Liberadas desde o dia 6 de abril, as linhas de crédito anunciadas pelo governo federal em março para PMEs (pequenas e médias empresas) ainda não chegaram nas mãos de 49% dos hotéis e parques solicitantes. O levantamento online foi feito por entidades turísticas e seus associados dia 24 de abril.

Resorts Brasil, Sindepat, ABIH, BLTA, FOHB, FBHA, Adibra e Unedestinos coletaram 298 respostas de empreendimentos localizados em 108 cidades de 19 estados e Distrito Federal, distribuídos nas cinco regiões do Brasil. Até o dia 7 de maio, apenas 10% dos R$ 40 bilhões anunciados pelo governo haviam sido liberados às empresas, segundo dados do BC (Banco Central). 

Entre os respondentes, 58% são micro e pequenas empresas e 42% se consideram de médio e grande porte. Do total, 65% são hotéis; 14% de parques e atrações; 13% de condo-hotéis e flats e 8% resorts. Segundo o levantamento, 79% das empresas não têm fôlego para mais de dois meses – problema evidenciado em todos os portes e segmentos. 

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Mais da metade das empresas que estão com limitação de caixa não têm garantia real para oferecer na solicitação de crédito. Dos respondentes, 47% realizaram o pedido e outras 53% ainda não fizeram a solicitação. Nos últimos 40 dias, 140 hotéis e parques fizeram 206 pedidos de acesso, destas apenas 51% conseguiram, ainda que parcialmente e nenhuma empresa foi totalmente atendida.

Entre as companhias contempladas com o aporte, 56% são micro e pequenas, enquanto 44% são médias e grandes. Das categorias hoteleiras, 33% dos resorts conseguiram o acesso ao crédito; hotéis (26%), parques (19%) e condo-hotéis (13%).

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Linhas de crédito: dificuldade de acesso

Um dos catalisadores para a realização da pesquisa foi a dificuldade das empresas em conseguir o benefício. Mais da metade das solicitações foram negadas, sendo a média de aprovação de apenas 30%. O resultado da pesquisa sugere que cooperativas (47%) e bancos públicos federais (38%) se mostraram mais receptivos às solicitaçõe do setor de hotéis e parques.

Com o fôlego curto em todos os segmentos, 79% das empresas alegam não ter condições financeiras para sobreviver mais de dois meses. Destas, metade não passará dos próximos 30 dias. Um dos grandes agravantes é a resistência de muitas instituições em liberar os valores para empreendimentos de diversos portes e setores.

Do montante necessário para para salvar as empresas da pesquisa, apenas 16% foi liberado e apenas 24% do total da amostra foram beneficiadas. As principais justificativas para a negação do acesso são morosidade e burocracia na avaliação dos processos, falta de garantias e alto risco atribuído ao setor de turismo.

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(*) Crédito da foto: Raten-Kauf/Pixabay

(**) Crédito das imagens: Divulgação