A ICF (Intenção de Consumo das Famílias) cresceu 0,9% em outubro frente ao mês anterior, atingindo 68,7 pontos. É o segundo aumento seguido do indicador, que, ainda assim, teve a pior pontuação para o mês da série histórica. Isso porque, na comparação anual, houve recuo de 26,4% – a sétima retração consecutiva. Medida pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) a ICF está abaixo do nível de satisfação (100 pontos) desde 2015.

Para José Roberto Tadros, presidente da CNC, a recuperação gradual do consumo tem se refletido no varejo, nos últimos meses. “A maior satisfação das famílias reforça a evolução gradual, observada nos dados recentes do comércio”, avalia. Um conjunto de dados mapeados pela entidade ratificam a fala do dirigente.

Em outubro, por exemplo, houve melhora nos itens que compõem as condições de consumo. O Acesso ao Crédito chegou ao segundo aumento seguido (+0,3%), a 81,9 pontos. O Nível de Consumo Atual, por sua vez, cresceu 1,2%, também segunda alta consecutiva, a 51,7 pontos. Por fim, o Momento para Duráveis registrou a terceira expansão em sequência (+2,1%), subindo a 43,3 pontos.

CNC: emprego e renda

A renda das famílias, entretanto, foi novamente o ponto negativo do levantamento, informa a entidade. O item acumulou a sétima queda seguida (-0,9%) e caiu a 76,3 pontos – renovando o menor patamar da série histórica. Para Catarina Carneiro da Silva, economista da CNC responsável pelo estudo, os consumidores estão tendo limitação de renda.

“A redução do auxílio emergencial do governo impactou negativamente as famílias, mesmo com a melhora nas percepções em relação ao mercado de trabalho”. O subíndice que mede a satisfação dos brasileiros com relação ao emprego registrou o segundo crescimento seguido (+0,3%). Com isso, fechou o mês novamente como item de pontuação mais elevada (85,9 pontos).

(*) Crédito da capa: StockSnap/Pixabay