeiro contato do profissional com o setor foi como representante comercial do Hopi Hari, onde permaneceu por um ano visitando pontos de vendas enquanto estava na faculdade. “Visitava empresas, escolas e me tornei representante do parque na região”. 

Quando a Intercity chegou a São Paulo, Ventura foi indicado pela ex-chefe para integrar a equipe de vendas da rede. “Ela conheceu o Marcelo Marinho e sabia que eu estava buscando entrar no mercado hoteleiro”, explica. Entre 2006 e 2013, o gerente atuou no departamento comercial, trabalhando para as regiões de Franca e Indaiatuba, Ribeirão Preto e Rio de Janeiro.

Após sete anos colaborando com a Intercity, o executivo resolveu dar uma reviravolta em sua vida profissional. Pediu demissão da rede para montar um negócio próprio com um amigo no segmento de mobiliário para escritórios que durou cerca de dois anos. Quando não deu certo, Ventura retornou ao mercado hoteleiro como gerente de Vendas da Faro Hotéis.

“Assumi a gerência geral quando a pessoa que estava no cargo saiu. Foi uma ótima experiência, estava de fato dentro da operação”, salienta. Ao contrário do que ele imaginava, a relação com a Intercity ainda renderia muitos frutos. Convidado a retornar ao grupo, o gerente permaneceu entre 2015 e 2017 como gerente de Vendas na unidade de Vinhedo. 

Antes de assumir o posto de gerente geral em Itupeva, Ventura trabalhou no mesmo cargo em Teresópolis de 2018 a 2019. No dia 11 de fevereiro deste ano, o profissional foi para a cidade paulista onde permanece até hoje. “Como gerente geral, passei a ter outra visão da operação. Antes a minha preocupação era colocar hóspedes dentro do hotel, hoje me atento mais aos detalhes e busco engajar a equipe”, pontua. “Atrás da cadeira não tenho contato com os hóspedes, não sinto o cheiro do quarto ou escuto o volume do som do restaurante”. 

Alexandre Ventura: mercado paulista

Nascido e criado no interior de São Paulo, ele afirma que o mercado hoteleiro da região tem muito potencial de crescimento, principalmente pelo fato de grandes indústrias estarem migrando para os arredores da capital, fortalecendo os empreendimentos locais. “Esse pedaço do interior que fica a 1h30 de São Paulo ainda oferece muito espaço para investimento. Você encontra algumas pousadas, mas além do Intercity temos apenas o Quality como hotel de rede em Itupeva, por exemplo”. 

Outro ponto positivo é a expansão da malha aérea para destinos no interior e alta do dólar que impulsiona o turismo doméstico no país. “Além do público corporativo proveniente de empresas grandes como Bauducco e Kopenhagen, as escapadas de fim de semana ajudam na receita de lazer”, explica. 

Contrastes

Viajante de carteirinha, o executivo se aventurou por mochilões pela Europa e garante: o mercado hoteleiro brasileiro ainda conserva alguns preconceitos e tabus. “Gosto de vivenciar a cultura local, os hábitos das pessoas. O Brasil ainda está muito distante do que é a Europa. Ainda temos muitas restrições e preconceitos”, afirma. “Lá fora podemos ver todo o tipo de pessoa trabalhando em todas as áreas dos hotéis, independente da aparência. Eles estão preocupados com o que você produz, não com suas roupas ou cabelo”. 

Segundo ele, a hotelaria ainda precisa passar por muitas desconstruções e seguir o exemplo de empreendimentos estrangeiros, como a Intercity da Alemanha. “Ninguém te avalia por quem você é por fora”. 

De moto, carro ou avião, não importa. Pegar estrada independente do destino sempre será uma experiência enriquecedora, garante Ventura. “Cada lugar você conhece uma pessoa nova, experimenta uma nova comida. Sempre gostei de viajar, não importa o lugar. Gosto de um bom restaurante e um bom hotel, mas não recuso uma comida caseira local e um quartinho com chuveiro. Me adapto bem”, conta.

Sobre escolher um lugar para viajar favorito, ele é categórico: Patagônia. “É um destino muito próximo, com variadas possibilidades de transporte e pouco explorado”, diz.

Além de viajar, o profissional ostenta outros hobbies como o motociclismo, corridas, trekking e claro, sua esposa e filho. 

(*) Crédito da foto: Peter Kutuchian/Hotelier News