Apesar de sinais de retomada, a realidade do setor de turismo ainda é amarga. Seja na hotelaria ou para operadoras, a pandemia segue dando suas caras em números. Em agosto, a CVC anunciou recuperação de vendas, mas ainda em patamares 60% abaixo do registrado em 2019. Hoje (1), a empresa divulgou o balanço de prejuízos no primeiro trimestre, que chegam a R$ 1,15, segundo informações da Reuters.

No mesmo período no ano passado, a operadora havia faturado R$ 50 milhões, o que dá uma boa margem dos efeitos da crise no segmento. A companhia vem trabalhando na divulgação de resultados e, no início de setembro, informou que encerrou 2019 com perdas de R$ 4 milhões.

A CVC afirmou que excluindo efeitos não recorrentes que incluem baixa contábil de R$ 637,5 milhões e provisão de perda de créditos fiscais de R$ 302,7 milhões, os resultados do primeiro trimestre de 2020 teria sido de prejuízo líquido perto de R$ 73 milhões. A baixa contábil referiu-se à “a redução significativa nas operações da companhia e de suas controladas ao longo de 2020 e as incertezas acerca das perspectivas de retomada das atividades do setor de viagens e turismo”, afirmou a empresa em balanço.

CVC: caixa e rumos da empresa

Em contrapartida, o total disponível em caixa ficou em R$ 606 milhões contra R$ 365,7 milhões no final do ano passado. Entretanto, a linha de contas a receber caiu de R$ 3 bilhões para R$ 2 bilhões. Em relatório, a KPMG constata “incerteza relevante relacionada com a continuidade operacional” da companhia e que “os planos da companhia consistem substancialmente em realização de aumento de capital e negociação com os debenturistas para repactuação dos vencimentos previstos para 2020”.

Executivos da empresa vão falar sobre os rumos da CVC hoje em teleconferência sobre o resultado do primeiro trimestre. A receita líquida de vendas da CVC no primeiro trimestre caiu 18% na comparação anual enquanto as despesas operacionais cresceram 12,7%.

A CVC terminou março com patrimônio líquido negativo em R$ 148,1 milhões em comparação a um saldo de R$ 799,2 milhões no fim de 2019.

(*) Crédito da foto: Paulo Whitaker/Reuters