Com a melhora das expectativas sobre o cenário econômico em relação aos próximos meses, o ICC (Índice de Confiança do Consumidor) do FGV IBRE (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas) apresentou alta pelo terceiro mês consecutivo. Dessa vez, no entanto, o indicador subiu 4,1 pontos, chegando a 83,6 em agosto. Para fins de comparação, o indicador subiu 0,5 pontos em julho, chegando a 79,5 pontos.

De acordo com a coordenadora das sondagens, Viviane Seda Bittencourt, existe uma visão mais favorável sobre o ambiente econômico no curto prazo, que pode estar sendo influenciado pela melhora do mercado de trabalho e pela desaceleração da inflação. “Isso contribui para o aumento do ímpeto de compras, que ocorre de forma mais intensa para as classes de renda mais altas. Embora o cenário político ainda possa gerar turbulências nesse cenário nos próximos meses”, pondera a economista da FGV.

Confiança do consumidor: subíndices

Para entender o resultado, é necessário segmentar o ICC em dois subíndices: o ISA (Índice de Situação Atual) e o IE (Índice de Expectativas). O primeiro avalia o sentimento do consumidor sobre o momento presente, enquanto o segundo reflete a percepção do consumidor sobre os próximos meses.

O ISA avançou 1,4 ponto, chegando a 71,7 pontos, Embora este seja o maior resultado do subíndice desde novembro de 2020, ainda é baixo em termos históricos e permanece abaixo do registrado no período pré-pandemia. Quanto ao IE, o subíndice subiu 6 pontos, chegando em 92,6, maior valor desde fevereiro de 2020, um mês antes da pandemia ser decretada pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Destrinchando os subíndices

Para compor os resultados dos subíndices, a FGV avalia outros indicadores, como as avaliações sobre o momento, que mede a satisfação dos consumidores sobre a situação econômica. Este teve alta de 1,9 pontos, para 79,8 pontos, melhor resultado desde março de 2020 (82,1 pontos). Já o que avalia a percepção sobre a situação financeira das famílias, subiu apenas 0,8 pontos, chegando a 64,1 pontos, seguindo abaixo da média histórica.

Segundo a pesquisa, o que mais influenciou o resultado foi o aumento do ímpeto para compra de bens duráveis. Em agosto, este subiu 11,3 pontos, chegando a 79 pontos, maior nível desde dezembro de 2019 (81,7). O que mede a situação econômica nos próximos seis meses apresentou alta pelo terceiro mês consecutivo, com alta de 4,6 pontos, chegando a 109,3 pontos, maior desde agosto de 2021 (111,8 pontos). Quanto ao que mede as perspectivas sobre a situação financeira nos próximos meses subiu 1,1 ponto, para 90,4.

Já no recorte por renda, houveram altas nas quatro faixas de renda pesquisadas. O destaque de agosto, no entanto, foi para consumidores com renda entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil que alcançaram seu melhor resultado desde setembro de 2020 (78,3 pontos), ao subir 5,4 pontos para 77,8 pontos.

(*) Crédito da foto: Pexels/Pixabay