deloitte35% dos turistas pretendem viajar nos próximos 3 meses

A crise do coronavírus gerou novos hábitos de consumo. O processo de higienização de ambientes passa a abranger também questões de segurança e é, de fato, uma das preocupações do consumidor. Recentemente, uma pesquisa da GlobalData apontou as necessidades para um cenário pós-Covid-19. Também relacionada ao consumo no setor, a Deloitte divulgou uma pesquisa quanto aos receios e expectativas no turismo. 

Parte de uma série de pesquisas quinzenais que se concentram nos efeitos da atual crise global de saúde na mentalidade do consumidor, os primeiros resultados já estão disponíveis. Intitulada Deloitte Global State of the Consumer Tracker, a pesquisa consultou ao todo 1 mil consumidores em 13 países durante a semana de 13 de abril de 2020. E os resultados apontam que 63% dos entrevistados se sentiram inseguros ao voar e 55% se sentiram inseguros em um hotel. 

Mas ainda há certa positividade dentre os possíveis viajantes: 35% das pessoas ainda estão planejando voar doméstica ou internacionalmente nos próximos três meses, e que quase um terço (29%) das pessoas de 18 a 34 anos está "procurando ativamente por ofertas de viagens".

Outro fator apresentado pela pesquisa é que mais de 50% dos entrevistados tem a saúde como principal preocupação e, quase um quarto dos entrevistados, mostrou-se preocupado com as finanças. Além disso, mostrou que apenas 34% dos americanos se sentem seguros indo às lojas neste momento.

Deloitte: perspectivas

Em entrevista à Lodging Magazine, Stephen Rogers, diretor executivo do Deloitte Consumer Industry Center, apontou as principais conclusões que encontrou a partir da pesquisa. Dentre eles, o executivo apontou que o momento é de avaliação por parte do consumidor. Poucos (um quarto dos entrevistados) ainda sentem-se seguros para ia a um hotel.

Quanto às decisões de compra, Rogers explica que nas pesquisas, "a viagem foi um sucesso. Sessenta e três por cento deles nos disseram que gastariam menos em viagens nas próximas três ou quatro semanas. Portanto, obviamente, a viagem levará um tempo para se recuperar, pois há muitas variáveis. Pense em coisas como reabrir planos. O modo como os estados se aproximam da reabertura provavelmente influenciará a rapidez com que voltamos aos números de viagens anteriores".

Também há certo otimismo nos resultados da pesquisa. O analista acredita que "as coisas vão se recuperar mais rapidamente no mercado interno. E, em termos dos produtos de viagem sobre os quais perguntamos, permanecer em um hotel nos próximos três meses parece ter um grande interesse. Existe alguma demanda reprimida por aí. As pessoas estão cansadas de ficar presas e tentando voltar. Mas pode demorar um pouco para chegar lá".

Quanto aos padrões de viagem, a pesquisa revela que 24% do entrevistados planejam ficar em um hotel para lazer nos próximos três meses. O número é maior do que em relação às acomodações particulares, que detém o interesse de apenas 16% do entrevistados.

Apesar das inseguranças e ainda preocupações quanto à higienização, Rogers acredita que "à medida que os consumidores se acostumam com essa nova normalidade, e quando começam a se sentir mais seguros, esperamos ver esse compartilhamento mudar um pouco".

(*) Crédito da foto: Lodging Magazine