live- aeb - internaConvidados contaram o que seus empreendimentos vêm fazendo na retomada

Para alguns um mal necessário, para outros um cenário de oportunidades. A maneira como hoteleiros lidam com o A&B (Alimentos&Bebidas) é particular e, muitas vezes, divergente. Diante da situação atual do mercado, a gastronomia pode e deve ser um dos recursos para sair da crise. Mas como entregar uma experiência completa em tempos de máscara e distanciamento social? Em live promovida pelo Hotelier News e Grupo R1, profissionais da hotelaria e alimentação debateram formas de sair do lugar comum.

A transmissão encerrada há pouco contou com a moderação de Peter Kutuchian (Hotelier News), desta vez acompanhado por Marcelo Traldi (Senac-SP). No time de convidados marcaram presença Dijalma Boa Sorte (Grande Hotel Senac); Juliane Lima (Royal Palm Plaza); Luis Foschini (Nannai Resort & Spa); Rodrigo Malfitani (Cheftime) e Wellington Melo (Hotel Unique).

"Já vem sendo discutido há tempos como o A&B pode contribuir de forma efetiva. Novos conceitos de hotéis e meios de hospedagens têm surgido em volta do setor como protagonista de uma jornada dentro do empreendimento. O momento difícil que estamos vivendo fez com que muitos hoteleiros repensassem suas relações com o departamento, olhando para novas perspectivas para essa área tão relevante que pode gerar oportunidades interessantes”, introduz Traldi.

Gerente de A&B do Royal Palm Plaza, Juliane pontuou quais formas de levar experiência ao cliente o empreendimento oferece e o que mudou com a pandemia. “O A&B tem grande impacto na experiência. Reabrimos há um mês e entendemos que não basta inovar, mas precisamos acolher. Ainda temos a mesma cultura de cozinha e serviço, mas acabamos ficando à sombra dos protocolos. É preciso ter o pulo do gato. Nos deparamos com clientes inseguros, colaboradores diferentes que esperam da empresa e do hóspede um cenário em que ele consiga atuar”, analisa. “Acredito em treinamento, onde os profissionais têm que resgatar o acolhimento, entregando uma gastronomia gentil e cordial”.

Boa Sorte, também gerente de A&B, atua no Grande Hotel Senac que, além de hospedagem é ainda escola. A equação poderia parecer um problema, mas segundo ele, foi solução. “Ser um hotel-escola acabou trazendo certo benefício no que diz respeito às implantações de protocolos, pois temos que andar da linha, não podemos errar. Direcionamos nossa energia para o A&B e no que poderíamos trazer de novo. Focamos em promover workshops exclusivos, degustação dentro da adega de forma restrita. Começamos a direcionar esse tipo de ação, pois é rico e exige atenção especial apenas no começo, depois é só acréscimo na receita”, conta.

Live: redesenhando experiências

Famoso por seus bufês fartos, o Nannai Resort & Spa deu adeus ao modelo e não pretende retomar mesmo com a vacina para Covid-19. Operando desde 17 de julho com entrega à la carte, o resort pernambucano se surpreendeu com a aceitação dos hóspedes. “Nosso A&B sofreu uma virada significativa. Sempre fomos conhecidos pelo bufê com uma grande variedade de produtos e hoje não pretendemos retomar mesmo quando a situação estiver normalizada”, revela Foschini. “Nosso hóspede está mais feliz com pratos mais bem elaborados. Existe o cuidado com a louça, apresentação e harmonização. Também temos pensado em experiências como jantares românticos, café da manhã à beira mar, piqueniques e degustações. Estamos aproveitando o momento para ir um a um, conhecer o cliente pelo nome e oferecer um atendimento ainda mais personalizado”.

No renomado Unique, em São Paulo, o delivery será implementado em pouco tempo. Além da refeição, o cliente ainda tem acesso via QR code a playlist do hotel. “Temos que pensar em como manter a marca viva e próxima aos clientes. Seja por lives com chefs ou compartilhando experiências que os hóspedes tiveram no hotel. Até os estabelecimentos mais resistentes ao delivery tiveram que aderir como complemento de receita”.

Malfitani acredita que de nada adianta pensar em experiências inovadoras sem ter a gestão na ponta do lápis. “A operação de A&B depende de muita gente, não é barata. Com a queda nas vendas e aumento do desemprego, como essa conta fecha? A gestão é tão importante quanto o serviço e precisa parar em pé. Achar fontes e modalidades para gerar caixa quando a receita ainda é enxuta é fundamental”, finaliza.

Para assistir a live completa acesse o link.

(*) Crédito da capa: kaicho20/Pixabay

(**) Crédito da imagem: reprodução da internet