Após uma intensa negociação para levar o hotel Tropical Manaus, a Marriott International tem no pipeline mais três empreendimentos com a bandeira Tribute Portfolio em negociação no Brasil. Os projetos se juntam à famosa propriedade manauara, fechada desde 2020, e que reabrirá as portas neste ano por meio da mais nova bandeira da gigante estadunidense no país, revela o Valor Econômico.

O contrato da Marriott para adicionar o Tropical Manaus ao portfólio foi assinado nas últimas semanas, junto ao Grupo Fametro, que arrematou o ativo em leilão por R$ 91 milhões em 2020. Os planos para o Tribute Portfolio no Brasil chegam em um momento em que o mercado aposta no avanço das conversões, com o fim dos incentivos fiscais do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos).

A nova marca se encaixa no modelo soft brand, no qual as empresas conseguem absorver propriedades com maior tradição sem a necessidade de grandes obras. Diversos grupos trouxeram bandeiras com esse formato para o Brasil, como a Accor, com a Handwritten Collection.

“As soft brands foram criadas para ter conexão com os hotéis. Elas foram feitas para empreendimentos com personalidade determinada, para guardar a história deles. Temos um, por exemplo, em Barcelona, que era uma Cotton House, que comercializava algodão, e toda a infraestrutura foi mantida”, explica Walter Regidor, vice-presidente de Operações da Marriott para as Américas do Sul e Central.

Expectativas

Renato Carvalho, gerente de Desenvolvimento da Marriott no Brasil, explica que as futuras propriedades da Tribute estão localizadas no Sudeste, Sul e Nordeste. A previsão é de que, até o final do ano, mais uma negociação seja concluída. Globalmente, a marca tem 112 hotéis em operação, além de 126 no pipeline.

Enquanto as negociações avançam, a rede vira seus esforços para a reabertura do Tropical Manaus. O contrato fechado entre Marriott e Grupo Fametro tem duração de 20 anos. A expectativa é de que a primeira fase do hotel seja aberta em dezembro, com 308 quartos. A segunda fase está prevista para os próximos dois anos e terá outros 280 quartos, 19 lojas e uma obra com restaurantes às margens do Rio Negro.

Executivos revelaram que a rede já está em contato os governos da região para construir o destino Manaus, com ações como a retomada de malhas aéreas internacionais. Uma das conversas avançadas é a volta da TAP com voos ligando Lisboa a Belém e depois Manaus.

“Há conversas para estímulo de conexão com os EUA via Belém”, destaca Carvalho. Outra aposta é o estímulo de cruzeiros de menor porte nos rios da região.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Grupo Fametro