Em novembro do ano passado, a Decolar instalou lojas físicas no Brasil, sendo nove em São Paulo, duas em Minas Gerais e uma no Rio de Janeiro. A empresa de viagens da América Latina já tem 10 unidades em Buenos Aires (Argentina). Pelas projeções apresentadas na reportagem da NeoFeed, o objetivo é passar de 30 unidades até o fim deste ano. No primeiro trimestre de 2024, a OTA teve aumento de receita de 36% frente ao mesmo período do ano anterior, totalizando US$ 174 milhões, sendo este o quarto trimestre consecutivo de crescimento

“Queremos quase triplicar de tamanho e até ano”, afirma Damián Scokin, CEO global da Decolar, ao NeoFeed. “As lojas têm o propósito de oferecer outros tipos de serviço, mas, sobretudo, acelerar a migração para o online, que é o core do negócio”, complementa. 

Ao longo dos últimos dois anos, o Hurb (Hotel Urbano) e a 123Milhas, empresas conhecidas por vender pacotes turísticos com preço abaixo do mercado, começaram a ter dificuldades operacionais e financeiras.

O Hurb foi o primeiro a entrar com pedido de recuperação judicial em 2022. A OTA vendia viagens para prazos longos (em média de dois anos), mas, diante da falta de clientes, a empresa lidou com uma segunda crise ao ser recusada por hotéis e pousadas no segundo semestre do ano passado, gerando uma série de reclamações. O contexto também gerou a renúncia do CEO João Ricardo Mendes em abril de 2023.

Já a 123Milhas continua em altos e baixos em relação ao seu pedido de recuperação judicial. Segundo o UOL, a empresa operou no vermelho entre 2020 e 2022. No ano passado, a companhia anunciou a suspensão de pacotes e emissão de passagens da sua linha mais econômica.

O “sumiço” repentino dessas duas empresas se deve pela criação “clientes fantasmas”, ou seja, uma demanda artificial que não obrigatoriamente gerou um aumento de receita no bottom line em relação aos concorrentes. “Com a saída de jogadores um tanto irracionais, o mercado ficou muito mais lógico. Mas são clientes que em um mercado de preços racionais não existem. No entanto, há uma porção importante de clientes que a Decolar conseguiu capturar”, menciona Scokin.

No Brasil, a Decolar soube aproveitar a crise da concorrência, com ações que acumularam alta de 99,7% em 12 meses. O mercado tupiniquim segue sendo o maior da Decolar, responsável por 45% das reservas brutas no primeiro trimestre, seguido do México, com 21%.

Com valor de mercado de US$ 1 bilhão, a ação da Decolar está sendo negociada por US$ 14,22. O preço-médio dos analistas que cobrem a empresa é de US$ 15,10, valorização de 6,2%.

Sofia: a Inteligência Artificial da Decolar

Um dos diferenciais incrementados pela operadora de turismo é a Sofia, assistente de viagens que, a partir da IA, auxilia clientes a efetuarem pesquisas e compras de pacotes. “A Sofia é uma nova forma de comprar turismo. De um lado temos a frente de inovação, IA e tecnologia e de outros os pacotes, que crescem a taxas enormes e representam mais de 30% dos nossos bookings pelos produtos muito competitivos”, comenta o CEO da Decolar.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Decolar