BC - inflação e jurosEm ata do Copom, BC vê cenário externo mais favorável aos emergentes

O BC (Banco Central) destacou que a inflação deve recuar, mas voltará aos níveis de agosto até o fim do ano. Com isso a instituição financeira reitera sua mensagem de que há espaço para novo afrouxamento na taxa básica de juros. Tal cenário independe do movimento recente do câmbio, que vive volatilidade. 

Em agosto, a inflação oficial medida pelo IPCA chegou a 3,43% no acumulado em 12 meses. Dessa forma, acelerou ante o patamar de 3,22% exibido até julho, mas permanece com folga abaixo da meta de 4,25%. As informações são da agência de notícias Reuters.

“Essa trajetória de curto prazo (para a inflação) reflete, entre outros fatores, comportamento benigno de alguns componentes mais voláteis da inflação e dinâmica da inflação importada, cujos vetores altistas têm sido moderados pela trajetória de preços externos”, assinalou o BC em sua ata do Copom (Comitê de Política Monetária) divulgada hoje (24).

Entre a decisão de julho do Copom e a tomada pelo colegiado na quarta-feira passada, o dólar subiu 7,5% frente ao real. Na ata, entretanto, o BC buscou relativizar eventual impacto nesse sentido ao mencionar que os vetores altistas da inflação importada têm sido, de certa forma, contrabalançados.

Em meio a este cenário, o BC cortou a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, na semana passada, a 5,50% ao ano. Com isso, deu sequência ao ciclo de queda na Selic, processo deve seguir adiante diante da lenta recuperação econômica. De certa forma, a mensagem do que vira pela frente em relação ao indicador foi repetida nesta manhã.

BC e projeções econômicas

Em relação ao PIB (Produto Interno Bruto), a instituição estimou que deve mostrar “ligeiro crescimento” no terceiro trimestre. Vale destacar que o indicador fechou em alta de 0,4% no segundo trimestre, acima das expectativas do mercado.

“Os trimestres seguintes devem apresentar alguma aceleração, que deve ser reforçada pelos estímulos decorrentes da liberação de recursos do FGTS e PIS-Pasep, com impacto, em especial, no último trimestre de 2019”, prosseguiu o banco. Quanto ao quadro externo, o BC avaliou que agora está “relativamente favorável” para economias emergentes, ante a leitura de que estava benigno antes.

(*) Crédito da foto: lkzmiranda/Pixabay