Em julho, o Brasil registrou a abertura de 188 mil empregos formais, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O saldo positivo do período ficou acima da expectativa do mercado, que era de 183 mil postos de trabalho, revela O Globo.

No mês passado, houve 2,1 milhões de admissões e 1,9 milhão de desligamentos. Houve saldo positivo nos setores de Serviços (79,1 mil postos), Indústria (49,4 mil), Comércio (33 mil), Construção (19,6 mil) e Agropecuária (6,6 mil).

Com o resultado mensal, de janeiro a julho de 2024 foram criados 1,4 milhão de postos de trabalho com carteira assinada. No mesmo período do ano passado, o saldo foi de 1,1 milhão, ou seja, inferior ao acumulado de 2024. Já nos últimos 12 meses, há um saldo acumulado de 1,7 milhão de empregos, 13% maior do que período anterior (agosto de 2022 a julho de 2024).

Em junho deste ano, foram gerados 201,7 mil empregos formais. No primeiro semestre, o Brasil abriu 1,3 milhão de postos, também puxados pelo setor de serviços, se aproximando do total de vagas abertas em 2023.

Outros dados

O contingente de trabalhadores no setor de serviços cresceu pelo segundo ano seguido e atingiu novo recorde em 2022. O número de pessoas ocupadas cresceu 5,8% no período frente a 2021, chegando a 14,2 milhões, patamar mais alto desde 2007. Isso representa 73 mil trabalhadores a mais ocupados na passagem entre 2021 e 2022.

Os dados são da Pas (Pesquisa Anual de Serviços) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). “O emprego nas empresas de serviços não financeiros atingiu o recorde da série histórica da pesquisa, que começa em 2007”, afirma Marcelo Miranda, economista responsável pela pesquisa, em entrevista ao Valor Econômico.

O ano de 2022 foi o segundo consecutivo em que houve alta do pessoal ocupado: a variação tinha sido de 7,7%. Os dois anos foram de recuperação, após uma queda de 3,1% em 2020, explicado pela pandemia. O número de 14,2 milhões de pessoas ocupadas supera também o patamar pré-pandemia, em 2019, quando havia 12,8 milhões. A diferença é 1,3 milhão de pessoas ou 10,3% a mais.

No período, o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 3% no Brasil, após alta de 4,8% em 2021. O resultado ainda foi influenciado por um contexto de recuperação do período inicial da pandemia, quando houve queda de 3,3% do indicador em 2020.

Na transição entre 2021 e 2022, a maior influência para o aumento das vagas geradas pelo setor veio do segmento de Serviços Profissionais, Administrativos e Complementares, com ênfase nas atividades de Serviços Técnico-Profissionais (353,8 mil), Serviços de Escritório e Apoio Administrativo (248,3 mil) e de Seleção, Agenciamento e Locação de Mão de Obra (203,7 mil).

No comparativo de uma década, entre 2013 e 2022, houve expansão de 1,7 milhão de pessoas na mão de obra entre 2013 e 2022, equivalente a um aumento de 13,9%. Na análise por segmentos, as maiores contribuições vieram de serviços técnico-profissionais (508,0 mil), serviços de escritório e apoio administrativo (393,5 mil) e tecnologia da informação (244,6 mil).

A pesquisa revela também um crescimento no número de empresas, com aumento de 8,9%, equivalente a 145,9 mil novas companhias, passando de 1,4 milhão em 2021 para 1,6 milhão em 2022. O total de 2022 representa, ainda, um salto de 70,8% em comparação às 783,3 mil empresas registradas em 2007, ano inicial da série histórica.

Os dados indicam que as empresas de Serviços Não Financeiros alcançaram R$ 518 bilhões em salários, retiradas e outras formas de remuneração. As companhias registraram receita operacional líquida de R$ 2,7 trilhões, receita bruta de R$ 3,1 trilhões e valor adicionado de R$ 1,5 trilhão.

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