cnc serviçosSetor de trasportes foi o única a registrar queda em maio

O setor de serviços deu uma guinada positiva em maio, com quatro dos cinco segmentos registrando alta na comparação mês a mês. Isso é o que mostra dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados hoje (12). Nesse cenário, a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) projeta crescimento de 1,6% na receita real dos serviços em 2019. Estimativa é 0,2 ponto percentual acima da última previsão (+ 1,4%). Se confirmado, será o primeiro avanço anual desde 2014 (+ 2,5%). 

Na comparação anual, o volume de receitas do setor de serviços teve alta de 4,8%. Porém, essa base de comparação foi afetada pela greve dos caminhoneiros em 2018, quando a queda mensal foi de 4,8% na passagem de abril para maio. Na comparação mensal, o setor se manteve estável em relação a abril. 
 
Para a CNC, a atividade econômica deve ganhar um pouco mais de fôlego na segunda metade do ano. “O encaminhamento favorável à aprovação da reforma da Previdência deverá abrir mais espaço na agenda do governo para a adoção de medidas de estimulem a economia no curto prazo”, acredita Fabio Bentes, chefe da Divisão Econômica da CNC.

CNC: segmentos 

Quatro dos cinco setores dentro dos serviços analisados tiveram alta em maio frente a abril. Com destaque para o ramo de serviços de informação e comunicação (+1,7%). Outros serviços (+2,6%), serviços profissionais, administrativos e complementares (+0,7%) e serviços prestados às famílias (+0,5%) também avançaram.

Na contramão, o segmento de transportes, o mais conectado e associado à atividade econômica, caiu 0,6% na base mensal, repetindo resultado de abril. O setor de transportes têm peso de 30% no cálculo da pesquisa.

Na avaliação de Alexandre Gehlen, presidente do FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros no Brasil), a retomada do mercado está lenta, mas a hotelaria ainda deve crescer em 2019.

“Nossa estimativa ainda está em linha com o que projetamos no começo do ano, de uma alta no volume de receitas entre 7% e 8%, mas ainda é um resultado distante. Tivemos um começo de ano lento e precisamos recuperar o aumento das taxas de ocupação e, principalmente, de diária média”, afirma Gehlen. 

“A diária média é nosso maior gap. Estamos trabalhando para conscientizar nossos associados na necessidade de crescer a diária média na hotelaria brasileira, que é um ponto que ficou estagnado por muitos anos, enquanto a inflação vinha à galope. Ao meu ver, no momento estamos aplicando uma diária equivalente à inflação de 2013 enquanto os custos já estão em 2020”, explica. 

(*) Crédito da foto: Rangga Cahya Nugraha/Unsplash