Na hotelaria, o channel manager atua no sentido de garantir que as informações sobre disponibilidade e tarifas estejam sincronizadas em diversos canais de venda. Ou seja, trata-se de um recurso fundamental para facilitar a gestão. Então, dentro deste cenário, abre-se um questionamento extremamente pertinente: você, hoteleiro, sabe o que deve ser considerado na hora de escolher um gestor de canais para o seu empreendimento?

Em entrevista ao Hotelier News, Diego Corrêa, co-fundador e CRO da HSystem, diz que o channel manager é o centro de um ecossistema. “Na hora de escolher, você só precisa observar se há integração com os canais e o sistema que seu hotel possui. Porém, dentro desse ecossistema, há diversas ferramentas de reservas, integrações com sistemas de Revenue Management, entre outros recursos”, destaca.

Channel manager - Diego_Corrêa

Corrêa reforça importância do gestor de canais

“O que precisa ser observado é se ecossistema realmente está ajudando os hotéis a aumentar de forma considerável a produtividade online. A decisão acaba dependendo, também, do perfil do hotel e dos canais nos quais ele pretende distribuir. Por exemplo, tem canais que existem só em channel managers específicos, mas há ferramentas que auxiliam na venda direta, que estão ligadas a um gestor de canais. Então tudo isso conta”, complementa Corrêa.

O executivo reforça que, entre os principais critérios na hora de escolher um channel manager, estão a estabilidade, número de canais, integração com operadoras, se há ou não um aplicativo mobile, e número de integração com sistemas terceiros.

“O que a gente observa é que há três pilares da venda online: o primeiro é ter canais de vendas para o hotel ser encontrado. O segundo é o empreendimento ter um meio de conversão direta, e em seguida é a forma como os hotéis trabalham a retenção dos hóspedes”, conclui o executivo da HSystem.

O que considerar?

Paulo Salvador, sócio-diretor da Noctua Advisory, começa afirmando que a escolha de um channel manager está relacionada principalmente ao nível de integração que existe entre os principais geradores de receitas dos hotéis. “Hoje, no Brasil, não existe um gestor de canais que não possa estar conectado com as principais OTAs: Booking.com, Expedia e Decolar”, salienta, em conversa com a reportagem do Hotelier News.

Paulo Salvador

Salvador elenca critérios de escolha do channel manager

“Mas também é preciso lembrar que um bom channel manager deve estar conectado em outras frentes, que as OTAs não cobrem, como operadoras e consolidadoras. Assim, uma boa gestão estratégica é aquela que possui capacidade de distribuir seu inventário nos principais players”, acrescenta.

Salvador alerta para os hoteleiros que um dos principais pontos a serem considerados é a necessidade do hotel, visto que cada empreendimento atua com um objetivo específico. “O hoteleiro não pode se enganar e achar que vai gerar negócios se trabalhar com um channel manager conectado com 300 OTAs. Não é assim que funciona”, explica.

“Muitas vezes, o hotel nem precisa pagar tão caro. Só é preciso ser assertivo na estratégia. Isso impacta positivamente nos resultados e, principalmente, no investimento feito pelos empreendimentos hoteleiros. É muito importante considerar custos neste processo”, finaliza.

(*) Crédito da capa: Pixabay

(**) Crédito das fotos: Arquivo HN