O avanço da digitalização implicou em grandes transformações para o mercado de turismo como um todo, influenciando especialmente o modo como os viajantes pesquisam e reservam sua hospedagem. A acessibilidade e a tecnologia permitiram que, com poucos cliques, seja possível fazer uma reserva em praticamente qualquer hotel do mundo. Inclusive, de acordo com o levantamento Turismo Tendências de Turismo, do MTur, realizado pelo IPRI (Instituto de Pesquisa de Reputação e Imagem) em dezembro de 2023, 48% dos brasileiros planejam suas vigens de forma online para a compra de passagens e hospedagens.

A expansão das fronteiras das lojas e agências de viagem para o ambiente digital também multiplicou as oportunidades de vendas para os hotéis. Hoje, é possível vender em diversos canais e plataformas online, marcando presença onde o consumidor – cada vez mais conectado – está.

Seja em agências de viagens online, empresas parceiras ou mesmo sites próprios, não faltam opções de canais de venda. Porém, para que os negócios no ambiente digital possam, de fato, render bons resultados para os hotéis, é preciso lidar com o desafio de gerir todos estes meios de distribuição.

“E é a este ponto que os gestores hoteleiros precisam ficar atentos, já que não é tão simples lidar com a tarefa de administrar diferentes prateleiras e vitrine”, onde é preciso não apenas optar pelos melhores canais, mas principalmente estabelecer estratégias de preços efetivas. Além deste processo envolver a centralização das informações e a sua atualização em tempo real, ele também exige que as melhores decisões sejam tomadas, de acordo com as metas de curto e longo prazo do negócio. Ou seja, é um grande malabarismo”, avalia Claudio Cordeiro, diretor de Produtos para Hotelaria da TOTVS.

Mas não tenha dúvidas: quando bem implementada, uma boa gestão de distribuição potencializa o resultado, ajudando a otimizar a receita e garantir a sustentabilidade do negócio. “E aqui com certeza a tecnologia é a melhor aliada. Hoje, já existem no mercado inovações dedicadas justamente para esse processo tão comum na hotelaria, garantindo uma gestão de distribuição muito mais eficiente e automatizada”, complementa Cordeiro.

“Tecnologia permite automatizar processos”, destaca Cordeiro

Centralização de dados

A grande vantagem destas ferramentas é a centralização de dados de diferentes canais de venda, em tempo real, em uma única plataforma. Esse tipo de solução também conta com dashboards que fornecem todo o histórico de vendas do hotel, facilitando o acesso às informações. Com isso, os gestores conseguem aprimorar a gestão de preços e de demanda, evitando overbooking, garantindo uma melhor ocupação e obtendo uma visão 360º de todos os seus canais de venda. “Tudo integrado ao PMS, sistema voltado para hotéis, que atua no controle de reservas, check-in e check-out, e auxilia em uma melhor gestão do estabelecimento como um todo”, diz o executivo da TOTVS.

Diante desta riqueza de dados, estabelecer estratégias de precificação personalizadas para cada canal se torna muito mais simples. Por meio da tecnologia, é possível definir, por exemplo, qual canal deve ter a maior/menor tarifa, ou como flutuar os preços de acordo com a demanda do mercado. Assim, se a demanda está baixa no período, por exemplo, você pode optar por baixar as tarifas no canal de venda próprio para melhorar a receita e margem de lucro, já que evitaria o pagamento de comissões a plataformas terceiras.

Ou então, caso a demanda no período esteja muito alta, é possível aumentar as tarifas de reservas em OTAs, aumentando a margem. “E o melhor, a tecnologia permite automatizar este processo, com apoio até mesmo de Inteligência Artificial para estabelecer padrões de comportamento para que o sistema ajuste os preços de acordo com um determinado cenário”, analisa Cordeiro.

Em um mercado dinâmico e competitivo como o hoteleiro, é fundamental contar com uma estratégia de distribuição robusta, e isso envolve dispor de um mix de canais de venda, desde canais próprios até ter uma presença ativa em OTAs que garantam uma boa visibilidade. “Neste cenário, contar com a ajuda da tecnologia para otimizar a receita e garantir uma boa margem de lucro nos empreendimentos, por meio de uma gestão de preços e de demanda mais eficientes, pode ser não apenas um diferencial, mas uma necessidade para garantir a sustentabilidade e competitividade”, finaliza o executivo.

(*) Crédito da capa: rawpixel.com/Freepik

(**) Crédito da foto: Divulgação/TOTVS