De acordo com a FGV (Fundação Getulio Vargas), a confiança do consumidor no Brasil subiu, em maio, a seu maior patamar em sete meses, destacando melhora na percepção das famílias para o restante do ano. O ICC (Índice de Confiança do Consumidor) subiu 1,4 ponto no período, chegando a 88,2 pontos, retomando a trajetória positiva após retração de 0,2 ponto no mês anterior.

O resultado é o maior desde outubro do ano passado (88,6). O desempenho foi influenciado principalmente pelo incremento do IE (Índice de Expectativas), que avançou 2,8 pontos, chegando a 100,4, pico desde março de 2019 (101,1).

Outros fatores

Anna Carolina Gouveia, economista do FGV Ibre, destaca que o resultado pode pode estar associado à sensação de alívio da inflação no curto prazo, resiliência do mercado de trabalho e aumento do salário mínimo. Ela acrescenta, ainda, que a melhora das expectativas ocorreu de forma disseminada entre as faixas de renda, com exceção das famílias de maior poder aquisitivo.

Ainda assim, o ISA (Índice de Situação Atual) recuou 0,8 ponto em maio, para 71,3 pontos. “O cenário de alto endividamento das famílias, crédito caro e incertezas econômicas ajudam a manter o ICC em patamar baixo e sensível a flutuações constantes, tornando difícil uma sinalização mais clara de uma recuperação sustentada da confiança”, finaliza a economista.

Em abril, o endividamento das famílias brasileiras ficou estável em relação ao mês anterior, permanecendo em 78,3%. Desse total, 17,3% das famílias se disseram muito endividadas, devido aos juros elevados. Em outubro do ano passado, o indicador havia registrado queda considerável e voltou a crescer nos dois primeiros meses de 2023, corroborando com a sensibilidade do ICC.