A confiança no setor de serviços brasileiro se manteve praticamente estável em julho, considerando o mês de férias com alta de 3,81% na inflação, com o ICS (Índice de Confiança de Serviços) registrando uma leve variação positiva de 0,2 ponto, alcançando 94,2 pontos, conforme divulgado pela FGV (Fundação Getulio Vargas). Em uma análise de médias móveis trimestrais, o índice mostrou uma variação negativa de 0,2 ponto.

O desempenho do ICS no mês foi o resultado de variações opostas entre a avaliação da situação atual e as expectativas para os próximos meses. O ISA-S (Índice de Situação Atual) subiu 1,7 ponto, atingindo 96,1 pontos, enquanto o IE-S (Índice de Expectativas) caiu 1,2 ponto, fechando em 92,5 pontos.

Segundo a FGV, o aumento na avaliação da situação atual foi impulsionado tanto pelo indicador de volume de demanda, que subiu 2,0 pontos, atingindo 96,6 pontos, quanto pelo indicador de situação atual dos negócios, que cresceu 1,5 pontos, chegando a 95,6 pontos.

Expectativas

Por outro lado, as expectativas para o futuro mostraram um comportamento misto: o indicador de demanda prevista para os próximos três meses caiu 2,8 pontos, ficando em 92,8 pontos, enquanto o indicador de tendência dos negócios para os próximos seis meses avançou 0,4 ponto, alcançando 92,3 pontos.

Stéfano Pacini, economista da FGV/Ibre, comenta que o resultado de julho confirma um ano de perda de fôlego no setor, com uma tendência de estabilidade na confiança. “Apesar do resultado positivo em alojamento e alimentação, as expectativas esfriam nos demais setores, demonstrando cautela dos empresários quanto ao futuro dos negócios”.

Pacini também destaca que a situação atual mostra resultados positivos no volume de demanda, embora essa recuperação seja parcial em relação ao mês anterior. Ele acrescentou que o cenário macroeconômico, com bons níveis de renda e emprego, contribui para um momento mais seguro da demanda de serviços. “Por outro lado, a interrupção no ciclo de queda da taxa de juros pode estar sendo refletida na cautela em relação aos próximos meses”.

Impactos

Os dados mostram que, enquanto a percepção atual dos empresários sobre o setor de serviços melhorou, as expectativas para o futuro são mais reservadas. Essa combinação de otimismo presente e incerteza futura pode indicar uma fase de transição para o segmento, onde os empresários aguardam sinais mais claros da economia antes de adotarem posturas mais assertivas.

(*) Crédito da foto: Pixabay