Reportagem atualizada às 16h22, de 24/07/2020*

Carnaval- adiamento - internaGP do Brasil elevou a ocupação hoteleira da capital a 79% em 2019

Mais dois grandes eventos da capital paulista foram impactados pela pandemia. Após o cancelamento do Réveillon na Paulista, o prefeito Bruno Covas anunciou o adiamento do Carnaval 2021. Para completar o cenário, a Fórmula 1 não fará mais o Grande Prêmio do Brasil em Interlagos. Em contato com o Hotelier News, Ricardo Roman Jr, presidente da ABIH-SP (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de São Paulo) disse entender e medida e até mesmo enxergá-la com bons olhos.

“Todo grande evento cancelado claro que traz prejuízos ao setor. Hoje, nosso maior problema é o Covid-19, e toda medida que o governo adota para enfrentar o vírus é bem-vinda”, comenta. “Inclusive a medida pode até atrair turistas para São Paulo, pois mostra que nossa cidade está preocupada com a segurança e saúde dos cidadãos. Temos muito a oferecer além das festas de Réveillon e Carnaval e hoje o que o Turistas está buscando é segurança para viajar. Os hotéis estão completamente seguros adotando todos os protocolos da OMS (Organização Mundial da Saúde), governo do estado e o selo do Ministério de Turismo”, complementa.

Presidente executivo do FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), Orlando de Souza tem visão parecida com a de Roman, o que mostra que a hotelaria está alinhada. “O que dificulta a vida do setor é a pandemia. Enquanto não existir uma vacina ou tratamento eficaz que dê tranquilidade das pessoas, é isso que dificulta e inviabiliza a hotelaria. Então, não tem como ser contra esses cancelamentos e adiamentos”, avalia Souza. “Diante disso, é até irresponsabilidade achar que, em nome da recuperação de uma ou outra atividade econômica, permita-se aglomerações neste momento”, acrescenta.

Para Souza, o objetivo maior das autoridades deve continuar sendo esse: controlar o contágio. “Se essas medidas fizerem com que o tempo da pandemia se encurte, maravilha. Elas são muito bem-vindas. O pior cenário seria abrir e liberar esses grandes eventos e provocar uma nova onda de contágio, fazendo com que os efeitos da pandemia perdurem ainda mais”, comenta.

Apesar dos adiamentos e cancelamentos anunciados, Roman destaca que, nos feriados de Réveillon e Carnaval, 80% do perfil das viagens são de lazer. "Por isso, fora da capital, estâncias turísticas não devem sofrer tanto impacto. Acreditto que, nessas cidades, a ocupação deve seguir a mesma dos anos anteriores, que gira em torno de 90% a 100%. No entanto, tudo vai depende do controle do contágio da pandemia até lá", acrescenta.

Carnaval: adiamento

Em coletiva de imprensa finalizada há pouco, Covas anunciou o adiamento da maior festa popular do país devido à pandemia. Sem data definida, a Liga das Escolas de Samba sugeriu que a comemoração passe para maio ou início de julho. “Estamos definindo tanto com os blocos, quanto com as escolas e outras cidades a nova data, que deve se dar a partir de maio do ano que vem. Muito dificilmente ocorrerá porque coincide com os festivais de São João do Nordeste. Estamos definindo ou final de maio ou começo de junho para a realização do Carnaval na cidade de São Paulo”, afirmou o prefeito.

Um dos maiores do país, o Carnaval de São Paulo bateu recorde de público e número de blocos em 2020: foram mais de 15 milhões de foliões nas ruas e 600 blocos. A prefeitura gastou R$ 36,6 milhões com retorno financeiro de R$ 2,3 bilhões.

Já a Fórmula 1 cancelou o Grande Prêmio do Brasil, inicialmente marcado para acontecer no dia 15 de novembro. Esta será a primeira vez em 47 anos que a corrida não acontecerá no país. As provas dos Estados Unidos, México e Canadá também foram canceladas. Em 2019, o GP Brasil elevou a ocupação hoteleira da capital a 79%, apontam dados da STR.

A Parada do Orgulho LGBTQIA+,  marcada para 29 de novembro após ser adiada em junho, foi cancelada também por causa da pandemia.

(*) Crédito da capa: Rovena Rosa/Agência Brasil

(**) Crédito da foto: Beto Issa/GP Brasil de F1​